Com cr�ticas tanto ao governador do Estado, Jo�o Doria (PSDB), quanto ao presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, o ex-governador M�rcio Fran�a foi confirmado candidato � Prefeitura de S�o Paulo pelo PSB na manh� desta ter�a-feira, dia 11, durante evento na C�mara Municipal.
"Aqui, em S�o Paulo, nenhum dos dois manda", discursou Fran�a, citando Doria e Bolsonaro. O ex-governador poupou o prefeito Bruno Covas (PSDB), seu oponente, de cr�ticas, citando sua proximidade com o falecido av� do mandat�rio, M�rio Covas. Limitou-se a dizer que n�o concorda com a forma de o prefeito governar por avaliar que a Prefeitura atende a muitas exig�ncias do governo do Estado.
Ao falar do desempenho do governo federal, Fran�a citou a recess�o e alta do pre�o do saco de arroz, assunto que tem causado desgaste ao presidente da Rep�blica. "E, al�m de tudo, vai o arroz a R$ 40. Daqui a pouco voc� vai ter que trabalhar o m�s todo para comprar um saco de arroz", disse.
Antes, seu filho, o deputado estadual Caio Fran�a (PSB), havia feito um discurso em que criticou Doria por associar sua imagem � de Bolsonaro nas elei��es de 2018. Atualmente, Doria nega a estrat�gia e afirma que a campanha "Bolsodoria" foi uma cria��o de seu eleitorado do interior.
M�rcio Fran�a tamb�m criticou o presidente e o governador por "n�o ter plano" para a economia. Disse ter elaborado um projeto de investimento emergencial em S�o Paulo, para ser implementado em janeiro. A campanha se refere � iniciativa como uma esp�cie de "Plano Marshall para S�o Paulo", em refer�ncia ao plano de recupera��o econ�mica por meio do qual os Estados Unidos ajudaram os pa�ses da Europa a se recuperarem ap�s a Segunda Guerra Mundial.
O plano envolve a cria��o de uma frente de trabalho em que pessoas prestam servi�os de zeladoria para a cidade tr�s vezes por semana em troca do recebimento de um aux�lio emergencial nos moldes dos R$ 600, pagos pelo governo federal. Uma parte do dinheiro necess�rio viria da demiss�o de ocupantes de cargos comissionados na prefeitura.
Durante a coletiva de imprensa ap�s a conven��o, Fran�a dividiu os candidatos da disputa pela Prefeitura em dois campos: os que est�o alinhados ao governo Doria e os que se op�em ao governo. Ele se coloca como o candidato mais forte da oposi��o a Doria e cita como um dos fundamentos o fato de ter ganhado do rival na cidade de S�o Paulo quando foi derrotado na elei��o em 2018. Al�m disso, cita a fatia de tempo de R�dio e TV que ter� a sua disposi��o - faixa que s� e menor que a de Covas.
Articulador
Com perfil de articulador pol�tico, Fran�a � o �nico candidato al�m de Covas - este capaz de fazer nomea��es na Prefeitura - , que conseguiu formar uma coliga��o no seu entorno. Al�m de seu partido, o PSB, Fran�a conta com o apoio de PDT - que indicou o vice, Ant�nio Neto - , Solidariedade, Avante e PMN. A coloca��o dever� assegurar ao candidato cerca de 20% do hor�rio eleitoral gratuito de r�dio e televis�o, mas os n�meros ainda n�o foram computados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Covas, que comp�s alian�a com PP, DEM, PL, PSC, Podemos e Pros, ter� cerca de 40% do tempo. O terceiro e o quarto maior tempo de TV ficar� com PT (cujo candidato � Jilmar Tatto) e com PSL (que lan�ou a deputada Joice Hasselmann), que det�m as maiores bancadas federais, com 55 e 41 deputados, respectivamente. Eles ter�o cerca de 10% do tempo de TV.
"O Celso Russomanno (pr�-candidato do Republicanos) � um nome conhecido e disputa com o Bruno", afirmou Fran�a, sobre o l�der nas pesquisas. "Eu vou disputar a outra faixa com (Guilherme) Boulos, (Jilmar) Tatto, Orlando Silva. Mas eu quero lembrar que, na elei��o passada, no primeiro turno, eu tive 23% dos votos na cidade. Com muitos candidatos, quem tiver 20% dos votos aqui em S�o Paulo estar� no segundo turno", argumentou.
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