O magistrado entendeu que a a��o tinha cunho partid�rio e ideol�gico e que seu autor 'pretendia, por ordem judicial, alterar a pol�tica de atua��o de �rg�o do Poder Executivo'. "Patrulhamento ideol�gico n�o � papel do Poder Judici�rio", afirmou Itagiba na decis�o.
O despacho foi proferido nesta ter�a, 30, no �mbito de a��o popular interposta pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL) e Marivaldo de Castro Pereira, questionando a indica��o feita pelo presidente Jair Bolsonaro. O Banco Mundial recebeu a mesma no dia 19 de junho, um dia ap�s o ex-ministro anunciar sua sa�da da pasta de Educa��o do governo Bolsonaro em v�deo publicado no Twitter.
No entanto, ao confirmar o recebimento do nome de Weintraub para o cargo de diretor-executivo, o Banco Mundial apontou que o tempo de seu mandato n�o passaria de tr�s meses. "Se eleito pelo seu constituency, ele cumprir� o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020", diz a institui��o, ressaltando que, daqui a quatro meses, 'ser� necess�ria uma nova nomea��o e nova elei��o'.
A indica��o de Weintraub sofre forte oposi��o de funcion�rios do Banco Mundial e de intelectuais brasileiros. A associa��o de funcion�rios do organismo internacional enviou carta pedindo uma investiga��o sobre o ex-ministro e pedindo que a nomea��o do brasileiro fique suspensa at� a conclus�o de tais apura��es. O motivo do pedido s�o falas preconceituosas do ministro sobre a China e minorias, al�m do posicionamento a respeito da pris�o de ministros do Supremo Tribunal Federal.
No entanto, como mostrou o Estad�o, apesar da oposi��o, Weintraub s� deve deixar de assumir o cargo no Banco Muncial caso o presidente Jair Bolsonaro mude de ideia. A avalia��o de integrantes do �rg�o e do pr�prio governo � que, apesar de as manifesta��es contr�rias arranharem a imagem do Brasil, tecnicamente n�o geram impedimentos para que o ex-ministro seja nomeado.
No dia seguinte ao recebimento de sua indica��o pelo �rg�o internacional, Weintraub desembarcou em Miami, nos Estados Unidos. No Twitter, agradeceu �s 'dezenas de pessoas' que o 'ajudaram a chegar em seguran�a aos EUA'.
O subprocurador-geral do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Lucas Furtado pediu � Corte de Contas que avalie se houve participa��o do Itamaraty na ida de Weintraub para os Estados Unidos.
A suspeita � que Weintraub tenha usado a sua condi��o de ministro para desembarcar em Miami no s�bado passado e, assim, driblar as restri��es de viagens para brasileiros em raz�o da pandemia de covid-19.
Ap�s o pedido de Furtado, o governo retificou no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) a data de exonera��o do ex-ministro. Com a corre��o, o novo decreto do presidente Jair Bolsonaro informa que Weintraub foi exonerado 'a partir de 19 de junho de 2020', ou seja, sexta-feira, data em que ele embarcou para os EUA.
Segundo o subprocurador-geral, a mudan�a confirma que houve fraude no processo. "Antes, era ilegal e parecia haver fraude. Agora, confirmou", disse Furtado ao Estad�o/Broadcast Pol�tico, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado.