
O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, afirmou que apenas os di�logos entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro na reuni�o do presidente com ministros do primeiro escal�o, realizada em 22 de abril, devem ser divulgados. O restante do encontro, de acordo com o procurador-geral, pode conter temas sens�veis e deve ser descartado.
"A rigor, s� interessa ao inqu�rito partes referentes a di�logos travados entre o presidente da Rep�blica e o ex-ministro S�rgio Moro", disse Aras ao programa Canal Livre, da Band, na madrugada desta segunda-feira (11/5).
"Assuntos estranhos a essa interlocu��o devem ser dispensados, porque imagina-se que possa haver conversas que envolvam at� quest�es de soberania nacional", completou.
"A rigor uma reuni�o de ministros de Estado pode vir a criar embara�os n�o s� internos, mas tamb�m nas rela��es internacionais. Creio que a l�gica seria que n�s pud�ssemos cronometrar apenas os pontos referentes aos di�logos entre o presidente e o ex-ministro", disse.
Aras afirmou que o inqu�rito, que foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, n�o deve durar muito tempo.
Inqu�rito das fake news
O procurador-geral da Rep�blica tamb�m falou sobre o inqu�rito de fake news e financiamento de atos antidemocr�ticos, relatado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
"� preciso fazer um corte entre liberdade de express�o e organiza��o de atos que possam atentar contra o regime democr�tico", afirmou. "A �nica ideologia de Estado no Brasil admiss�vel � a da democracia participativa", prosseguiu.
Aras disse, no entanto, que ainda n�o est� informado sobre o desenvolvimento do inqu�rito, pois o resultado de dilig�ncias j� realizadas ainda n�o foi revelado.
O procurador-geral explicou porque o presidente Bolsonaro n�o foi citado no inqu�rito, apesar de ter participado de manifesta��o em frente ao quartel-general do Ex�rcito, em Bras�lia, onde havia pedidos de interven��o militar e da instaura��o de um novo AI-5.
"Se coloc�ssemos as declara��es que Bolsonaro fez naquele evento numa folha de papel de um editorial, elas n�o teriam impacto que possam ser tomadas como antidemocr�ticas", afirmou Aras.
"A presen�a dele (na manifesta��o), sim, pode merecer especula��o, mas n�s avaliamos isso e por isso optamos por identificar organizadores do evento, j� que a fala do presidente isoladamente n�o tem conte�do atentat�rio contra institui��es ou que possa se caracterizar como antidemocr�tico."