Enviado ao Cear� para garantir o policiamento em meio ao motim na Pol�cia Militar local, o diretor da For�a Nacional de Seguran�a P�blica, coronel Aginaldo de Oliveira, dividiu um palanque com as lideran�as do movimento e elogiou os revoltosos. V�deos divulgados nas redes sociais mostram Oliveira durante uma assembleia da paralisa��o, em que o diretor chama os amotinados de "gigantes" e "corajosos".
"Os senhores se agigantaram de uma forma que n�o tem tamanho. � o tamanho do Brasil que voc�s representam", disse o diretor da For�a. "Vamos conseguir. Sem palavras para dizer o tamanho da coragem que voc�s t�m e est�o tendo ao longo desses dias. Com certeza, aumentar� ainda mais."
Rec�m-casado com a deputada federal Carla Zambelli (PSL -SP), que integra a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o coronel Oliveira � subordinado do secret�rio nacional de Seguran�a P�blica, general Theophilo, que foi derrotado nas elei��es pelo governo do Cear�. O general Teophilo disputou o pleito pelo PSDB e ficou em segundo lugar no Estado, com 11,3% dos votos. Apoiado por Ciro e Cid Gomes, Camilo Santana (PT) foi reeleito em primeiro turno.
Na assembleia que decidiu pelo fim do motim neste domingo, 1, Oliveira discursou ao lado do principal l�der do movimento, o ex-deputado federal Cabo Sabino, e do advogado dos policiais amotinados, o coronel Walmir Medeiros. O diretor da For�a exaltou o fato de o motim ter conseguido "atingir os seus objetivos".
"S� os fortes conseguem atingir os seus objetivos. E voc�s est�o resistindo, voc�s est�o atingindo objetivos", ele disse. "Acreditem: voc�s s�o gigantes, voc�s s�o montros, voc�s s�o corajosos. Demonstraram isso ao longo desses dez, 11, 12 dias em que estou aqui, dentro deste quartel, em busca de melhorias para a classe, que v�o conseguir."
Mortes
Entre o in�cio da paralisa��o de PMs e o �ltimo dia 26, foram registrados 220 assassinatos. O n�mero de assassinatos durante o m�s de fevereiro foi o maior dos �ltimos cinco anos.
Por causa da paralisa��o, cerca de 2,8 mil homens do Ex�rcito e da For�a Nacional circulam pela capital cearense e por cidades do Interior para refor�ar a seguran�a nas ruas. Ao todo, 230 policiais militares respondem a processos administrativos e foram afastados por 120 dias. Os agentes est�o fora da folha de pagamento e podem ser expulsos da corpora��o.
Chefe tanto do general Thophilo quanto do coronel Oliveira, o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, afirmou que o fim do motim ocorreu "sem radicalismo" e que "prevaleceu o bom senso". "Recebo com satisfa��o a not�cia sobre o fim da greve dos policiais no Cear�. O governo federal esteve presente, desde o in�cio, e fez tudo o que era poss�vel dentro dos limites legais e do respeito � autonomia do Estado. Prevaleceu o bom senso, sem radicalismos. Parab�ns a todos", escreveu o ministro.
POL�TICA