O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo, 12, durante uma celebra��o de P�scoa com l�deres religiosos, que o novo coronav�rus "est� come�ando a ir embora". De acordo com o Minist�rio da Sa�de, por�m, a situa��o mais cr�tica, ao menos em S�o Paulo e no Rio de Janeiro, deve ser vivenciada apenas no final de abril e no in�cio de maio.
"Tenho dito desde o come�o, h� 40 dias. Temos dois problemas pela frente, o v�rus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que est� come�ando a ir embora a quest�o do v�rus, mas est� chegando e batendo forte o desemprego", afirmou o presidente, ao fim da celebra��o, realizada por videoconfer�ncia.
At� este domingo, 1.223 pessoas perderam a vida no Brasil por causa da covid-19. Ao todo, s�o 22.169 casos confirmados at� o momento. "Devemos lutar contra essas duas coisas (o v�rus e o desemprego). Obviamente, sempre lutamos crendo, acreditando em Deus acima de tudo. Vamos vencer esses obst�culos. N�o ser�o f�ceis, mas chegaremos l�", completou o presidente.
Procurado pela reportagem, o Minist�rio da Sa�de n�o comentou as declara��es de Bolsonaro.
Ao encerrar a celebra��o, Bolsonaro lembrou o atentado que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral. Definiu o epis�dio como um milagre que o permitiu vivenciar um outro, a vit�ria na elei��o presidencial.
O presidente participou da celebra��o de P�scoa com os religiosos do Pal�cio da Alvorada. Prestigiaram a videoconfer�ncia 21 representantes da Igreja Cat�lica, de igrejas evang�licas e da comunidade judaica, al�m da empres�ria e escritora �ris Abravanel, que foi a mediadora da confer�ncia. Ela � casada com o apresentador de TV Silvio Santos.
Ora��es
Nas duas horas e 20 minutos de transmiss�o, os religiosos fizeram ora��es contra a pandemia e pela recupera��o da economia nacional.
"Quanto a esse coronav�rus, que est� atacando, oramos agora em nome de Jesus Cristo. E n�s amarramos esse principado, essa potestade maligna... que est� infectando o povo do mundo todo. E daqui damos a b�n��o e dizemos: dem�nio, voc� est� amarrado em nome do senhor Jesus!", disse o mission�rio RR Soares, da Igreja Internacional da Gra�a.
O rabino Leib Rojtenberg, da Beit Chabad de Bras�lia, por sua vez, afirmou que o momento exige que as pessoas abram m�o de ir �s ruas, uma posi��o que contraria o tom de discurso adotado por Bolsonaro. A recomenda��o para que as pessoas fiquem em casa � a principal estrat�gia da maior parte dos especialistas para que a velocidade de cont�gio seja reduzida.
"A m�o de Deus conseguiu entrar e colocar todos n�s na mesma situa��o, dentro de casa. Claro que toda mudan�a � para o bem. Devemos receber essa li��o com bons olhos, celebrarmos a liberdade. E liberdade n�o � s� sair na rua, coisa que devemos nos abster nesses dias. Mas sim de express�o, harmonia, compaix�o, solidariedade. Individualidades devem ser deixadas de lado", disse.
O presidente Bolsonaro tem deixado de lado a orienta��o de isolamento. Na sexta-feira e no s�bado, ele foi ao encontro de apoiadores, que se aglomeraram para cumpriment�-lo.
Tamb�m convidado para a celebra��o, o padre cat�lico Reginaldo Manzotti pediu ora��es para que a classe pol�tica se una no combate � pandemia. "Rezemos pelo nosso presidente, pelos governadores, pelos prefeitos. Rezemos para que a classe pol�tica se una com discernimento e sabedoria", disse.
Em meio ao avan�o da doen�a no Brasil, Bolsonaro e governadores t�m rivalizado sobre o grau de isolamento social necess�rio para conter o novo coronav�rus e sobre o uso da cloroquina para tratar pessoas infectadas. A diverg�ncia resultou at� no rompimento do presidente com o governador de Goi�s, Ronaldo Caiado (DEM), um de seus principais aliados.
Por outro lado, o pastor Silas Malafaia criticou o que chamou de "profetas do caos". "L�gico, toda morte � uma trag�dia. N�o estamos aqui fazendo jogos de n�meros, de morte. Mas a verdade � que h� um esp�rito de p�nico e medo colocado na popula��o por interesses escusos e interesses pol�ticos", declarou.
Ao abrir a celebra��o, o presidente, sem mencionar a crise, afirmou que o Pa�s precisa saber o que est� acontecendo, mas sem p�nico. "Cada vez mais precisamos da verdade. O pa�s precisa ser informado do que realmente est� acontecendo. N�o atrav�s do p�nico, mas atrav�s de mensagens de paz, de conforto. Cada um se preparar para a realidade", frisou.
Presente
Antes de se reunir com os l�deres religiosos, o presidente recebeu uma imagem de Santa Paulina, a primeira religiosa brasileira canonizada pela Igreja Cat�lica. O presente foi dado pelo deputado Rog�rio Peninha Mendon�a (MDB-SC), natural de Nova Trento, cidade catarinense que tem a santa como padroeira.
"Ele est� bem preocupado com a situa��o do desemprego", disse o parlamentar � reportagem ap�s a visita.
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