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Estado de Minas POL�TICA

Ap�s Moro sair, crise no governo Bolsonaro pressiona Paulo Guedes

Guedes entrou em atrito com colegas na Esplanada e exp�s sua contrariedade com o plano econ�mico anunciado na semana passada para o per�odo p�s-pandemia


postado em 26/04/2020 16:00 / atualizado em 26/04/2020 19:44

Paulo Guedes pode ser 'bola da vez' da fritura no governo(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Paulo Guedes pode ser 'bola da vez' da fritura no governo (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
Considerado nos bastidores a "bola da vez" da fritura no governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrou em atrito com colegas na Esplanada e exp�s sua contrariedade com o plano econ�mico anunciado na semana passada para o per�odo p�s-pandemia do coronav�rus. Em conversa r�spida com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rog�rio Marinho, no Pal�cio do Planalto, acusou o ex-auxiliar de atrapalhar a atua��o do Banco Central na crise e na pol�tica de juros.

O di�logo foi trocado quando os dois ministros, agora desafetos, se encontraram para o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, na sexta-feira, depois da demiss�o de S�rgio Moro do Minist�rio da Justi�a e da Seguran�a P�blica. A desaven�a envolvendo o outro "superministro" do governo coloca mais lenha na fogueira da crise pol�tica que o presidente enfrenta.

Depois de Luiz Henrique Mandetta, demitido da Sa�de, e de Moro, Guedes entrou no processo de "fritura" deflagrado por uma ala do governo por insistir no discurso de manuten��o da sua pol�tica de ajuste fiscal. O presidente, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, est� disposto a dar um "cavalo de pau" no seu governo e aposta no Plano Pr�-Brasil, baseado em obras e investimentos com dinheiro p�blico, para recuperar o Pa�s na fase p�s-pandemia. Essa mudan�a de rumo envolve ainda a aproxima��o com parlamentares do Centr�o, bloco informal do Congresso que n�o gosta de Guedes e defende o aumento dos gastos p�blicos.

Nos bastidores, a �rea econ�mica v� uma articula��o de Marinho com parlamentares para colocar em Guedes o carimbo de insens�vel com os pobres. O ministro da Economia tem rebatido as cr�ticas ao dizer a interlocutores que partiu dele pr�prio a ideia de cria��o do aux�lio emergencial aos trabalhadores informais, combinando com presidente para subir o valor e chegar aos R$ 600.

As especula��es no mercado sobre uma poss�vel sa�da de Guedes aumentaram ap�s as demiss�es de Mandetta e de Moro terem sido motivadas pela interfer�ncia do presidente nas duas pastas. A pergunta que agora se faz no meio pol�tico � se Guedes vai aceitar uma inger�ncia de Bolsonaro em suas a��es. Os dois ex-colegas de Esplanada n�o aceitaram.

Apesar da press�o, o ministro tem dito a interlocutores que n�o h� nenhuma inten��o de deixar o cargo, mas tamb�m n�o pretende mudar sua pol�tica econ�mica de aumento dos investimentos via iniciativa privada.

Contraponto

Auxiliares diretos de Bolsonaro reclamam da "vis�o fiscalista" do Minist�rio da Economia e da falta de um contraponto econ�mico dentro do governo, como havia antes da cria��o do superminist�rio sob a al�ada de Guedes.

Ap�s tomar as r�deas da negocia��o com o Congresso na reforma da Previd�ncia, no ano passado, quando ainda assessorava Guedes, Marinho ganhou a confian�a de Bolsonaro. Al�ado a ministro, passou a fazer parte de um n�cleo de conselheiros mais pr�ximos do presidente.

No encontro de sexta-feira no Planalto, Marinho tentou uma conversa com Guedes, sem sucesso. Segundo apurou o Estado, o ministro da Economia disse ao ex-auxiliar que s� conversa com ele no "f�rum que ele escolheu", ou seja, em reuni�es ministeriais. "N�o tenho nada para conversar com voc�", avisou o ministro. Marinho n�o foi para o embate.

O ministro da Economia chegou a citar que chamaria o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tamb�m presente no pronunciamento de Bolsonaro, para mostrar o "estrago" que o Plano Pr�-Brasil, anunciado sem a equipe econ�mica, fez no mercado e no valor das empresas brasileiras, trazendo incertezas para o futuro da economia. No dia do lan�amento do plano, o d�lar subiu, os juros a longo prazo abriram em alta e a Bolsa caiu.

Guedes e sua equipe batizaram, internamente, o plano Pr�-Brasil de "PAC do Marinho", numa refer�ncia ao Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) de obras p�blicas dos governos do PT.

O ministro afirmou a auxiliares que Marinho foi o articulador do programa e foi chamando "um a um" os ministros para comprarem a ideia e emplacar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) "fura teto de gastos", a regra fiscal que o impede o crescimento das despesas acima da infla��o. A interlocutores, o Marinho negou que Guedes tenha falado na sua frente sobre BC e nega o rompimento.

A expectativa em parte do governo � de que haver� uma converg�ncia de ideias em torno da necessidade dos investimentos p�blicos para a retomada econ�mica ap�s a crise, o que est� sendo feito no mundo todo devido ao aumento da avers�o ao risco. O maior exemplo, na avalia��o dos defensores desse quadro, � decis�o da Boeing de desistir de comprar a Embraer.

Respostas

O Minist�rio do Desenvolvimento Regional disse que n�o h� indisposi��o entre Rog�rio Marinho e Paulo Guedes. O Minist�rio da Economia n�o comentou.


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