
A den�ncia foi apresentada no �mbito da Opera��o E$quema S, deflagrada no in�cio do m�s para investigar suspeitas de irregularidades na rela��o entre escrit�rios de advocacia e o Sistema S do Rio. Na ocasi�o, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, colocou 26 pessoas no banco dos r�us por suposta participa��o no mesmo esquema.
As investiga��es apontaram contratos supostamente falsos firmados entre as bancas e o Sesc, Senac e Fecom�rcio. "Os servi�os arrolados n�o foram prestados ou foram prestados no interesse exclusivo de Orlando Diniz para, por exemplo, a persegui��o de advers�rios pessoais", diz a Lava Jato.
O ponto de partida as apura��es foi a dela��o premiada do pr�prio Orlando Diniz. Em depoimento, o ex-presidente da Fecom�rcio do Rio contou que buscava 'comprar uma solu��o pol�tica' e se 'blindar das consequ�ncias dos desvios de recursos que vinham sendo praticados' por ele. Para isso, firmava os contratos de fachada como estrat�gia para justificar pagamentos de vantagens indevidas disfar�adas de servi�os que, na verdade, n�o eram prestados ou eram superfaturados.
O grupo denunciado hoje foi alvo de buscas na fase ostensiva do inqu�rito. No caso de Wassef, a Procuradoria vasculhou um endere�o residencial e outro comercial ligado ao advogado na capital paulista e ainda em seu escrit�rio em Atibaia, no interior de S�o Paulo, - local onde o ex-assessor parlamentar Fabr�cio Queiroz, apontado como suposto operador financeiro do esquema de rachadinhas no gabinete de Fl�vio Bolsonaro enquanto deputado estadual no Rio, foi preso no �mbito da Opera��o Anjo.
Segundo a Lava Jato, Frederick Wassef, Marcia Zampiron e Luiza Nagib Eluf entraram no esquema em 2016 por indica��o de Marcelo Cazzo que, na �poca, era o respons�vel pelas contrata��es de servi�os jur�dicos pela Fecom�rcio/RJ. O escrit�rio Eluf e Santos teria sido usado como intermedi�rio de pagamentos a Wassef e sua s�cia.
A quebra de sigilo banc�rio do grupo indicou que, entre dezembro de 2016 e junho de 2017, o escrit�rio de Luiza Nagib Eluf transferiu R$2,6 milh�es ao escrit�rio de Wassef e R$751 mil diretamente a Marcia.
Em dela��o, Orlando Diniz contou que precisaram de um escrit�rio interposto, uma vez que a ent�o companheira de Frederick Wassef, Maria Cristina Boner Leo, tinha pend�ncias judiciais, 'o que poderia atrair holofotes indesejados para a contrata��o'.
Oficialmente, os contratos indicavam a presta��o de assessoria jur�dica na realiza��o de sindic�ncias administrativas para apurar vazamentos de informa��es do Sistema S. Mas, segundo a Lava Jato, o verdadeiro objeto dos servi�os foi o monitoramento pessoal de Daniele Para�so, funcion�ria do Senac e rec�m-separada de Orlando Diniz.
"(Daniele) havia rec�m se separado dele, pessoa a quem o colaborador imputava a pecha de persegui-lo, raz�o pela qual ele desejava responsabilizar por suspeitas de vazamentos", sustenta a den�ncia. "Por tabela, a deflagra��o dessas apura��es internas tamb�m tinham o objetivo de garantir que os contratos milion�rios e que instrumentalizaram outros desvios n�o viessem � tona", completa a Lava Jato do Rio.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO FREDERICK WASSEF
A reportagem entrou em contato com Wassef e aguarda resposta. Ap�s ser alvo da Opera��o Esquema $, ele divulgou a seguinte nota:
"No dia de hoje foi cumprido um mandado de busca e apreens�o em minha resid�ncia no Morumbi assustando meus pais idosos que moram comigo e n�o podem ter contato com ningu�m pela quest�o da pandemia . Nenhuma irregularidade foi encontrada e, por consequ�ncia, n�o houve a apreens�o de nada . O mesmo se sucedeu em meu escrit�rio de advocacia: nada foi apreendido.
"N�o fui denunciado como os demais advogados e nada tenho que ver com nenhum esquema de Fecom�rcio . Jamais fui contratado pela Fecom�rcio ou recebi pagamentos desta entidade . Fui contratado por um renomado escrit�rio de advocacia criminal de S�o Paulo que tem como dona uma conhecida procuradora do Minist�rio P�blico de SP e que sua biografia � um exemplo de integridade , retid�o e honestidade, al�m de ter dedicado sua vida no combate ao crime como atuante promotora e procuradora de justi�a que foi .
Todos os meus servi�os , de todos os clientes, foram prestados. Meus honor�rios foram declarados � Receita Federal e todos os impostos pagos na totalidade . Ap�s dois anos e meio de investiga��o n�o fui denunciado . Jamais em minha vida pratiquei qualquer irregularidade e nunca fui investigado ou respondi a qualquer processo . Sou aprovado pelo rigoroso compliance de todos os Bancos e de meus clientes .
O delator Orlando Diniz est� deliberadamente mentindo a meu respeito a mando de advogados inescrupulosos que est�o usando-o como m�ssil teleguiado para me atingir visando atender o interesse de um outro cliente em comum.
Denunciei no ano passado a uma autoridade p�blica o esquema e uma engenharia criminosa que estava sendo montada para usar o delator para me atingir e j� existe uma investiga��o em curso apurando tais fatos."
COM A PALAVRA, OS DEMAIS DENUNCIADOS
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem havia buscado contato com a defesa dos demais denunciados, mas sem sucesso. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.