
Ao Estado de Minas, o corregedor da C�mara, Bim da Ambul�ncia (PSD), afirmou que vai conversar com a presidente do Legislativo, Nely Aquino (Podemos), sobre a possibilidade de abertura de um processo de cassa��o. Na vis�o de vereadores ouvidos pela reportagem, a instala��o de uma comiss�o de procedimento para analisar o caso pode ser importante, inclusive, para que Batista possa se defender.
Segundo Bim, � preciso haver entendimento entre a Mesa Diretora da Casa para que a proposta de abertura de cassa��o seja oficializada. Ele lamentou a repercuss�o negativa que o fato proporciona ao Legislativo belo-horizontino.
“� um tanto quanto constrangedor aos que est�o exercendo a fun��o saber que temos um parlamentar detido. Mesmo que seja preventivamente, o fato dele estar preso vai na contram�o dos princ�pios do exerc�cio da fun��o”, afirmou. A suspens�o dos mandatos pode ocorrer, ainda, por dois outros motivos: pris�o em flagrante e pris�o administrativa.
Para Gilson Reis (PCdoB), a abertura de processo de cassa��o garante o direito � ampla defesa de Batista. Como exemplo, ele citou Cl�udio Duarte (PSL), que perdeu o mandato no ano passado em virtude de acusa��es de “rachadinha”.
“Me parece que a l�gica deveria ser a mesma, com abertura de processo, e que ele possa se defender”, disse. “� preciso que as coisas sejam aclaradas. Mas, de qualquer maneira, me parece que a posi��o � pela abertura do processo de cassa��o”, completou.
Edmar Branco (PSB) tem opini�o semelhante. “Sou a favor da abertura do processo de cassa��o, mas tamb�m sou a favor do direito de defesa e dele mostrar que n�o tem culpa. Mas, se Justi�a e Pol�cia j� t�m alguma prova, a�, infelizmente, n�o tem como fazer muita coisa”, argumentou.
Procurada, a C�mara disse que n�o vai se manifestar sobre o caso, j� que o processo corre em segredo de justi�a e n�o tem rela��o com o mandato legislativo exercido por Batista.
Entenda
Batista � suspeito de participar do homic�dio de Hamilton Dias de Moura (MDB), vereador em Funil�ndia, na Regi�o Central de Minas. Os dois t�m diverg�ncias em virtude do comando do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Log�stica e Diferenciados de Belo Horizonte e Regi�o (SIMECLODIF). Hamilton j� havia presidido a entidade, agora dirigida por Batista.
Nesta quinta, o vereador prestou depoimento no Departamento de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), na Lagoinha, e foi encaminhado ao Ceresp do Bairro Gameleira.
Na porta da delegacia, ele negou participa��o no assassinato. "Ele (Hamilton) ficou bravo porque assumi o sindicato no lugar dele", se limitou a dizer.
Em agosto, seu gabinete na C�mara foi alvo de mandado de busca e apreens�o por causa do caso envolvendo a morte de Hamilton. Batista foi preso na manh� desta quinta, no Bairro Castelo. Ele chegou � delegacia por volta das 12h30, permanecendo no local at� pouco depois das 16h.
Ronaldo Batista assumiu uma das 41 cadeiras da C�mara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) em agosto de 2019, ap�s Cl�udio Duarte (PSL) ser cassado pela pr�tica de "rachadinha".
O parlamentar teve o nome aprovado por seu partido na conven��o interna da legenda para tentar a reelei��o. Ele, no entanto, acabou desistindo da candidatura – tanto que nem consta na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Questionado sobre o tema ao deixar a delegacia da Pol�cia Civil, Batista confirmou ter abandonado a ideia de reelei��o por conta da repercuss�o do caso.