'O sigilo que eu me impus � para prote��o da sociedade', diz Uip sobre cloroquina

O infectologista David Uip, coordenador do Centro de Conting�ncia do Coronav�rus em S�o Paulo, voltou a rebater as cr�ticas sobre sua decis�o de n�o revelar se fez ou n�o o uso de cloroquina em seu tratamento contra o novo coronav�rus e afirmou que sigilo � para proteger a sociedade.

Uip foi questionado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a utiliza��o do medicamento que tem sido utilizado em pacientes com a doen�a, mas que ainda n�o foi validado cientificamente com forma de combater o v�rus, e passou a ser alvo de ataques virtuais.

A afirma��o foi dada na manh� desta quinta-feira, 9, em uma apresenta��o virtual sobre a doen�a que o infectologista fez a empres�rios, onde tamb�m relatou sua experi�ncia sobre a infec��o.

"Fiquei no limite entre ser internado ou n�o. Da�, vem a pol�mica: como voc� foi tratado? Em hip�tese alguma, eticamente, eu posso falar. Seja l� qual for a minha resposta, causa um grande dano para a sociedade. � que, qualquer coisa que eu fale neste momento, cria uma ida ou n�o ida que ningu�m controla. Esse sigilo que eu me impus e impus que as pessoas respeitassem � para prote��o da sociedade. Se eu falo que tomei um determinado medicamento, seja l� qual for, vai haver uma corrida �s farm�cias porque eu estou vivo. Se eu falo que n�o tomei, eu desacredito as pessoas que acreditam. Sigilo n�o foi falta de transpar�ncia, foi preserva��o da sociedade."

Politiza��o

O infectologista criticou a politiza��o da discuss�o e afirmou que foi "v�tima de um massacre na internet". Ele disse que n�o se op�e aos testes com a subst�ncia. "Tenho um inimigo, que � o v�rus. A cloroquina � uma perspectiva, porque n�o tem qualquer trabalho com evid�ncias cient�ficas que conclua se ela � efetiva ou n�o. Eu nunca me pus contra, desde que o m�dico prescreva e que se saiba dos efeitos colaterais para o cora��o, vis�o, sistema de coagula��o e hep�tico."

O m�dico n�o quis comentar a possibilidade de redu��o do isolamento social em regi�es que n�o tiveram comprometimento em mais do que metade da capacidade de atendimento a partir do pr�ximo dia 13, uma proposta do governo federal. Mas demonstrou preocupa��o com o avan�o da doen�a.

"Estamos no ponto crescente de uma curva que vai se estabilizar, mas ainda n�o sabemos se estamos enfrentando o Everest ou uma montanha menos �ngreme. Havia uma perspectiva de curva para baixo, mas estamos em uma tend�ncia de ascens�o."

Ainda de acordo com Uip, a desmobiliza��o do isolamento social durante a quarentena � uma realidade em S�o Paulo. "H� quatro grupos de epidemiologistas estudando essa movimenta��o e geolocaliza��o. O distanciamento social evitou que o n�mero de infectados fosse dez vezes maior. Se isso n�o fosse feito, em maio, estar�amos com os hospitais sobrecarregados. Temos as informa��es de 80 milh�es de celulares e sabemos onde est� a movimenta��o. O �ndice de distanciamento est� em 52% e atingimos o pico de 56%. Temos de chegar a 70%. E a �rea metropolitana est� mais envolvida do que o interior", afirmou.