A defesa do ex-ministro S�rgio Moro pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, relator do inqu�rito sobre suposta tentativa de interfer�ncia do presidente Jair Bolsonaro na PF, que determine a divulga��o da �ntegra do v�deo da reuni�o ministerial do dia 22 de abril, ou ao menos que, 'sejam publicizadas todas as falas do presidente durante tal reuni�o'. Segundo os advogados de Moro, por se tratar de um ato oficial do governo, a divulga��o integral do conte�do caracterizar� 'verdadeira li��o c�vica'.
A manifesta��o se d� em resposta � decis�o do proferida pelo decano na noite desta ter�a, 13, que fixou um prazo de 48 horas para que o ex-ministro, o procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) se manifestem sobre o levantamento do sigilo - total ou parcial - da grava��o.
No documento enviado ao Supremo, os advogados de Moro alegam ainda que a divulga��o integral do conte�do da grava��o 'permitir� verificar que as declara��es do Presidente da Rep�blica foram direcionadas ao Ministro da Justi�a, especialmente por este n�o ter apoiado a ida do presidente ao ato de 19 de abril, n�o ter apoiado Bolsonaro em suas manifesta��es contr�rias ao distanciamento social, n�o ter apoiado as declara��es p�blicas de minimizar a gravidade da pandemia e n�o ter concordado com a interfer�ncia na PF do Rio de Janeiro e na Dire��o-Geral'.
A defesa do ex-ministro argumenta ainda que durante a exibi��o do v�deo nesta ter�a, 12, a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo decano, foi poss�vel verificar 'aus�ncia de qualquer assunto pertinente a Segredo de Estado ou que possa gerar incidente diplom�tico, muito menos colocar em risco a Seguran�a Nacional'.
Antes de entregar a �ntegra do v�deo ao STF, como determinado por Celso de Mello, a AGU pediu que o decano reconsiderasse a ordem alegando que na reuni�o foram tratados 'assuntos potencialmente sens�veis e reservados de Estado'.
Fontes que acompanharam nesta ter�a-feira, 12, a exibi��o do v�deo avaliam que o conte�do da grava��o 'escancara a preocupa��o do presidente com um eventual cerco da Pol�cia Federal a seus filhos' e que Jair Bolsonaro justificou a necessidade de trocar o superintendente da corpora��o no Rio de Janeiro � defesa de seus pr�prios filhos alegando que sua fam�lia estaria sendo 'perseguida'. O presidente aparece no v�deo chamando a superintend�ncia fluminense da PF de 'seguran�a do Rio', segundo relatos.
Os investigadores avaliam que o material � 'devastador' para o presidente. Entendem que a grava��o confirma cabalmente as acusa��es do ex-ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica S�rgio Moro que atribui ao presidente tentativa de interfer�ncia na corpora��o, o que levou � abertura do inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na peti��o enviada a Celso de Mello, a defesa de Moro indica ainda que "n�o se desconhece que existem manifesta��es potencialmente ofensivas realizadas por alguns Ministros presentes ao ato e que, se tornadas p�blicas, podem gerar constrangimento". "De todo modo, esta circunst�ncia n�o � suficiente para salvaguardar o sigilo de declara��es que se constituem em ato pr�prio da Administra��o P�blica, inclusive por n�o ter sido levado a efeito em ambiente privado", registra o texto.
Segundo relatos feitos � reportagem, ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, aparece no v�deo dizendo na reuni�o que 'todos tinham que ir para a cadeia, come�ando pelos ministros do STF' e a e a ministra da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos Damares Alves defendendo a pris�o de governadores e prefeitos.
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