Em um gesto que consolida a alian�a com o Centr�o, o presidente Jair Bolsonaro decidiu trocar o l�der do governo na C�mara e escolheu para o cargo o deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), ex-ministro da Sa�de de Michel Temer e que ocupou o mesmo posto no governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele vai substituir o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), que deixa a fun��o ap�s n�o conseguir evitar uma s�rie de derrotas do Pal�cio do Planalto no Congresso.
A mais recente foi a derrubada ontem de quatro vetos feitos por Bolsonaro a projetos aprovados pelos parlamentares, como o que ampliou a isen��o de impostos para a ind�stria cinematogr�fica e outro que abriu cr�dito a produtores rurais. A sess�o ainda n�o havia sido encerrada at� a conclus�o desta edi��o.
O cargo de l�der do governo na C�mara � importante por ser a ponte entre o Pal�cio do Planalto e os parlamentares. � o l�der, por exemplo, quem orienta a base aliada durante as vota��es, dizendo se o governo apoia ou rejeita os projetos em discuss�o.
A indica��o de Barros para o posto na C�mara foi patrocinada pelo l�der do Progressistas, Arthur Lira (AL), que, informalmente, j� atuava nos bastidores na defesa dos interesses do governo na Casa. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, cr�tico da atua��o de Vitor Hugo (PSL-GO), foi um entusiasta da mudan�a e trabalhou para convencer Bolsonaro que a substitui��o era necess�ria.
Inicialmente, o presidente tentou resistir em tirar Vitor Hugo, mas acabou convencido a reorganizar a articula��o no Congresso ap�s a derrota, em julho, na vota��o da proposta de emenda � Constitui��o que transformou o Fundo de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Fundeb) em programa permanente. A aprova��o causou mal estar no Pal�cio do Planalto e foi considerada a "p� de cal" para selar a mudan�a.
'Profissional'
Ainda em maio, Barros, eleito deputado federal pela primeira vez em 1995, foi apresentado a Bolsonaro como um "profissional da lideran�a" e como uma solu��o para mitigar os problemas de relacionamento com os parlamentares na C�mara.
Eleito com um discurso cr�tico � "velha pol�tica" e � troca de apoio por espa�o no governo, Bolsonaro mudou de estrat�gia nos �ltimos meses e passou a distribuir cargos para indicados de partidos, ressuscitando o "toma l�, d� c�". No casamento de papel passado, o Progressistas de Ricardo Barros j� ocupou postos no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), que concentram or�amentos bilion�rios.
Apesar da entrega de cargos para os partidos do Centr�o - formado ainda por PL, Republicanos, PSD, PTB e Solidariedade -, o governo continua enfrentando dificuldade de garantir votos e para aprovar seus projetos de interesse no Congresso.
Novo momento
Para Vitor Hugo, a substitui��o representa o novo momento do governo. "O presidente fez uma nova avalia��o de cen�rio em fun��o dos novos desafios que v�o ser colocados agora, como as reformas que ter�o que ser aprovadas, e ele decidiu fazer a mudan�a", disse o deputado ao Estad�o.
O deputado diz que entregar� a lideran�a para Barros em uma situa��o muito mais tranquila do que encontrou no in�cio do governo, quando a resist�ncia era maior a Bolsonaro, que foi eleito por dois partidos pequenos - PSL e PRTB - e com um discurso com duras cr�ticas ao Congresso.
"Naquela altura, muito diferente do que � hoje, havia um movimento de ruptura. Foi uma constru��o muito dif�cil, muito desafiadora para mim. N�o apenas por ser um deputado de primeiro mandato, mas por ser um cen�rio em que os l�deres de muitos partidos n�o queriam se aproximar do governo e tamb�m n�o havia por parte do governo interesse em criar uma base naquele momento", disse o deputado.
Pelo Twitter, Barros agradeceu a indica��o de seu nome para o posto. "Agrade�o ao presidente Jair Bolsonaro pela confian�a", escreveu ele.
A troca s� ser� oficializada na pr�xima ter�a-feira, mas ontem Barros j� participou de uma reuni�o com Bolsonaro ao lado de ministros e dos presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no Pal�cio da Alvorada.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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