Depois de o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se colocar "� disposi��o" para enfrentar o governo Jair Bolsonaro, o PT vai lan�ar nos pr�ximos dias um "programa de reconstru��o nacional". Segundo lideran�as do partido, os dois passos fazem parte do mesmo movimento para recolocar o PT no papel de oposi��o natural a Bolsonaro.
A pr�xima etapa, afirmam lideran�as petistas, � aproveitar o hor�rio de TV dos candidatos do PT �s elei��es municipais de novembro como espa�o para Lula amplificar suas cr�ticas ao governo federal. Por ordem do ex-presidente, o PT ter� um n�mero recorde de candidatos nas cidades com segundo turno - 85 em um total de 95 munic�pios.
O programa elaborado pela Funda��o Perseu Abramo sob a coordena��o do ex-ministro Aloizio Mercadante, "diverge frontalmente", segundo o PT, "dos caminhos trilhados pelo governo Bolsonaro em temas relacionados � economia e � democracia, al�m de sugerir pol�ticas p�blicas em �reas que v�o de meio ambiente, sa�de, educa��o e cultura". No texto em que anuncia o programa, o partido usa a express�o "oposi��o propositiva".
Embora tenha a assinatura do PT, afirma o partido, o programa contempla sugest�es de outras siglas de oposi��o, como PDT, PSOL, Rede, PSB e PCdoB. O mote do programa, colocado por Lula em pronunciamento no dia 7, � "Vamos juntos reconstruir o Brasil".
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o texto ser� apresentado para debate com as demais for�as de oposi��o. "O plano � a contribui��o que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposi��o ao Bolsonaro para essa reconstru��o", disse ela.
Gleisi negou que o objetivo tanto do pronunciamento de Lula quanto do plano seja eleitoral. "N�o � um programa de governo", disse ela.
O ex-presidente j� est� gravando v�deos para os candidatos petistas. Ele pretende falar das cidades, mas levando o assunto para a esfera federal, lembrando realiza��es dos governos petistas e fazendo cr�ticas a Bolsonaro.
"Ele n�o vai se furtar de fazer cr�ticas, den�ncias. Quando se colocou � disposi��o do povo brasileiro foi tamb�m para isso", afirmou Gleisi.
No 7 de Setembro, Lula fez um pronunciamento em suas redes sociais no qual faz duras cr�ticas � forma como Bolsonaro vem conduzindo o Pa�s no enfrentamento � pandemia e � pol�tica econ�mica do governo. Ao final, o ex-presidente se colocou "� disposi��o do povo brasileiro" para enfrentar a situa��o.
A frase foi interpretada como sinal de que Lula quer mais uma vez ser candidato � Presid�ncia em 2022, se for liberado pela Justi�a. Em 2018, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em dois processos em �rg�o colegiado (o Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o, TRF-4).
Preso em abril de 2018, para cumprimento provis�rio de sua pena no caso triplex do Guaruj� (SP) por crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro no esquema de desvios na Petrobras, o ex-presidente foi solto em novembro do ano passado.
Petistas apostam em uma revers�o dessas penas no julgamento pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da a��o que pede a suspei��o do ex-juiz S�rgio Moro. At� agora, dois integrantes da Segunda Turma votaram contra a suspei��o e dois indicaram que v�o votar a favor. O voto de Minerva ser� do decano do STF, ministro Celso de Mello, que deve se manifestar antes de se aposentar, em novembro. Nesta semana petistas reativaram a campanha Lula Livre, agora com o mote "anula STF", numa tentativa de pressionar o Tribunal.
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