Ministros sugerem a Bolsonaro adiamento de protestos do dia 15

O derretimento global da economia e a escalada do surto de coronav�rus no mundo est�o sendo usados por ministros para aconselhar o presidente Jair Bolsonaro a fazer um pronunciamento em rede nacional sugerindo o adiamento das manifesta��es marcadas para o dia 15 de mar�o. A informa��o foi antecipada pelo site BR Pol�tico, do Grupo Estado.

L�deres de movimentos que est�o convocando os protestos contra o Congresso, no entanto, dizem que n�o veem motivo para adiamento. Eles argumentam que outras atividades com aglomera��o de pessoas, como shows e jogos de futebol, n�o foram canceladas.

Bolsonaro est� sendo aconselhado a fazer um gesto de "estadista" e dizer que a "sa�de do povo brasileiro tem de vir antes de brigas pol�ticas menores".

Juntamente com isso, o presidente enalteceria a manuten��o do seu veto aos dispositivos da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) que transferiam para o Congresso R$ 30 bilh�es. O Congresso decidiu manter os vetos presidenciais a trechos da LDO na semana passada.

Como parte do plano desses aliados, tanto Legislativo quanto Executivo passariam a tratar os tr�s Projetos de Lei do Congresso Nacional (PLNs) n�o como um "acord�o", mas como a necess�ria regulamenta��o do Or�amento impositivo, que passaria ent�o por um teste, a depender do crescimento da arrecada��o e dos ganhos fiscais advindos com as reformas.

O convite a que o governo lidere uma agenda propositiva de reformas, feito anteontem pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi lido no governo como um convite a uma tr�gua na guerra entre os Poderes, dado o susto com a imin�ncia cada vez mais clara de uma recess�o global de tamanho ainda imprevis�vel.

O terceiro vetor para tentar acalmar a pol�tica e a economia seria o envio da reforma administrativa � C�mara ainda nesta semana, numa demonstra��o da disposi��o do Planalto de distensionar o ambiente com os demais Poderes.

Movimentos

Eduardo Platon, l�der do Movimento Avan�a Brasil, um dos que est�o organizando os atos do dia 15, disse que n�o h� motivo para adiar o protesto. "Estamos monitorando tudo que est� acontecendo e estamos mantendo os atos para o dia 15. Os jogos de futebol n�o foram cancelados, os grandes eventos n�o foram cancelados", disse Platon.

Outro grupo, o NasRuas, tamb�m informou ao Estado que manter� a convoca��o. O Rep�blica de Curitiba, que defende temas pr�-Lava Jato, como a pris�o em segunda inst�ncia, tamb�m n�o deve mudar a agenda.

"O v�rus da corrup��o no sistema pol�tico do Brasil � mais perigoso que o coronav�rus no momento", afirmou Paulo Generoso, coordenador do grupo. Ele, por�m, fez uma ressalva: "Se o presidente pedir (para adiar), a gente atender�".

'Apoio �s reformas'

Ap�s ser questionado se o governo vai trabalhar para dissuadir atos contra o Congresso e o Judici�rio, o presidente em exerc�cio, Hamilton Mour�o, disse nesta segunda, 9, que as manifesta��es t�m como pauta "apoio �s reformas".

"A manifesta��o est� colocada a� como apoio �s reformas. Acho que sobre a quest�o com o Congresso, temos que aprofundar o di�logo, trabalho que est� sendo feito pelo ministro (Luiz Eduardo) Ramos para que a gente consiga avan�ar naquilo que precisa avan�ar", afirmou Mour�o.

O presidente em exerc�cio disse ainda que n�o vai aos protestos, mas que "n�o v� problema" nos atos. "Manifesta��o faz parte da vida democr�tica. Desde que ordeira, pac�fica, n�o vejo problema." No s�bado, 7, o presidente Jair Bolsonaro havia convocado a popula��o para participar dos protestos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.