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Estado de Minas POL�TICA

Memes, funk e quizzes: a elei��o do TikTok


11/10/2020 07:00

Memes, coreografias elaboradas ao som de funk e quizzes: est� tudo liberado para os candidatos que se lan�aram no TikTok, rede social chinesa de v�deos curtos, de at� um minuto, e "lives". Na primeira elei��o com a plataforma consolidada entre as mais baixadas em smartphones, as campanhas apostam na descontra��o e em conte�dos educativos para conectar pol�ticos ao p�blico mais jovem, principal nicho do aplicativo.

� o que defende Josu� Rocha, coordenador da campanha do candidato � Prefeitura de S�o Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que acumula mais de 20 mil seguidores na rede. Um v�deo que gerou cerca de 430 mil visualiza��es mostra o l�der do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) indicando sim ou n�o para perguntas como "Ficaria com algu�m que defende Bolsonaro?" e "J� te mandaram para Cuba?" - a primeira resposta foi negativa e a segunda, positiva. "A campanha (no aplicativo) mira o p�blico jovem e engajado. A proposta � mostrar o Guilherme como ele �: um ser humano como qualquer um de n�s", diz Rocha.

Segundo a consultora em marketing pol�tico Gisele Meter, o meme e o remix s�o dois pontos-chave para entender o funcionamento da plataforma. Ela compara o TikTok a uma esp�cie de "Twitter de v�deos", na qual um usu�rio precisa ser o mais conciso e atraente poss�vel para atrair a aten��o dos demais. "Eu n�o preciso fazer a dancinha da moda, mas posso pegar elementos dela, como a m�sica ou parte da coreografia, para passar a mensagem que desejo", explica.

O artif�cio � a aposta da candidata Joice Hasselmann (PSL), que tamb�m postula a prefeitura da capital paulista. Dois de quatro v�deos publicados em seu perfil, que foi criado h� pouco mais de um m�s com a ajuda de uma sobrinha de 12 anos, t�m em comum refer�ncias �s personagens Peppa Pig e Miss Piggy, da s�rie Os Muppets, apelidos que ganhou em 2018 em meio ao rompimento com parte da fam�lia Bolsonaro. Em vez de rebat�-los, como j� fez no passado, os assumiu como parte de sua comunica��o at� na propaganda eleitoral.

Outros dois candidatos � Prefeitura de S�o Paulo, Jilmar Tatto (PT) e Arthur do Val (Patriota), est�o na plataforma. O petista publicou um trecho do jingle da campanha e convidou apoiadores a interpretarem a m�sica em seus v�deos. J� o deputado estadual postou tr�s vers�es editadas de uma discuss�o que protagonizou na Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp): uma com trilha de m�sica eletr�nica, outra com a voz afinada e uma �ltima com alus�o � franquia Star Wars.

Para Catarina Neres, coordenadora de conte�do da campanha da major Denice Santiago (PT) � prefeitura de Salvador (BA), que tamb�m tem perfil na plataforma, o TikTok transcendeu a estrutura de rede e j� se tornou uma linguagem nativa da internet, adapt�vel a diferentes temas. Um exemplo disso foi um v�deo da candidata dublando a m�sica Eu ligo pra ela, da rapper MC Soffia. A letra da m�sica, composta exclusivamente para uma campanha no TikTok de combate � viol�ncia contra mulheres, d� comandos para que o usu�rio marque os nomes das amigas mais pr�ximas e aponte para eles. "O v�deo tem um tom mais descontra�do, mas tamb�m se falou de coisa s�ria. A partir dessa linguagem, d� para abordar todos os temas com o devido respeito e seriedade que cada um deles pede", diz.

Outra estrat�gia poss�vel � destacar a vida em fam�lia, deixando de lado a postura de pol�tico. Clarissa Garotinho (PROS), candidata � prefeitura do Rio de Janeiro, publica v�deos de sua fam�lia reproduzindo correntes da rede. Um deles, inclusive, gravou com o seu pai, o ex-governador Anthony Garotinho: a coreografia consistia em balan�ar os joelhos com um remix da m�sica Sentad�o, do grupo Tequileiras do Funk, como trilha. "At� poucos anos atr�s, havia a moda da hashtag 'sem filtro', que come�ava a mostrar uma tend�ncia do usu�rio em querer mostrar e ver mais verdade nas m�dias sociais. � importante que as pessoas conhe�am (a candidata) verdadeiramente e n�o s� de ouvir falar", diz Daniel Gama, do marketing da campanha.

E n�o apenas pol�ticos est�o no TikTok. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estreou h� menos de uma semana na rede com um perfil que deve dar informa��es a respeito do processo eleitoral e indica��es de como ser�o os dias de vota��o: um dos v�deos publicados resume em menos de 30 segundos o que � necess�rio e permitido levar no primeiro turno. O ministro Lu�s Roberto Barroso, presidente da Corte, fez as boas-vindas no perfil, direcionando-se aos jovens. "Gostaria de dizer que eu sou jovem tamb�m, s� que h� muito mais tempo", ressalta no v�deo, no qual tamb�m convida os seguidores a votarem neste ano.

Nicho

O TikTok pertence � desenvolvedora chinesa ByteDance e chegou ao Brasil em agosto de 2018, �s v�speras das elei��es presidenciais, mas ganhou popularidade nos anos seguintes. Em 2019 foi o segundo aplicativo mais baixado em todo mundo e, em abril deste ano, rompeu a barreira dos 2 bilh�es de downloads, segundo levantamentos da plataforma de an�lise de dados Sensor Tower. Estima-se que existam pelo menos 800 milh�es de usu�rios ativos por m�s no planeta. Procurada, a plataforma diz que n�o divulga n�meros referentes ao Brasil.

Ao contr�rio de outras redes que se viram em meio a pol�micas envolvendo o impulsionamento pago de propaganda eleitoral, o TikTok proibiu, em outubro de 2019, a veicula��o de an�ncios que promovam organiza��es partid�rias e figuras pol�ticas. "Os usu�rios buscam o TikTok porque o aplicativo oferece uma experi�ncia positiva, alegre e divertida, que incentiva e acolhe a criatividade. A natureza de an�ncios pol�ticos pagos n�o � algo que acreditamos que se encaixe com a experi�ncia que nossos usu�rios esperam no TikTok", afirmou em nota Ricardo Tavares, head de pol�ticas p�blicas da rede no Brasil.

Por outro lado, somente isso n�o foi poss�vel para esquivar a rede de pol�micas com pol�ticos. Ela est� em meio a um embate com o presidente norte-americano, Donald Trump, que acusa a empresa dona da rede social de roubar dados de usu�rios e tamb�m amea�a interromper o funcionamento do aplicativo no pa�s. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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