O ex-governador da Para�ba Ricardo Coutinho se tornou r�u na Opera��o Calv�rio por solicitar e receber propina de R$ 900 mil do empres�rio Daniel Gomes da Silva, ligado � Cruz Vermelha Brasileira (CVB-RS), que administrava o Hospital de Emerg�ncia e Trauma Humberto Lucena, em Jo�o Pessoa. O dinheiro teria sido entregue dentro de uma caixa de vinho a um ex-assessor no Rio de Janeiro, em 2018.
O epis�dio levou � den�ncia contra o ex-assessor Leandro Azevedo e a ex-procuradora-geral da Para�ba Liv�nia Freitas em mar�o do ano passado - ambos se tornaram colaboradores da Calv�rio.
Ap�s a opera��o atingir Coutinho no final do ano passado, uma nova den�ncia foi apresentada contra o ex-governador em maio deste ano sobre o mesmo caso. Ela foi aceita no dia 29 de junho pela ju�za Michelini de Oliveira Dantas Jatob� e tornada p�blica nesta ter�a, 21, ap�s ser juntada ao processo.
A magistrada abriu prazo de dez dias para o ex-governador se manifestar no caso.
Propina na caixa de vinho
Coutinho � investigado pelo Minist�rio P�blico da Para�ba por desvios de R$ 134 milh�es na �rea da sa�de durante o seu mandato (2011-2018). Em dezembro do ano passado, o ex-governador foi preso preventivamente na s�tima fase da Calv�rio, mas posto em liberdade menos de 24 horas depois por ordem do ministro Napole�o Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justi�a.
A Promotoria acusa Coutinho de ser o 'autor intelectual' e 'destinat�rio final' das propinas pagas por Daniel Gomes da Silva, por interm�dio do ex-assessor Leandro Azevedo, que viajou ao Rio de Janeiro para receber a propina por ordem da ex-procuradora Liv�nia Freitas.
Imagens da c�mera de seguran�a do hotel em Copacabana, onde Leandro se hospedou, capturaram o momento em que uma emiss�ria de Daniel Gomes entrega uma caixa de vinho. Dentro, estavam R$ 840 mil em propinas pagas pelo empres�rio.
"Em que pese o increpado Ricardo Coutinho n�o ter praticado diretamente atos de execu��o de grande parte dos crimes contra a Administra��o P�blica (dentre outros) cometidos pela ORCRIM, vislumbra-se perfeitamente que ele foi o autor intelectual de todos eles", afirmou o Minist�rio P�blico. "Isso n�o apenas porque ele era o l�der do comando coletivo da empresa criminosa e o destinat�rio final dos valores desviados, mas sobretudo porque detinha o dom�nio funcional dos fatos, sendo as suas atitudes pr�vias e os planos criminosos por ele elaborados".
A Promotoria apresentou � Justi�a registros de imagens, depoimentos de delatores e a lista de transfer�ncias que envolvem a propina de R$ 900 mil. Os pagamentos tinham como objetivo manter a influ�ncia de Daniel Gomes da Silva sobre os contratos de gest�o hospitalar celebrados entre o governo Coutinho e a CVB-RS e foram usados para pagar fornecedores de campanha do ex-governador, segundo o Minist�rio P�blico.
COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR RICARDO COUTINHO
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem n�o havia obtido contato com a defesa do ex-governador Ricardo Coutinho. O espa�o est� aberto a manifesta��es.
POL�TICA