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Estado de Minas POL�TICA

TV cat�lica desautoriza padre que tratou de verba com Bolsonaro


postado em 09/06/2020 11:57

Uma das principais emissoras de inspira��o cat�lica no Pa�s, a TV Pai Eterno desautorizou o pedido de ajuda em forma de verbas publicit�rias feito por um de seus padres-apresentadores ao presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de uma oferta para apresentar not�cias positivas sobre a��es do governo. O epis�dio, revelado pelo Estad�o, repercutiu mal na Igreja e agravou a divis�o interna entre a ala conservadora, mais simp�tica ao presidente, e os considerados progressistas, cr�ticos a Bolsonaro.

O mission�rio redentorista Welinton Silva apelou ao presidente citando que a TV Pai Eterno passa por "dificuldades" de arrecada��o e que o segmento cat�lico de comunica��o como um todo tem ficado "esquecido". "A nossa realidade � muito dif�cil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doa��es, com baixa comercializa��o, e dentro dessa dificuldade estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa not�cia, levando ao conhecimento da popula��o cat�lica, ampla maioria desse Pa�s, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o presb�tero.

"Esse � um segmento que tem ficado esquecido, que � o segmento de comunica��o cat�lico. Precisamos ter mais aten��o para que esses microfones n�o sejam desligados, para que essas c�meras n�o se fechem."

A TV Pai Eterno disse que o padre Welinton Silva, apresentador que participou em 21 de maio de videoconfer�ncia com Bolsonaro, havia recebido um convite pessoal do l�der do governo na C�mara dos Deputados, major Vitor Hugo (PSL-GO). Por isso, a emissora considera que o encontro era "informal" entre o presidente, a Frente Parlamentar Cat�lica e convidados da Igreja.

Em verdade, o encontro virtual era uma agenda p�blica oficial do presidente, transmitida pela Presid�ncia da Rep�blica, e o padre Welinton Silva disse representar a TV Pai Eterno. Al�m disso, parlamentares tamb�m o citaram como representante da TV.

"Na ocasi�o, a participa��o do Pe. Welinton se deu, unicamente, enquanto religioso e comunicador, j� que � jornalista e, atualmente, faz parte tamb�m do quadro de colaboradores da TV. Mesmo que ele tenha referenciado sua participa��o como representativa, afirmamos que ele n�o estava representando a emissora. A TV Pai Eterno n�o recebeu convite e nem enviou nenhum representante com pauta espec�fica para a videoconfer�ncia", disse a TV, em nota divulgada no domingo, dia 7. "Percebemos que o Pe. Welinton fez uso de seu livre direito de express�o n�o representativa, mesmo tendo afirmado de forma diferente, para manifestar seu pensamento do modo que considerou apropriado."

No ar desde 2019, a TV Pai Eterno � ligada ao santu�rio do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), sendo a mais nova das geradoras de conte�do cat�licas. O padre Welinton convidou Bolsonaro para visitar o local. A TV e o santu�rio s�o iniciativas dos mission�rios redentoristas, que tamb�m mant�m a TV Aparecida, e haviam manifestado "desconforto e discord�ncia". A Comiss�o de M�dias Redentoristas afirmou que a oferta dos padres e leigos cat�licos a Bolsonaro era um "atentado � unidade da Igreja" e "falta de compromisso com o Evangelho".

"A TV Pai Eterno nunca fez e n�o faz barganhas", disse a emissora, em nota que repete as palavras usadas pela Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reproduzidas pelo ve�culo oficial do Vaticano. A emissora disse trabalhar em comunh�o com a CNBB e a Signis Brasil, rede cat�lica que congrega ve�culos de comunica��o.

A CNBB se disse "indignada" com a conversa entre Bolsonaro, deputados de Frente Parlamentar Cat�lica e representantes de emissoras, entre eles sacerdotes e leigos. A entidade dos bispos brasileiros, que n�o participou do encontro, afirmou que a Igreja n�o faz "barganha".

O Estad�o apurou que as verbas estatais, de diversas esferas de governo, s�o uma importante fonte de receita para ve�culos de comunica��o de cunho religioso, que recebem doa��es de fi�is e t�m poucas inser��es de propaganda comercial. Um exemplo � o da Rede Vida, uma das maiores emissoras comerciais de vi�s cat�lico no Brasil. Segundo seu presidente, o empres�rio Jo�o Monteiro de Barros Neto, a publicidade federal caiu 85% no governo Bolsonaro. A crise provocada pela pandemia do novo coronav�rus agravou o desfalque no caixa.

Na reuni�o presidencial, tamb�m houve pedidos para liberar mais outorgas para r�dios e TVs da rede cat�lica, por parte do padre Reginaldo Manzotti, da Tv Evangelizar. Ele sugeriu que os ve�culos cat�licos poderiam "estar juntos" do presidente, no momento que o governo sofre exposi��o "negativa" na imprensa.

Procurados pelo Estad�o por mais de uma vez, a TV Pai Eterno e o padre Welinton Silva n�o responderam, tampouco o padre Reginaldo Manzotti. O l�der do governo e a Presid�ncia da Rep�blica n�o retornaram os contatos da reportagem. O espa�o est� aberto para as manifesta��es.


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