Conversas extra�das do celular do presidente da C�mara de Vereadores de S�o Jo�o de Meriti Davi Perini Vermelho ligaram o parlamentar � investiga��o sobre vendas de respiradores pulmonares superfaturados ao governo de Santa Catarina, culminando ainda em sua pris�o no s�bado, 6. Segundo os investigadores, n�o s� ficou evidente o envolvimento do parlamentar nas negocia��es de contratos de R$ 33 milh�es firmados sem licita��o em mar�o para atendimento dos infectados pelo novo coronav�rus, mas tamb�m o benef�cio que iria auferir com a contrata��o.
Perini Vermelho � apontado como um dos s�cios da Veigamed, empresa que realizou a venda dos respiradores para ao governo catarinense. Nas mensagens analisadas pelo Minist�rio P�blico de Santa Catarina ele afirma que utiliza as empresas de Pedro Nascimento Ara�jo, diretor executivo da Veigamed que tamb�m foi preso no �mbito da opera��o.
Al�m de Davi e Pedro, foram alvos de mandado de pris�o C�sar Augusto Martinez Thomaz Braga, advogado que teria assinado documentos como diretor jur�dico da empresa. Douglas Borba, ex-secret�rio da Casa Civil de Santa Catarina e F�bio Deambr�sio Guasti, que teria chefiado a negocia��o em nome da Veigamed.
Antes da pris�o, o vereador foi alvo de busca e apreens�o, ocasi�o em que os investigadores pegaram seu celular. Com o parlamentar, foram encontrados ainda R$ 300 mil. No inqu�rito, os investigadores afirmam que 'Davi ostenta seu poder econ�mico' e justificam o pedido de pris�o para impedir a continuidade dos crimes e porque o parlamentar costuma transitar 'facilmente pelo pa�s, fazendo uso de aeronaves privadas, o que indica possibilidade concreta de fuga'.
A investiga��o � conduzida por agentes do Minist�rio P�blico e Pol�cia Civil catarinenses e aponta que al�m de superfaturados, os produtos entregues tinham 'qualidade inferior, imprest�vel para atendimento de pacientes graves da Covid-19'.
A Promotoria considera que 'trata-se, possivelmente, do crime mais perverso cometido na hist�ria recente catarinense'. Ainda segundo os agentes, o grupo 'mesquinha' e 'dissimuladamente', 'em detrimento da vida da popula��o, para auferir ganho milion�rio, 'aproveitando-se da situa��o de calamidade p�blica' imposta pela Covid-19.
Di�logos
De acordo com os hor�rios dos di�logos apresentados do representa��o do MP-SC, a mensagens sobre 'estar com o burro na sombra' foram enviadas pouco depois de o vereador comentar uma carga de 100 mil kits de diagn�stico para coronav�rus avaliada em R$ 11 milh�es. Segundo a Promotoria, o montante foi bloqueado por decis�es da Vara Criminal da Comarca de Gaspar e pela Vara Criminal da Regi�o Metropolitana de Florian�polis.
Os investigadores indicam que os testes teriam sido pagos com os valores recebidos do Estado de Santa Catarina. "As circunst�ncias dessa compra merecem aprofundamento investiga��es, pois h� ind�cios de pr�tica de atos de lavagem de dinheiro tamb�m nessa movimenta��o", afirma a Promotoria.
Em outras mensagens apresentadas � Justi�a, trocadas com Pedro, Davi afirma ter 'apagado tudo no seu telefone'. Os dois tamb�m demonstram preocupa��o com o avan�o da apura��o sobre os contatos. "A an�lise preliminar do telefone celular apreendido na resid�ncia de Davi j� foi suficiente para comprovar que ele livrou-se de provas importantes para a investiga��o e futura instru��o criminal", afirmaram os investigadores na representa��o.
Testes roubados em S�o Paulo
A representa��o do MP-SC tamb�m cita envolvimento do vereador em negocia��o relacionada aos 15 mil testes de coronav�rus que foram roubados do aeroporto de Guarulhos. Segundo a Promotoria, ao ser interrogado, Davi relatou sua participa��o, juntamente com Pedro, na transa��o de testes para coronav�rus em Guarulhos.
Os investigadores apontaram que a negocia��o envolveu a compra e a subsequente venda, pela Veigamed, dos 15 mil testes que, posteriormente, foram apreendidos pela Pol�cia, uma vez que se tratam de carga furtada do aeroporto de Guarulhos.
"Davi afirma que foi pessoalmente at� o Estado de S�o Paulo, quando, al�m providenciar a entrega dos testes em um quarto de hotel, esteve pessoalmente no escrit�rio de F�bio para afian�ar que Cesar Augustus e Pedro eram pessoas "de car�ter", "id�neas". Isso porque, F�bio estaria pressionando Pedro e C�sar sobre a quest�o envolvendo o contrato com o Estado de Santa Catarina".
A transa��o � citada por Davi em mensagens quando o vereador trata das investiga��es e do 'preju�zo' que teve. "Tonto prenderam carga 11 milh�es me quebrou. Mas carga de S�o Paulo 2,5 milh�es", escreveu.
COM A PALAVRA, O VEREADOR DAVI PERINI VERMELHO
A reportagem busca contato com o vereador. O espa�o est� aberto para manifesta��es.
POL�TICA