
A tarefa que colocou o policial na vigil�ncia direta de Bolsonaro por cerca de dois meses demandou "trabalho intenso de intelig�ncia". Ramagem foi o terceiro delegado a assumir a miss�o. O primeiro, Daniel Fran�a, foi substitu�do ap�s o ent�o candidato sofrer um atentado em Juiz de Fora, Minas Gerais. O outro, Antonio Marcos Teixeira, foi retirado logo ap�s o segundo turno, em 28 de outubro.
Alexandre Ramagem passou em concurso da Pol�cia Federal em 2005. Chegou a ser nomeado superintendente no Cear� no ano passado, mas n�o chegou a assumir o posto. Foi convidado para trabalhar em Bras�lia, perto de Bolsonaro, como auxiliar direto de Carlos Alberto Santos Cruz, ent�o chefe da Secretaria de Governo. Permaneceu como assessor especial de Luiz Eduardo Ramos, sucessor de Santos Cruz no cargo.
Da assessoria, foi indicado a chefe da Abin com a autoridade de quem gozava da "total confian�a" da fam�lia Bolsonaro. Ele chegou ao posto depois de um lobby do deputado Eduardo, escriv�o de carreira da PF, do vereador Carlos e do senador Fl�vio Bolsonaro.
Na sabatina realizada pela Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado, como etapa do processo de nomea��o, em junho de 2019, Fl�vio Bolsonaro fez diversos elogios ao policial. "Goza da total confian�a", disse o parlamentar na ocasi�o. "A sua compet�ncia n�o � questionada em momento nenhum", afirmou o filho do presidente.
Fl�vio tamb�m fez votos para que delegado e equipe pudessem "alimentar" o presidente com informa��es para tomada de "decis�es importantes". "� fundamental ter uma equipe que disp�e n�o s� de tecnologia de ponta, � frente daquelas usadas por marginais, mas tamb�m do pessoal qualificado, que tenha a vis�o, a percep��o, a iniciativa de identificar o que � importante, para que se busque, para alimentar o presidente da Rep�blica e toda sua equipe", disse o senador.
O parlamentar � alvo de investiga��es no Rio de Janeiro que apuram esquemas no gabinete do ent�o deputado estadual. A press�o sobre Fl�vio se intensificou ainda em dezembro de 2018, quando o Estado revelou movimenta��es at�picas nas contas do ex-policial militar Fabr�cio Queiroz, seu assessor na Assembleia Legislativa.