Em evento virtual da maior confer�ncia da direita conservadora dos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o Brasil n�o tem casos como o de George Floyd, morto em Minneapolis ap�s abordagem policial truculenta. Para o filho do presidente Jair Bolsonaro, a onda de protestos gerada com o epis�dio n�o � antirrascista, mas apenas uma "estrat�gia esquerdista" para "tomar o poder".
O parlamentar foi convidado pela Confer�ncia de A��o Pol�tica Conservadora (CPAC, na sigla em ingl�s) para falar, entre outras coisas, dos reflexos no Brasil das revoltas que eclodiram nos Estados Unidos. Na transmiss�o, realizada na �ltima sexta-feira (12), o brasileiro referiu-se �s manifesta��es como "riots", palavra usada por cr�ticos dos movimentos. Tem significado semelhante a baderna, vandalismo.
"Se voc� observar o que est� acontecendo nos Estados Unidos, os protestos... eles dizem manifesta��es, eu diria baderna. Eles dizem contra racistas... eles est�o tentando importar isso aqui para o Brasil mesmo n�o havendo caso como o de Floyd, que infelizmente morreu, ningu�m quer que isso aconte�a. Mas eles est�o tentando trazer para c� esse tipo de 'protestos'. No final das contas, sabemos que � s� estrat�gia dos esquerdistas para tentar tomar o poder", afirmou o Zero Tr�s.
N�meros mostram, no entanto, que no Brasil, assim como nos Estados Unidos, uma pessoa negra corre mais risco de ser morta pela pol�cia do que uma pessoa branca. L�, o risco � 2,9 vezes maior. Aqui, 2,3 vezes. No entanto, a pol�cia brasileira mata mais, mesmo com popula��o menor. Em todo o ano passado, s� no Rio de Janeiro a pol�cia matou quase o dobro do que matou a pol�cia americana em todo o pa�s, no mesmo per�odo.
Os protestos originados no Estado de Minnesota, que se espalharam pelo mundo, t�m inspira��o n�o apenas na revolta pela morte de mais um homem negro, mas em uma oportunidade de gritar contra o racismo sist�mico e institucional.
Estrat�gia do Planalto
Durante seus coment�rios, Eduardo recorreu � estrat�gia do Pal�cio do Planalto para tirar a legitimidade das manifesta��es que ganharam as ruas h� tr�s finais de semana com pautas antifascistas, antirrascistas e contra o governo. Governistas t�m tentando ampliar epis�dios pontuais de viol�ncia e vandalismo para desmerec�-las no todo. O temor � o de que os atos cres�am e se tornem pr�-impeachment.
"Nas �ltimas oito semanas tivemos protestos pr�-Bolsonaro, mas o que aconteceu foi que esses esquerdistas foram �s ruas, com pessoas violentas, e come�aram brigas. Depois do que isso aconteceu, na semana passada, a partir de agora, n�o estamos organizando... as pessoas n�o est�o indo �s ruas mais mostrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Eles usam a viol�ncia como ferramenta pol�tica para atacar inimigos", comentou o deputado.
As declara��es de Eduardo Bolsonaro foram feitas em conversa transmitida pela internet com Matt Schlapp, ex-conselheiro de George W. Bush, l�der da Uni�o Conservadora Americana (ACU) e marido de Mercedes Schlapp, que entre 2017 e 2019 foi diretora de Comunica��es Estrat�gicas da Casa Branca.
Cr�tica de Trump � margem
A cr�tica do presidente Donald Trump � maneira como Jair Bolsonaro conduz a crise sanit�ria n�o foi pauta da participa��o de Eduardo na transmiss�o. No dia 5 de junho, o americano citou o Brasil como mau exemplo de enfrentamento ao novo coronav�rus.
"Se voc� olhar para o Brasil, eles est�o passando por grandes dificuldades. A prop�sito, eles vivem citando o exemplo da Su�cia. A Su�cia est� passando por um momento terr�vel. Se tiv�ssemos feito isso, ter�amos perdido 1 milh�o, 1 milh�o e meio, talvez at� 2 milh�es ou mais de vidas", disse o republicano. Apesar da alfinetada, Jair Bolsonaro minimizou a cr�tica.
Eduardo Bolsonaro participou de evento da CPAC, em fevereiro, em Washington, ocasi�o que aproveitou para se aproximar de l�deres da extrema-direita americana. O deputado pretende organizar uma nova vers�o brasileira da confer�ncia conservadora ainda este ano, em Bras�lia, com a presen�a do pai.