Segundo a for�a-tarefa da Lava Jato em S�o Paulo, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza lavou ao menos US$ 430 mil em propinas da Odebrecht com a compra de uma mans�o no condom�nio Iporanga, no Guaruj�. A aquisi��o foi declarada em R$ 1 milh�o, ainda que o im�vel estivesse avaliado em mais de R$ 2,9 milh�es.
A den�ncia apresentada contra o suposto operador do PSDB no Estado nesta quinta, 3, indica que os US$ 430 mil foram repassados para o casal que estava vendendo a casa por meio de oito transfer�ncias no exterior que foram operacionalizadas por Rodrigo Tacla Duran, operador financeiro da empreiteira para transa��es fora do pa�s.
Paulo Vieira de Souza chegou a ser condenado a 145 anos de pris�o por supostos desvios de R$ 7,7 milh�es que deveriam ser aplicados na indeniza��o de moradores impactados por obras do Rodoanel Sul, mas a senten�a foi anulada em dezembro do ano passado. Desde o in�cio da pandemia do novo coronav�rus, ele teve a pris�o preventiva convertida em pris�o domiciliar.
De acordo com a nova den�ncia da Lava Jato, o ex-diretor da Dersa teria utilizado duas empresas da fam�lia - o hotel Giprita Ltda e a P3T Empreendimentos e Participa��es - para ocultar a origem de valores e bens il�citos por ele angariados em esquemas il�citos envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Vi�rio Estrat�gico Metropolitano de S�o Paulo. Paulo Vieira de Souza teria recebido propinas em troca de renegocia��o de contratos e direcionamento de licita��es.
A compra do im�vel no condom�nio Iporanga, no Guaruj�, teria mais uma das transa��es feitas por Viera de Souza para ocultar valores 'provenientes de crimes de cartel, corrup��o, fraude a licita��o e peculato', segundo a for�a-tarefa da Lava Jato. "Parte substancial dos valores il�citos usados na compra do im�vel passou por camadas de lavagem, de maneira a viabilizar a convers�o desses recursos em um ativo l�cito imobilizado dotado de expressivo valor de mercado", registra den�ncia apresentada nesta quinta, 3.
Segundo o documento, os US$ 430 mil em propinas foram repassados ao casal que estava vendendo a mans�o no Guaruj� em menos de um m�s, entre 28 de mar�o e 16 de abril de 2012, partindo de uma offshore para contas mantidas pelos vendedores do im�vel na China e na Su��a. As transfer�ncias variavam de US$ 30 a 60 mil e foram registradas em e-mails, planilhas e swifts do sistema Drousys, do famoso Departamento de Opera��es Estruturadas da Odebrecht.
A Procuradoria indica ainda que 25% do im�vel foi adquirido por meio de recursos il�citos inseridos fraudulentamente no faturamento do Hotel Giprita, da fam�lia do ex-diretor da Dersa. A den�ncia registra que para justificar o pagamento dessa parcela da mans�o pelo estabelecimento, Paulo Vieira Souza teria celebrado um contrato simulado de empr�stimo no valor de R$ 150 mil.
O que chamou a aten��o da Lava Jato paulista foi o fato de que a quita��o do empr�stimo se deu mediante dois dep�sitos em dinheiro de R$ 75 mil em favor do hotel que foram realizados pouco mais de um m�s depois da assinatura do acordo.
O Hotel Giprita tamb�m aparece da den�ncia como um dos meios supostamente utilizados por Paulo Vieira de Souza para a lavagem de propinas, com a emiss�o de registros fict�cios de hospedagem.
Notas fiscais apreendidas o estabelecimento recebeu R$ 1,3 milh�o por reservas feitas em nome do pr�prio hotel. Os dep�sitos teriam sido realizados entre 2016 e 2019 e apontavam para situa��es suspeitas, como uma reserva de apenas oito minutos que custou R$ 4,3 mil e foi paga em dinheiro.
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