Ap�s recriar o Minist�rio das Comunica��es, o presidente Jair Bolsonaro disse na madrugada desta quinta-feira, 11, que entregou a pasta ao deputado federal F�bio Faria (PSD-RN) pela rela��o com Silvio Santos, dono do SBT. O novo ministro � casado com a filha do empres�rio, a apresentadora Patr�cia Abravanel. O presidente negou que a nomea��o seja fruto de sua aproxima��o com o Centr�o.
"Vamos ter algu�m que, ele n�o � profissional do setor, mas tem conhecimento at� pela vida que ele tem junto � fam�lia do Silvio Santos. A inten��o � essa, � utilizar e botar o minist�rio pra funcionar nessa �rea que estamos devendo h� muito tempo uma melhor informa��o", disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que a escolha foi pessoal e n�o � uma entrega de cargo aos partidos de Centr�o, com os quais t�m buscando aproxima��o em busca de um base parlamentar no Congresso.
"N�s n�o temos nada, pessoal t� atacando, "centr�o". Eu nem lembro qual o partido dele. � um deputado federal. Que tem um bom relacionamento com todos. Ele entrou em contato ali com v�rias lideran�as partid�rias, foi decidido agora, tanto � que ningu�m ficou sabendo. N�o teve acordo com ningu�m. A aceita��o foi excepcional, uma pessoa que sabe se relacionar e acho que vai dar conta do recado", elogiou.
A medida provis�ria que dividiu o Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es, comandado pelo ministro-astronauta Marcos Pontes, foi publicada no final da noite de quarta-feira, 10. Pontes segue � frente da Ci�ncia e Tecnologia, mas sua sa�da � dada como certa com o esvaziamento da pasta.
Bolsonaro disse que a mudan�a n�o acarretar� em aumento de despesa. "Nenhum cargo foi criado, exceto o pr�prio ministro. E por ser deputado ele faz op��o de sal�rio de deputado ou de ministro, ent�o custo zero, nada mais foi acrescido", disse ao chegar no Pal�cio da Alvorada.
Com a mudan�a, a Secretaria Especial de Comunica��o, ent�o subordinada � Secretaria de Governo, � extinta e foi incorporada pela novo minist�rio. F�bio Wajngarten, ent�o chefe da Secom, foi nomeado secret�rio-executivo das Comunica��es. O �rg�o era alvo de cr�ticas at� mesmo de apoiadores do presidente.
A pasta, que ficar� sob o controle do genro de Silvio Santos, ter� a distribui��o de controle a verba de propaganda do governo. F�bio Faria tamb�m vai assumir a Empresa Brasil de Comunica��o (EBC), estatal que re�ne emissoras de televis�o, r�dios e ag�ncia de not�cias. O presidente voltou a falar que o objetivo � privatizar a empresa.
"Ele (F�bio Faria) entra a todo vapor na segunda-feira (15), trabalhando j� com a equipe pr�pria. Vai aproveitar a maioria do pessoal comissionado que estava ali nesses outros �rg�os. E o objetivo �, logicamente, colocar a EBC, que n�s temos, pra funcionar. Tamb�m devemos privatizar a EBC num primeiro momento, assim que for poss�vel tamb�m", disse, afirmando que, antes, objetivo � investir em programa��o e tirar a emissora do "tra�o" na audi�ncia.
Questionado se vai recriar agora o Minist�rio da Seguran�a P�blica, Bolsonaro disse que ainda � um "estudo muito remoto", mas n�o descartou. Ele voltou a citar a autonomia do Banco Central tamb�m e a devolver � Secretaria da Pesca, comandada por Jorge Seif Jr, um espa�o no primeiro escal�o.
Durante a campanha, ele dizia que queria ter um governo com 15 minist�rios. Ao recriar o seu 23� minist�rio, disse que "exagerou" ao fazer essa promessa. "Algumas coisas n�s exageramos at� na quest�o dos minist�rios. Um pa�s continental como esse, a gente queria quinze minist�rios, botamos um n�mero. Depois chegou a vinte e dois. E o minist�rio em si n�o tem muita despesa a mais, sendo criado um ou mais minist�rios", disse.
AI-5
Bolsonaro disse que n�o entende por que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficam preocupados com o AI-5, uma das principais medidas da repress�o adotadas pela ditadura militar (1964-1985). O presidente afirmou que "raramente" os manifestantes carregam faixas pedindo a volta do AI-5.
"� falar em boitat�, bicho-pap�o, mula-sem-cabe�a. AI-5 � a mesma coisa. � o direito das pessoas se manifestar, levam faixa do que bem entender. Ou outros pedindo ali o fechamento do Supremo. Parece que vai fechar o Supremo, e da�? Quem vai fechar? Se fechar, voc� rompeu", disse.
O Ato Institucional 5 foi assinado em 1968 e � considerado uma das principais medidas de repress�o da ditadura. Entre as consequ�ncias dele est�o o fechamento do Congresso Nacional E a retirada de direitos e garantias constitucionais dos cidad�os.
Bolsonaro disse que em novembro vai indicar "uma pessoa l� afinada com os princ�pios" dele ao STF. At� o fim do atual mandato presidencial, em 2022, dois ministros se aposentar�o por idade: Celso de Mello e Marco Aur�lio Mello."Os outros foram pra l� mais indicados com os princ�pios de quem os indicou. A gente vai mudando, ano que vem tem mais uma vaga, em 23 tem duas vagas. E vai se acertando", afirmou.
Dubiedade
Bolsonaro tamb�m comentou a fala do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que disse que a "dubiedade" do presidente "assusta" a sociedade e a comunidade internacional. Primeiro, Bolsonaro disse que "� direito dele" se manifestar nesse sentido e que respeitava a opini�o de Toffoli. Em seguida, por�m, disse que ele est� "completamente equivocado" e que vai talvez ligue para ele neste s�bado, 11.
"� o direito dele se manifestar nesse sentido. N�o vou entrar em pol�mica com ele. Eu tenho conversado uma ou duas vezes por m�s com ele sem problema. E de vez em quando voc� fala alguma coisa, n�o � por isso que eu vou agora reagir, brigar com o Dias Toffoli publicamente. Ele falou a opini�o dele, eu respeito", afirmou o presidente.
Em seguida, no entanto, disse: "Ele est� completamente equivocado, se ele realmente falou isso da�. A� n�o vai mudar em nada os contatos que eu tenho com ele, pra basicamente discutir quest�es nacionais".
Witzel
Bolsonaro n�o respondeu se vai atender o pedido do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), de ter uma audi�ncia com o presidente. "Voc� sabe da hist�ria, ele se elegeu em cima dos palanques do Fl�vio Bolsonaro. Eu estava no hospital ou em casa. Sequer tirei uma foto com ele. N�o gravei nada pra ele. E t�o logo ele resolveu brigar conosco porque subiu a cabe�a que ele seria o candidato ideal em 22 (ano de elei��o presidencial)", disse.
Nesta quarta-feira, 10, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu, por unanimidade em vota��o, abrir o processo de impeachment contra o governador.
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