Em meio � pandemia do novo coronav�rus, candidatos � Prefeitura de S�o Paulo planejam priorizar a TV na hora de escolher onde gastar o dinheiro reservado para a campanha eleitoral, destaca o Estad�o. Marqueteiros avaliam que a covid-19 faz com que os eleitores fiquem mais tempo em casa e tenham menos acesso a redes de dados de internet nos seus locais de trabalho, por exemplo. Apesar do aumento do uso das redes sociais como plataformas de campanha, estrategistas citam o crescimento do tempo m�dio que o brasileiro passa na televis�o nos �ltimos dois anos.
Com base no tamanho de cada bancada das siglas que formam o arco de alian�as dos candidatos, o Estad�o Dados calculou quanto tempo cada chapa ter� no hor�rio eleitoral. Candidato � reelei��o em uma coliga��o com 11 partidos, o prefeito Bruno Covas (PSDB) dever� ter 35% do tempo de propaganda eleitoral de TV e r�dio, o que equivale a 3 minutos e 29 segundos, al�m de 29 inser��es di�rias de 30 segundos no decorrer da programa��o da TV aberta.
M�rcio Fran�a (PSB) deve ficar com 1 minuto e 36 segundos, mais 13 apari��es (mais informa��es nesta p�gina). A Justi�a Eleitoral ainda deve divulgar a conta oficial, em reuni�o que deve ser convocada para sexta-feira.
Para ilustrar a import�ncia da TV na campanha, o consultor Carlos Manhanelli, fundador e presidente da Associa��o Brasileira de Consultores Pol�ticos, lembrou que, em virtude da pandemia, constatou-se que um quarto dos estudantes n�o tem acesso � internet ou computador em casa. "Isso se traduz em 25% das fam�lias, uma fatia que decide qualquer campanha majorit�ria", disse o consultor.
Segundo Manhanelli, a comunica��o da campanha � mais complexa. Ele citou o caso das elei��es presidenciais de 2018, em que Jair Bolsonaro venceu a disputa com apenas 8 segundos de tempo de TV, ante 5 minutos de Geraldo Alckmin (PSDB), que terminou a corrida com menos de 5% dos votos.
Isso n�o significa que Bolsonaro teve pouca exposi��o. "Fiz a minutagem e posso provar que o Bolsonaro teve mais tempo de TV que o Fernando Haddad (candidato do PT, que foi ao segundo turno). Isso ocorreu porque os programas do Haddad falavam mais do Bolsonaro que do Haddad", afirmou.
Especialista nas classes C e D, o pesquisador Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva, avaliou que, com a pandemia, a TV voltou a fazer parte do cotidiano das fam�lias. "A TV �, indiscutivelmente, o fator mais importante para a conquista do eleitor", afirmou. "A internet serve como estrat�gia de reten��o do eleitorado, enquanto a TV, de amplia��o."
De acordo com dados do Instituto Locomotiva, 32% dos brasileiros afirmam que est�o vendo mais televis�o do que antes da pandemia, e 28% est�o acessando mais a internet. A pesquisa ouviu 1.853 brasileiros de 72 cidades, entre 14 e 15 de agosto.
Dados do Ibope mostram que o brasileiro aumentou em 34 minutos o tempo que fica na frente da TV e chegou a uma m�dia de 6h17 di�rios, mais que a m�dia mundial, de 2h55.
Estrat�gia
"A �ltima elei��o presidencial, por conta de v�rios fatores imprevis�veis, parecia ter diminu�do o valor do r�dio e da TV diante do grande crescimento das redes sociais. Nas elei��es municipais que se aproximam, isso n�o vai se repetir, principalmente por causa do confinamento domiciliar for�ado pela pandemia", disse o marqueteiro Elsinho Mouco, respons�vel pela campanha do candidato do Republicanos, Celso Russomanno. Ele afirmou que a campanha do deputado vai procurar investir de maneira igual nas duas formas de comunica��o - TV e internet.
De acordo com integrantes da equipe de Covas, a estrutura de comunica��o, que inclui a TV como principal plataforma, consome entre 60% e 70% do or�amento de campanha e a maior parte disso ser� gasta na produ��o de programas para o hor�rio pol�tico eleitoral. Neste ano se prev� maior integra��o, com v�deos sendo produzidos para TV e internet.
"A TV aberta teve aumento de audi�ncia neste momento de pandemia e ainda � o instrumento mais importante de difus�o das mensagens da nossa campanha para a popula��o em geral", afirmou o coordenador da campanha do candidato tucano, Wilson Pedroso.
A equipe de Fran�a tamb�m pretende dar �nfase para a televis�o, de acordo com Raul Cruz Lima, marqueteiro da campanha do ex-governador. Lima disse que a produ��o do programa para TV vai consumir a maior parte do or�amento publicit�rio. "O pessoal da periferia n�o tem internet, n�o tem dados m�veis", afirmou.
Aposta
Com apenas 1% das inten��es de voto segundo pesquisa Ibope/Estad�o divulgada no dia 20, o candidato petista Jilmar Tatto vai apostar alto no hor�rio eleitoral. Segundo o coordenador da campanha, La�rcio Ribeiro, 50% dos R$ 4,2 milh�es que o partido estima gastar ser�o usados na produ��o de programas de TV.
O fato de ter um tempo bem maior do que o de Guilherme Boulos (PSOL), candidato mais bem colocado no campo da esquerda, � a esperan�a do PT para inverter a situa��o. Parte do material produzido para a TV ser� usada nas plataformas da internet. Apenas 5% da verba da campanha ser� empregada no impulsionamento de mensagens nas redes sociais.
"A TV vai ser o principal fator desta campanha. Vai ter um peso maior que nas outras porque, com a pandemia, o corpo a corpo vai ser limitado e as pessoas v�o ficar mais em casa", disse o coordenador de comunica��o da campanha petista, Jos� Am�rico Dias.
Boulos, por usa vez, vai usar seu apelo de l�der sem-teto nas redes sociais para tentar compensar a falta de tempo na TV e se manter como o candidato mais bem colocado da esquerda nas pesquisas. "A TV � importante, mas n�o � fundamental. Temos uma vantagem que � a forte presen�a nas redes", disse o coordenador da campanha do PSOL, Josu� Rocha. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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