Sete dos 12 deputados estaduais que comp�em a bancada do PSL no Rio de Janeiro protocolaram nesta ter�a-feira (18) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) um pedido de impeachment contra o governador Wilson Witzel (PSC). Eles acusam Witzel de montar um esquema para espionar a vida dos 70 deputados. N�o h� prazo para a Mesa Diretora da Alerj decidir se aceita ou n�o o pedido.
O principal ind�cio do esquema de espionagem � uma afirma��o do presidente da Alerj, Andr� Ceciliano (PT). Segundo ele, em conversa presenciada tamb�m pelo governador e pelo deputado estadual M�rcio Pacheco (PSC), que � l�der do governo, o secret�rio estadual de Desenvolvimento Econ�mico, Lucas Trist�o, afirmou que existiam dossi�s contra os 70 deputados. "Eu ouvi do pr�prio Lucas Trist�o que tinha dos 70 deputados dossi�s. Vou pedir ao Minist�rio P�blico e � Pol�cia Federal para fazer auditoria nos equipamentos oficiais, se tem ou n�o escuta nos telefones dos deputados", afirmou Ceciliano durante a sess�o de 11 de fevereiro.
Em entrevista ao jornal "O Globo", Witzel negou ter presenciado a conversa, amea�ou processar quem disser o contr�rio e alegou que Trist�o pode ter feito a afirma��o "em um momento de calor nos debates".
Para os deputados do PSL, o governador cometeu crimes de responsabilidade contra o livre exerc�cio do Poder Legislativo, o exerc�cio dos direitos pol�ticos, a probidade da administra��o p�blica e o cumprimento das leis.
A Mesa Diretora da Alerj n�o tem prazo para analisar o pedido, mas, se fizer isso, pode arquiv�-lo ou dar prosseguimento ao processo de impeachment. Nesse caso, seria formada uma comiss�o com cinco deputados estaduais e cinco desembargadores, presidida pelo presidente do Tribunal de Justi�a do Estado do Rio (TJ-RJ). A esse tribunal especial caberia processar o governador.
Esse � o primeiro pedido de impeachment protocolado contra Witzel. O governador anterior, Luiz Fernando Pez�o (MDB), tamb�m foi alvo de pedido desse tipo, mas seu mandato acabou antes que o impeachment fosse decidido.
Rompimento
O governador Witzel foi eleito com apoio de Fl�vio Bolsonaro (filho de Jair Bolsonaro e senador eleito no Rio de Janeiro pelo PSL, embora em 2019 tenha sa�do do partido) e manteve um conv�vio pac�fico com a fam�lia do presidente at� 29 de outubro de 2019, quando a TV Globo noticiou que um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco foi encontrar seu comparsa que morava no mesmo condom�nio de Bolsonaro, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), e, segundo um porteiro, teria afirmado que estava indo visitar Jair Bolsonaro.
Essa vers�o j� foi refutada, mas o presidente atribuiu o envolvimento de seu nome com a morte de Marielle ao interesse de Witzel de ser candidato a presidente e concorrente de Bolsonaro em 2022. Desde ent�o, ambos trocam farpas com frequ�ncia. Os deputados estaduais do PSL, ex-partido do presidente, dizem que est�o sendo alvo de vingan�a por Witzel em fun��o das desaven�as com Bolsonaro.
Resposta
Consultada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Witzel n�o havia se pronunciado at� a conclus�o desta reportagem.
POL�TICA