O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das For�as Armadas anunciaram nesta segunda-feira, 13, que v�o encaminhar uma representa��o � Procuradoria-Geral da Rep�blica contra a fala do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No s�bado, Gilmar afirmou que o Ex�rcito se associou a um "genoc�dio", em refer�ncia � atua��o de militares no Minist�rio da Sa�de durante a pandemia do novo coronav�rus. O ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello, � general e militar da ativa.
"Coment�rios dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indigna��o. Trata-se de uma acusa��o grave, al�m de infundada, irrespons�vel e sobretudo leviana. O ataque gratuito a institui��es de Estado n�o fortalece a democracia", diz a nota da Defesa divulgada nesta segunda-feira.
No texto, Fernando Azevedo e os comandantes das Tr�s For�as destacam que genoc�dio � um "crime grav�ssimo" e que "naturalmente, � de pleno conhecimento de um jurista" como Gilmar Mendes. "Na atual pandemia, as For�as Armadas, incluindo a Marinha, o Ex�rcito e a For�a A�rea, est�o completamente empenhadas justamente em preservar vidas. Informamos que o MD encaminhar� representa��o ao Procurador-Geral da Rep�blica (PGR) para a ado��o das medidas cab�veis."
H� 59 dias sem um titular na Sa�de, o Pa�s j� acumula mais de 71,5 mil �bitos e 1,8 milh�o de contaminados. Depois das sa�das dos m�dicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello - militar da ativa especializado em quest�es log�sticas - assumiu interinamente o minist�rio.
Foi na gest�o de Pazuello que o Minist�rio da Sa�de mudou a orienta��o sobre o uso da cloroquina, passando a recomendar o medicamento desde o in�cio dos sintomas do novo coronav�rus. A droga, no entanto, n�o tem a efic�cia comprovada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Atualmente, ao menos 20 militares, sendo 14 da ativa, ocupam cargos estrat�gicos no Minist�rio da Sa�de.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a declara��o de Gilmar causou "indigna��o" em Azevedo. O ministro da Defesa j� trabalhou no STF como assessor especial do presidente da Corte, Dias Toffoli.
A primeira rea��o a Gilmar veio no pr�prio s�bado, com a divulga��o de uma nota em que o Minist�rio da Defesa afirma que as For�as v�m "atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros" e elenca uma s�rie de medidas que t�m mobilizado militares, como barreiras sanit�rias e a��es de descontamina��o.
Gilmar n�o quis se manifestar no domingo sobre a rea��o dos militares. Em sua conta pessoal no Twitter, o ministro disse que n�o se furta a "criticar a op��o de ocupar o Minist�rio da Sa�de predominantemente com militares". "A pol�tica p�blica de sa�de deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs (For�as Armadas) e da sa�de do Brasil", escreveu.
O ministro tamb�m aproveitou as redes sociais para elogiar a figura do Marechal Rondon (1865-1958), conhecido por ter defendido a cria��o do Parque Nacional do Xingu. "No anivers�rio do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos ind�genas, registro meu absoluto respeito e admira��o pelas For�as Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princ�pios democr�ticos da Carta de 88", escreveu.
Gilmar tem pontes com as For�as Armadas. Em junho, se encontrou com o general Edson Leal Pujol, comandante do Ex�rcito, em plena crise entre o Planalto e o Judici�rio.
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