Na manh� da �ltima segunda-feira, dia 30, um comboio de carros blindados estacionava em frente a uma casa no Setor Militar Urbano, em Bras�lia. O presidente Jair Bolsonaro chegava para uma visita inesperada ao general da reserva Eduardo Villas B�as. O encontro durou poucos minutos, mas foi o suficiente para Bolsonaro receber o apoio p�blico de uma figura que tem forte influ�ncia nas For�as Armadas.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Villas B�as avaliou que Bolsonaro acha que "todo mundo" est� contra ele. O ex-comandante do Ex�rcito afirmou que o panela�o e a economia preocupam, mas disse acreditar que, ao final, o presidente sair� por cima, e o Brasil vai se recuperar.
O presidente agiu errado em falar que o coronav�rus � uma gripezinha?
Ele disse isso, naquele momento, para tentar tranquilizar o Pa�s. Mas n�o � uma gripezinha.
Na manh� de segunda-feira, o presidente esteve na casa do senhor. � tarde, o senhor publicou no Twitter um post de apoio a ele. Ele pediu seu apoio?
Eu j� estava pensando em me manifestar. Ele pediu o meu apoio e eu achei oportuno me posicionar e dizer �s pessoas qual � a l�gica da sua atua��o. Pode-se discordar do presidente, mas sua postura revela coragem e perseveran�a nas suas pr�prias convic��es. Mas ele n�o pediu isso explicitamente.
O presidente est� precisando de apoio neste momento?
Eu acho que o problema para ele � que est� todo mundo contra ele. A m�dia, principalmente. Nacional e internacional.
Ele perdeu apoio da �rea militar?
N�o.
Mas o presidente mudou o discurso na �ltima ter�a-feira.
N�o foi por minha causa. Mudou por ele. Por ele, eu acho.
Mudar o tom do discurso e falar de forma mais conciliat�ria foi positivo?
Esta � a linha ideal.
Panela�os mostram que ele perdeu apoio?
Particularmente me preocupo com os panela�os. Pode significar perda de apoio. Isso psicologicamente � negativo.
A atua��o dele na pandemia compromete uma reelei��o?
Est� muito cedo para falar de reelei��o. Mas panela�os podem demonstrar uma perda de apoio, embora estejam concentrados nos grandes centros.
O presidente est� isolado politicamente? Ele se sente isolado?
N�o sei. Isso muda muito conforme as circunst�ncias.
A decis�o do presidente de n�o endossar o discurso do Minist�rio da Sa�de pr� quarentena vai custar caro a ele?
Acho que essa percep��o � tempor�ria. Eu acho que ao final, ele vai sair por cima.
O governador de Goi�s, Ronaldo Caiado (DEM), que apoiava o presidente, disse que o gabinete do �dio, formado inclusive pelos filhos de Bolsonaro, atrapalha o governo. O grupo e os filhos atrapalham o presidente?
N�o comento.
Os filhos do presidente t�m uma desconfian�a muito grande em rela��o aos militares, particularmente em rela��o ao vice Hamilton Mour�o. Isso mudou?
N�o tem motivo para ter qualquer desconfian�a do Mour�o. Mour�o tem sido um ponto de equil�brio. Ele � leal ao presidente.
As pessoas criticam o que chamam de radicalismo do presidente. A democracia em algum momento foi amea�ada?
O presidente tem uma maneira de ser que pode colocar as pessoas na defensiva. Mas, em nenhum momento, ele feriu a Constitui��o. Ele � um democrata. Um aspecto importante � que as pessoas n�o estavam acostumadas a ver, com tanta contund�ncia, algu�m se contrapor ao pensamento que predominava.
H� uma tutela branca no presidente Bolsonaro pelos ministros mais pr�ximos agora, como Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo?
Ningu�m tutela o presidente.
Como avalia a guerra entre governadores e o presidente?
Cada um tem de fazer a sua parte e n�o tem de ficar polemizando. A virtude sempre est� no meio. Mas tem havido muito oportunismo pol�tico. N�o quero nominar. Estou falando em geral.
Depois da pandemia, qual a postura que o presidente tem de adotar em rela��o aos outros Poderes?
Concilia��o. Precisamos buscar harmonia.
Como o Pa�s vai sair dessa crise? Como se reconstr�i um pa�s depois de uma pandemia, com tanta morte e tanto problema econ�mico?
Eu creio que, talvez n�o em aspectos concretos como a economia em geral, mas psicologicamente, vamos sair fortalecidos. Certamente teremos problemas na economia, mas sairemos fortalecidos psicologicamente. Assim como nas guerras, vamos sair com disciplina social, esp�rito de solidariedade, sentimento pelo Pa�s e respeito �s institui��es.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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