
O vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o (PRTB), explicou o suposto gesto de reprova��o � discuss�o entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), durante uma reuni�o por videoconfer�ncia para discutir a��es de combate ao coronav�rus.
Mour�o foi flagrado pelas c�meras acenando lateralmente com a cabe�a, demonstrando descontentamento com a situa��o naquele momento. Em entrevista � CNN Brasil, o vice-presidente negou que o gesto fosse de censura �s palavras de Bolsonaro, mas admitiu que a discuss�o o constrangeu.
Imagina o clima do primeiro escal�o do governo, o de vergonha alheia. Observe as rea��es do Mour�o enquanto o Bolsonaro fala. pic.twitter.com/ybN44smVbc
%u2014 Gustavo Ramos (@gustavoramos) March 25, 2020
“A interpreta��o dos sinais corporais � algo de livre arb�trio de cada um. Mas julgo que os companheiros da imprensa interpretaram mal isso. O que me constrangeu foi a discuss�o levantada naquele momento. Seja pelo pr�prio governador, que poderia ter evitado criticar a fala do presidente que tinha ocorrido na noite anterior, de uma forma p�blica e na presen�a de outros, porque foi gravado aquilo e depois transmitido em rede nacional. Seja por que o presidente, a partir do momento que se sentiu atacado, retrucou da forma como ele sabe. Na minha vis�o, tudo aquilo podia ter sido evitado e a gente poderia ter se concentrado na busca da solu��o dos problemas atuais relacionados � crise do coronav�rus” disse o vice.
Hamilton Mour�o voltou a afirmar que as autoridades devem deixar de lado as paix�es pol�ticas, mesmo se tratando de um ano eleitoral. Segundo ele, todos devem se unir para tentar frear a dissemina��o da Covid-19.
“Essa pol�mica n�o ajuda. Os diversos entes da federa��o t�m que entender que temos que trabalhar em a��o conjunta. Deixar de lado as paix�es pol�ticas no momento. As paix�es politicas est�o perturbando muito porque temos um ano eleitoral pela frente. Tem muito prefeito tomando atitude porque o candidato de oposi��o est� dizendo que ele n�o fez nada. A� o prefeito vai l� e toma uma atitude. Seja na linha de a��o A ou B. Estamos sendo pautados muitas vezes por algo que vai acontecer no segundo semestre. At� l�, se Deus quiser, teremos superado essa crise e estaremos vivendo em outro momento do pa�s”, projetou o pol�tico.
Crise pol�tica
Bolsonaro tem travado uma guerra com governadores e prefeitos, pela discord�ncia dos m�todos de combate ao v�rus. Nas �ltimas semanas, os chefes do Executivo do Rio e de S�o Paulo, que adotaram medidas mais dr�sticas como o fechamento do com�rcio e proibi��o de transportes, criticaram o presidente por uma alegada falta de atitude e de di�logo.
Antes do embate com o presidente, Jo�o Doria j� vinha sendo incisivo nas cr�ticas a Bolsonaro. “Estamos fazendo o que deveria ser feito pelo l�der do pa�s, o que o presidente Jair Bolsonaro, lamentavelmente, n�o faz, e quando faz, faz errado”, criticou o governador de S�o Paulo em entrevista coletiva ao anunciar a institui��o da quarentena no estado.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) chegou a dizer que o governo federal caminha a “passos de tartaruga” no combate ao v�rus e que “n�o h� di�logo” entre Uni�o e Estados.