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Estado de Minas CRISE NO PLANALTO

Sobe a tens�o no governo, ap�s Moro ter confirmado den�ncias � PF

Detalhamento das den�ncias contra o presidente ser� encaminhado ao ministro relator do STF Celso de Mello, que deve determinar nos pr�ximos dias o recolhimento de provas


postado em 03/05/2020 04:00 / atualizado em 03/05/2020 00:07

Ex-ministro da Justiça entrou por acesso privado na sede da Polícia Federal em Curitiba e prestou depoimento tão longo que precisou ser interrompido no fim da tarde(foto: Franklin Freitas/AFP)
Ex-ministro da Justi�a entrou por acesso privado na sede da Pol�cia Federal em Curitiba e prestou depoimento t�o longo que precisou ser interrompido no fim da tarde (foto: Franklin Freitas/AFP)

 

 Bras�lia – O depoimento do ex-ministro Sergio Moro na Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Curitiba, foi t�o longo que precisou ser interrompido pelo menos uma vez. Os esclarecimentos come�aram no in�cio da tarde e se estenderam pela noite.  Moro respondeu perguntas de dois delegados da Diretoria de Investiga��o e Combate ao Crime Organizado e de tr�s procuradores que sa�ram de Bras�lia e foram at� o Paran� para participar da oitiva. O ex-ministro chegou ao pr�dio da PF em uma viatura da corpora��o e entrou por acesso privativo, que fica nos fundos do edif�cio. Ele detalhou as acusa��es contra o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o chefe do Executivo atuou mais de uma vez para tentar interferir no comando da corpora��o e solicitou acesso a informa��es das quais n�o poderia ter conhecimento, pois n�o era parte nos inqu�ritos investigados.

 

A oitiva se estendeu por tanto tempo que um intervalo precisou ser realizado no fim da tarde. � noite ocorreu mais uma pausa para lanche, com a retomada do depoimento em seguida. Na sala, Moro e os demais integrantes estavam afastados por uma dist�ncia de um metro cada um, e todos usavam m�scara para se proteger do novo coronav�rus.

 

O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, destacou para a oitiva os procuradores Jo�o Paulo Lordelo Guimar�es Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita, que atuam no gabinete dele na capital federal. Apoiadores de Moro e do presidente Jair Bolsonaro se enfrentaram em frente ao pr�dio da corpora��o. Nos momentos mais hostis, a Pol�cia Militar precisou intervir. Um manifestante que estava do lado favor�vel ao presidente chegou a tentar agredir jornalistas, sendo contido pela pol�cia.

 

O depoimento de Moro deve ser encaminhado ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inqu�rito que apura as den�ncias feitas contra Jair Bolsonaro. O conte�do pode ser mantido sob sigilo se a PF entender que esse ato � necess�rio para preservar a investiga��o. Nos pr�ximos dias, Celso de Mello deve determinar o cumprimento de dilig�ncias para recolher provas e informa��es para averiguar as den�ncias.

 

No governo, o clima foi de apreens�o ao longo de todo o dia. O presidente Jair Bolsonaro tentou demonstrar que n�o estava preocupado com assunto. No entanto, ao longo de todo o dia conversou com aliados e com os filhos, para avaliar eventuais impactos das revela��es. Interlocutores do Planalto informaram que o maior temor � de que ao longo dos �ltimos meses, Moro tenha registrado diversas conversas com o presidente, n�o s� por mensagens de texto, mas tamb�m em �udios e v�deos.

 

A deputada Bia Kicis (PSL-DF), afirmou que entrou em contato com o presidente no meio da noite, e recebeu dele, a informa��o de que estava enfrentando a situa��o com tranquilidade. “Acabei de falar com o presidente Jair Bolsonaro. Ele est� tranquilo. Sabe que nem em 15 meses de conversa gravada e nem que fossem 15 anos, Sergio Moro teria alguma coisa contra ele. Talvez uns palavr�es, quem sabe, mas acho que isso n�o � crime, a n�o ser que o STF resolva criar um”, declarou a parlamentar.

 

Defesa Para atuar em sua defesa, Sergio Moro contratou Rodrigo S�nchez Rios e outros 3 advogados. Conhecido criminalista de Curitiba, S�nchez � secret�rio-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paran�. Ele j� atuou em casos da Lava-Jato em que o pr�prio ex-ministro da Justi�a era o juiz da causa. Entre o rol de clientes do defensor no �mbito da Lava-Jato est� o ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente da C�mara.

 

S�nchez tamb�m atuou na defesa do empres�rio Marcelo Odebrecht, uma das figuras mais marcantes do caso Lava-Jato, e ex-presidente da empreiteira que leva seu sobrenome e esteve profundamente envolvida no esquema de desvio de recursos da Petrobras. O defensor de Moro � graduado em Direito pela Universidade Federal do Paran�, desde 1987.

 

'Motiva��o pol�tica' Em apoio ao presidente, o filho e deputado Eduardo Bolsonaro (SP) afirmou que o ex-ministro "certamente tem motiva��es pol�ticas" ao denunciar supostos atos il�citos no governo. “Fica bem claro que o Moro que combateu a criminalidade, o Moro que combateu a corrup��o na Lava-Jato merece os nossos aplausos. O Moro pol�tico deixou a desejar”, disse Eduardo em transmiss�o ao vivo nas redes sociais, no final da tarde de ontem. Durante a live, Eduardo criticou Moro por alegar que ele foi o respons�vel por incluir, em janeiro de 2019, a previs�o de cofre em alguns casos para a posse de armas – ponto que acabou sendo modificado. (Com ag�ncias)


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