A Embaixada da China afirmou na noite desta quinta-feira, dia 19, por meio de comunicado oficial, que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou "influ�ncia nociva" e "interfer�ncias desnecess�rias" na coopera��o com o Brasil. Apesar da crise diplom�tica iniciada na v�spera pelo parlamentar, Pequim disse acreditar que n�o houve mudan�a na pol�tica externa do Brasil em rela��o ao pa�s, mas demonstrou insatisfa��o com o papel do chanceler Ernesto Ara�jo no epis�dio.
"As palavras do Eduardo Bolsonaro causaram influ�ncias nocivas, vistas como um insulto grave � dignidade nacional chinesa, e ferem n�o s� o sentimento de 1,4 bilh�o de chineses, como prejudicam a boa imagem do Brasil no cora��o do povo chin�s. Geram tamb�m interfer�ncias desnecess�rias na nossa coopera��o substancial. Estamos extremamente chocados por tal provoca��o flagrante contra o governo e povo chin�s", afirma a nota da representa��o de Pequim em Bras�lia. "Temos pleno conhecimento da pol�tica externa brasileira com a China e acreditamos que nas suas linhas n�o houve qualquer mudan�a."
Na quarta-feira, dia 18, o filho do presidente Jair Bolsonaro culpou nas redes sociais o governo Xi Jinping pela pandemia do novo coronav�rus. No mesmo dia, o embaixador chin�s Yang Wanming reagiu e cobrou retrata��o em sua conta virtual no Twitter. Ele tamb�m republicou mensagens que foram recebidas como insulto pelo deputado e pelo Itamaraty, que repreendeu o embaixador. Eduardo n�o se desculpou e disse n�o ter ofendido os chineses, mas expressado uma cr�tica ao governo do pa�s. O chanceler Ernesto Ara�jo endossou essa posi��o e argumentou que o filho do presidente n�o expressa o pensamento do governo Jair Bolsonaro.
Na nota oficial desta quinta, a embaixada chinesa voltou a cobrar que o Itamaraty intervenha na postura do deputado, que � influente na pol�tica externa e preside a Comiss�o de Rela��es Exteriores e Defesa Nacional da C�mara. O embaixador chin�s manifestou indigna��o ao ministro Ernesto Ara�jo e reclamou da intermedia��o feita por ele.
"A parte chinesa n�o aceitou a gest�o feita pelo chanceler Ernesto Ara�jo � noite do dia 18. O deputado Eduardo Bolsonaro tem que pedir desculpa ao povo chin�s pela sua provoca��o flagrante", reiterou a embaixada. "Esperamos que o Itamaraty possa tomar ci�ncia do grau de gravidade desse epis�dio e alertar o deputado Eduardo Bolsonaro a tomar mais cautela nos seus comportamentos e palavras, n�o fazer coisas que n�o condizem com o seu estatuto, n�o falar coisas que prejudiquem o relacionamento bilateral e n�o praticar atividades que danifiquem a nossa coopera��o. Temos a certeza de que o Itamaraty certamente vai levar em considera��o o quadro geral das rela��es sino-brasileiras e envidar esfor�o junto conosco para salvaguardar o ambiente favor�vel do nosso relacionamento."
A diplomacia chinesa disse que os presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping consolidaram confian�a pol�tica m�tua no ano passado e destacou que o "presidente brasileiro manifestou solidariedade para com o governo e o povo chin�s". A China � o principal parceiro comercial do Brasil. Os diplomatas chineses disseram que uma minoria no Brasil tenta atrapalhar o relacionamento bilateral e que esse grupo n�o deve subestimar a capacidade de o pa�s asi�tico garantir seus interesses.
"Percebemos que os que atrapalham o desenvolvimento das rela��es bilaterais se limitam a uma minoria na popula��o brasileira, enquanto a maioria esmagadora est� em defesa da nossa fraternidade", afirmou Pequim. "Esperamos que alguns indiv�duos do lado brasileiro, na sua minoria, abandonem as suas ilus�es e muito menos subestimem a nossa resolu��o e capacidade de salvaguardar os nossos pr�prios interesses."
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