
“Luto para fazer a minha parte, mas n�o posso assistir calado enquanto direitos s�o violados e ideias s�o perseguidas”, escreveu o presidente nas redes sociais. “Por isso, tomarei todas as medidas legais poss�veis para proteger a Constitui��o e a liberdade dos brasileiros”.
Em outra postagem, Bolsonaro afirmou que o hist�rico de seu governo “prova” que ele sempre esteve ao lado da democracia e da Constitui��o. “Os abusos presenciados por todos nas �ltimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos”, disse Bolsonaro.
O presidente havia orientado pessoas pr�ximas a evitar manifesta��es p�blicas sobre a Opera��o Lume da Pol�cia Federal, que investiga seus aliados no �mbito do inqu�rito sobre os atos antidemocr�ticos. A pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica, o ministro do STF Alexandre de Moraes, determinou a quebra de sigilo banc�rio de dez deputados federais e um senador bolsonaristas. Moraes tamb�m � relator do inqu�rito das fake news.
- O hist�rico do meu governo prova que sempre estivemos ao lado da democracia e da Constitui��o brasileira. N�o houve, at� agora, nenhuma medida que demonstre qualquer tipo de apre�o nosso ao autoritarismo, muito pelo contr�rio. — Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 17, 2020
Bolsonaro decidiu romper o sil�ncio, no entanto, ap�s ser muito cobrado nas redes sociais. “S� pode haver democracia onde o povo � respeitado, onde os governados escolhem quem ir� govern�-los e onde as liberdades fundamentais s�o protegidas. � o povo que legitima as institui��es, e n�o o contr�rio. Isso, sim, � democracia ”, disse ele.
Sempre argumentando que quer, acima de tudo, preservar a democracia, Bolsonaro mencionou “abusos” que teriam sido cometidos contra o governo. “E fingir naturalidade diante de tudo o que est� acontecendo s� contribuiria para a sua completa destrui��o. Nada � mais autorit�rio do que atentar contra a liberdade de seu pr�prio povo”, insistiu.
Bolsonaro disse que n�o houve por parte do governo, at� agora, nenhuma medida que demonstrasse apre�o ao autoritarismo. Ele observou que, em janeiro do ano passado, ap�s colocar “fim ao ciclo PT-PSDB”, seu governo iniciou uma “escalada” rumo a liberdade, trabalhando por “reformas necess�rias” e se distanciando de “ditaduras comunistas”.
“Vale lembrar que h� d�cadas o conservadorismo foi abolido de nossa pol�tica, e as pessoas que se identificam com esses valores viviam sob governos socialistas que entregaram o pa�s � viol�ncia e � corrup��o, feriram nossa democracia e destru�ram nossa identidade nacional”, escreveu. “Suportamos a todos esses abusos sem desrespeitar nenhuma regra democr�tica, at� mesmo quando um militante de esquerda, ex-membro de um partido da oposi��o, tentou me assassinar para impedir nossa vit�ria nas elei��es, num atentado que foi assistido pelo mundo inteiro”.
Antes das postagens, auxiliares de Bolsonaro diziam que o seu sil�ncio era um inequ�voco sinal de que o governo estava disposto a baixar a temperatura da crise. A tr�gua envolveria at� mesmo a demiss�o do ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, que chamou ministros do Supremo de "vagabundos" em duas ocasi�es.
Nesta quarta-feira, 17, o plen�rio do Supremo retoma o julgamento que decidir� o futuro do inqu�rito das fake news, j� que a Procuradoria Geral da Rep�blica pediu a suspens�o tempor�ria das investiga��es. A tend�ncia, por�m, � pela continuidade das apura��es, que t�m fechado o cerco ao "gabinete do �dio" instalado no Pal�cio do Planalto.
Em uma dos posts desta ter�a, Bolsonaro tamb�m disse que aquilo que seus advers�rios apontam como "autoritarismo" do governo e de seus apoiadores n�o passa de posicionamentos alinhados aos valores do povo, que, segundo ele, � conservador em sua grande maioria. "A tentativa de excluir esse pensamento do debate p�blico � que, de fato, � autorit�ria", insistiu o presidente.
Na tentativa de dar uma esp�cie de ordem unida a seus seguidores, Bolsonaro citou, por fim, o slogan de sua campanha eleitoral em letras mai�sculas: "Brasil acima de tudo; Deus acima de todos!" Apesar de todas as crises, Bolsonaro j� disse, mais de uma vez, que pretende se candidatar a um segundo mandato, em 2022.