A for�a-tarefa da Lava Jato em S�o Paulo denunciou nesta quinta, 3, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza por lavagem de dinheiro. A pe�a foi apresentada � Justi�a Federal um dia depois dos integrantes da opera��o renunciarem em massa em protesto � atua��o da procuradora respons�vel pela distribui��o dos casos da opera��o.
Paulo Vieira de Souza � apontado como suposto operador de propinas do PSDB no Estado. O ex-diretor da Dersa chegou a ser condenado a 145 anos de pris�o por supostos desvios de R$ 7,7 milh�es que deveriam ser aplicados na indeniza��o de moradores impactados por obras do Rodoanel Sul, mas a senten�a foi anulada em dezembro do ano passado. Desde o in�cio da pandemia do novo coronav�rus, Vieira de Souza teve a pris�o preventiva convertida em pris�o domiciliar.
De acordo com a nova den�ncia da Lava Jato, o ex-diretor da Dersa teria utilizado duas empresas da fam�lia - o hotel Giprita Ltda e a P3T Empreendimentos e Participa��es - para ocultar a origem de valores e bens il�citos por ele angariados em esquemas il�citos envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Vi�rio Estrat�gico Metropolitano de S�o Paulo. Paulo Vieira de Souza teria recebido propinas em troca de renegocia��o de contratos e direcionamento de licita��es.
Segundo a Lava Jato, a lavagem das vantagens il�citas ocorria em diversas 'camadas' - as propinas eram incorporadas ao faturamento do hotel Giprita, por meio de dep�sitos em esp�cie amparados em hospedagens fict�cias, inclusive indicando o pr�prio hotel como h�spede. Ap�s os valores il�citos serem misturados �s contas do hotel, o estabelecimento transferia montantes para P3T Empreendimentos, com objetivo de distanciar ainda mais o dinheiro da origem criminosa.
A propina retornava para Paulo Vieira de Souza e seu n�cleo familiar por meio da compra de ve�culos de luxo e custeio de diversas despesas familiares pagas pelo caixa do hotel Giprita. Parte do montante tamb�m foi repassada � P3T Empreendimentos como supostos pagamentos de alugu�is. Bens obtidos pelo ex-diretor da Dersa por meio de corrup��o, como uma mans�o no Guaruj�, teriam sido transferidos para a empresa, mas eram utilizados por Vieira de Souza.
Segundo a Lava Jato bandeirante, o esquema envolveu a esposa do ex-diretor da Dersa, Ruth Arana de Souza, e suas duas filhas, Priscila Arana de Souza e Tatiana Arana Souza Cremoni. Os operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran e um gerente do hotel Giprita tamb�m participaram dos supostos crimes.
Algumas opera��es de lavagem teriam ocorrido ap�s den�ncias da for�a-tarefa contra Paulo Vieira de Souza, apontou a Procuradoria, 'demonstrando o empenho do ex-diretor da Dersa, com a ades�o de seus familiares, para blindar o patrim�nio obtido de forma ilegal'.
"Esse esquema de lavagem de dinheiro estabelecido em territ�rio nacional permitiu a oculta��o e a dissimula��o, em favor de Paulo Vieira de Souza e de seu entorno, de milh�es de reais, e se prestou at� mesmo a tentar blindar seu patrim�nio obtido ilicitamente, quando o referido denunciado j� era alvo de investiga��es e se encontrava em risco de ver os bens de origem esp�ria devidamente constritos pelo sistema de Justi�a", afirmou a Lava Jato bandeirante.
As investiga��es sobre atos de lavagem come�aram a partir da opera��o Pasalimani, realizada em outubro do ano passado.
Condena��o
Paulo Vieira de Souza detinha at� dezembro do ano passado a maior pena imposta pela Lava Jato a um investigado: 145 anos e oito meses de pris�o pelos crimes de peculato, inser��o de dados falsos e associa��o criminosa em den�ncia apresentada sobre supostos desvios de R$ 7,7 milh�es que deveriam ser aplicados na indeniza��o de moradores impactados pelas obras do Rodoanel Sul e amplia��o da avenida Jacu P�ssego, em S�o Paulo.
A senten�a, contudo, foi anulada pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justi�a. O magistrado tomou a decis�o ap�s o Supremo Tribunal Federal (STF) firmar o entendimento de que delatados devem se manifestar depois dos delatores nas alega��es finais, que precedem a senten�a no processo.
A anula��o jogou o caso para a fase final de julgamento em primeira inst�ncia, conduzida pela ju�za Maria Isabel do Prado, da 5� Vara Criminal Federal de S�o Paulo. A filha de Paulo Vieira de Souza, a psic�loga Tatiana Arana de Souza Cremonini, tamb�m teve sua senten�a de 24 anos e tr�s meses de pris�o anulada.
COM A PALAVRA, PAULO VIEIRA DE SOUZA
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem n�o havia conseguido contato com a defesa de Paulo Vieira de Souza. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.
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