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Estado de Minas POL�TICA

Ex-assessores de Fl�vio Bolsonaro sacaram ao menos R$ 7,2 milh�es


14/08/2020 12:33

Ex-assessores do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) investigados pelo Minist�rio P�blico do Rio (MP-RJ) sacaram, em dinheiro vivo, pelo menos R$ 7,2 milh�es. O valor sacado em esp�cie corresponde a 60% do que os servidores receberam dos cofres p�blicos fluminenses e � um ind�cio de que havia um esquema de devolu��o de parte dos sal�rios, a "rachadinha", no gabinete.

As retiradas dos assessores coincidiram com per�odos nos quais, segundo o MP do Rio, Fl�vio pagou despesas usando dinheiro em esp�cie.

O c�lculo considera 24 ex-funcion�rios do atual senador quando ele era deputado estadual no Rio e exclui valores sacados pelo ex-assessor Fabr�cio Queiroz - que, segundo os promotores, seria o operador do suposto esquema. Tanto a defesa de Fl�vio como a de Queiroz, por meio de notas, negaram irregularidades.

O principal caso apontado pelos investigadores at� agora � o da compra de dois im�veis em Copacabana, na zona sul do Rio, em dezembro de 2012. O parlamentar, segundo suspeita o MP, teria pagado, 'por fora', R$ 638,4 mil ao vendedor, enquanto os registros oficiais da compra mostram o valor de R$ 310 mil - pagos regularmente. O ent�o deputado estadual tamb�m usou R$ 86,7 mil em dinheiro na compra de 12 salas comerciais, em 2008.

"Essa pr�tica de subfaturamento de registros imobili�rios na compra possibilita a simula��o de ganhos de capital em patamares expressivos na ocasi�o da revenda, raz�o pela qual � instrumento corriqueiramente utilizado para lavagem de capitais j� catalogado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)e pelos principais organismos internacionais", diz a Promotoria na investiga��o.

O uso de dinheiro em esp�cie � tido como uma forma cl�ssica de lavagem de dinheiro, j� que nele o repasse dos valores � direto e n�o deixa rastros no sistema financeiro. Nas opera��es envolvendo Fl�vio, o objetivo, para os promotores, seria encobrir a "rachadinha".

Grupos

A soma dos saques foi feita pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em documentos do Minist�rio P�blico do Rio apresentados � Justi�a em diferentes etapas da investiga��o que envolve o filho do presidente da Rep�blica.

Os assessores pertencem a tr�s grupos, conforme a separa��o da pr�pria Promotoria: 12 s�o ligados a Queiroz por graus de parentesco ou vizinhan�a; dez s�o familiares de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro; e dois s�o parentes do miliciano Adriano Magalh�es da N�brega, morto em fevereiro na Bahia.

Dos dez parentes de Ana Cristina citados nos documentos, seis retiravam em dinheiro mais de 90% do que recebiam. A cidade, no Sul Fluminense, fica a cerca de duas horas e meia de carro da Alerj, onde deveriam, em tese, trabalhar. Fl�vio sempre alegou que eles n�o precisavam estar presencialmente no Pal�cio Tiradentes, sede da Alerj, para exercer as fun��es.

Os assessores do n�cleo ligado a Queiroz mantinham com mais frequ�ncia outra pr�tica, al�m dos saques: a de transferir ou depositar diretamente para ele os pr�prios sal�rios. Nath�lia Melo de Queiroz, que tamb�m trabalhou no gabinete de Jair Bolsonaro na C�mara dos Deputados, repassou ao pai R$ 633 mil dos R$ 774 mil que recebeu da Alerj. Marcia Oliveira de Aguiar depositou na conta do marido R$ 445 mil do R$ 1,2 milh�o que recebeu e sacou em dinheiro vivo R$ 423 mil.

Ao pedir a pris�o preventiva de Queiroz e M�rcia, em junho deste ano, o MP destacou uma p�gina da caderneta mantida pela mulher do ex-assessor. Nela, uma anota��o registra R$ 174 mil que o casal teria recebido em dinheiro - de origem n�o identificada. Com essa quantia, o ex-assessor de Fl�vio Bolsonaro teria arcado com as despesas do Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo, durante tratamento de um c�ncer.

Defesas

A defesa do senador Fl�vio Bolsonaro afirmou que todas as suas opera��es financeiras citadas na investiga��o do MP do Rio ocorreram dentro da lei.

"Todas as opera��es financeiras do senador Fl�vio Bolsonaro e de seus familiares est�o dentro da lei. As informa��es sobre as compras e vendas de im�veis foram detalhadas junto ao Minist�rio P�blico e todas os esclarecimentos j� foram dados", diz a nota de Fl�vio.

O advogado Paulo Em�lio Catta Preta, que representa a fam�lia Queiroz, disse que o saque em dinheiro vivo "n�o � atividade irregular e n�o representa, sequer de modo indici�rio, que tenham sido repassados a Fabr�cio Queiroz, ao inv�s de terem sido gastos com custeio de despesas dos pr�prios sacadores."

Procurados, os advogados da fam�lia de Ana Cristina Siqueira Valle n�o responderam at� a conclus�o da edi��o desta edi��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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