A sa�da do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, com acusa��es graves contra o presidente Jair Bolsonaro, aumentar� a press�o sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes. O diagn�stico � de auxiliares do pr�prio ministro. No mercado financeiro, a avalia��o � que Guedes pode ser a pr�xima "bola da vez".
Antes da sa�da de Moro, Guedes j� tinha alertado o chefe de que o seu governo poderia cometer os mesmos erros de governos petistas na economia com o plano de obras p�blicas para alavancar o crescimento. Com a resist�ncia do ministro aos planos "desenvolvimentistas" do presidente, bolsonaristas querem impor ao "Posto Ipiranga" a pecha de "inimigo dos pobres".
Depois do ex-ministro da Sa�de Henrique Mandetta e de Moro, Guedes entrou no processo de "fritura" deflagrado por uma ala do governo por insistir no discurso de manuten��o da sua pol�tica de ajuste fiscal na fase p�s-pandemia. O presidente, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, est� disposto a fazer um "cavalo de pau" no seu governo.
Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, integrantes da Casa Civil e auxiliares diretos de Bolsonaro t�m reclamado da "vis�o fiscalista" do Minist�rio da Economia e da falta de um contraponto econ�mico dentro do governo, como havia antes da cria��o do superminist�rio sob a al�ada de Guedes.
A unifica��o dos minist�rios da Fazenda e do Planejamento, entre outras �reas da economia do governo, foi uma das condi��es para que Guedes aceitasse o convite de Bolsonaro para compor o governo. Hoje, por�m, o diagn�stico no Planalto � que o desenho concentrou poder muito grande nas m�os de um �nico ministro, sem que haja contraponto �s suas vis�es. Quando um parlamentar quer emplacar um projeto, � a Economia que det�m os n�meros.
No passado, Fazenda e Planejamento j� protagonizaram embates hist�ricos por suas vis�es distintas sobre a dire��o da pol�tica econ�mica. Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, Guedes n�o aceitaria uma mudan�a nessa linha.
A avalia��o, por�m, � de que, caso o presidente atenda �s press�es e fa�a de fato o movimento de fatiar a Economia, n�o seria agora porque o impacto seria muito ruim num momento em que a atividade e a confian�a dos investidores penam sob os efeitos da pandemia.
As negocia��es de Bolsonaro com o bloco de partidos do Centr�o, no entanto, t�m fortalecido essa press�o, com o PTB querendo recriar o Minist�rio do Trabalho, pasta historicamente comandada pela legenda.
Embate
O embate entre as vis�es econ�micas dentro do governo foi escancarado publicamente com o Plano Pr�-Brasil, que em um de seus eixos prev� dinheiro p�blico para bancar obras em infraestrutura. Guedes alertou Bolsonaro que ele pode cometer o erro do governo petista, o que piorou o clima.
A interlocutores, o ministro da Economia chama o programa de "PAC do Marinho", numa cr�tica ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rog�rio Marinho, um dos entusiastas do plano.
O ministro reagiu nos bastidores com artilharia contra Marinho, um ex-subordinado considerado por ele "desleal" ao incentivar Bolsonaro a ir � frente com o plano. A equipe econ�mica ficou de fora do debate interno, at� mesmo por discordar de sua dire��o.
Guedes considera Marinho desleal, mas n�o os militares. "Inimigos s�o pautas-bomba. Desarmei a do Maia-governadores (presidente da C�mara, Rodrigo Maia) acionando o Alcolumbre (Davi Alcolumbre, presidente do Senado)", disse Guedes a um interlocutor, em refer�ncia ao projeto de socorro a Estados e munic�pios.
O sinal de alerta mais contundente da fritura sentido pela equipe de Guedes foi visto em reportagem da TV Record, empresa com fortes v�nculos ao bolsonarismo, que acusa o ministro de cinco erros sem explicitar os problemas.
Outro sinal comum em Bras�lia, quando um presidente quer esvaziar um ministro, � n�o inclu�-lo na agenda. Na sexta, Guedes ficou fora de agenda que tinha os ministros Marinho e de Infraestrutura, dois dos articuladores do Pr�-Brasil. Nomes para substituir o ministro j� est�o na pra�a, entre eles o presidente da Caixa, Pedro Guimar�es, e o pr�prio Marinho.
Apesar do "fogo amigo" dos �ltimos dias, em reuni�o hoje com a equipe, Guedes transmitiu tranquilidade e foco nas a��es da crise. O tema da reuni�o foi a a��o do governo para destravar cr�dito, segundo diversos relatos de participantes da reuni�o, que ocorreu antes da entrevista de Moro. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA