Uma empresa apontada pela Pol�cia Federal como pr�xima ao senador Chico Rodrigues (DEM-RR) e suspeita de superfaturamento em contratos destinados ao combate � pandemia do novo coronav�rus vendeu, ao governo de Roraima, m�scaras de prote��o a um pre�o 26 vezes mais caro do que o custo original. Na semana passada, Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil na cueca durante opera��o da PF em Boa Vista. Nesta ter�a-feira, 20, ele pediu uma licen�a de 121 dias do Senado.
Uma nota fiscal emitida em 8 de abril pela Haiplan Constru��es Com�rcio e Servi�o Ltda. mostra que a empresa cobrou R$ 879.219 do governo por 16.434 m�scaras - a unidade saiu por R$ 53,50. Dias antes, em 17 de mar�o, por�m, a Haiplan havia pago R$ 1,45 pela unidade do equipamento. O item foi adquirido de uma empresa sediada no Rio Grande do Norte, em quantidade semelhante, ao custo de R$ 26.710.
A Haiplan � de propriedade de J�lio Ferreira Rodrigues, casado com a empres�ria Gilce Pinto. Mensagens obtidas pela PF de uma conversa entre Chico Rodrigues e um servidor da Secretaria Estadual de Sa�de, Francisvaldo Paix�o, mostram o senador fazendo perguntas sobre um pagamento a uma pessoa chamada Gilce.
"Tudo indica que o senador estaria cobrando o pagamento da empresa Haiplan", afirma a PF no inqu�rito que apura as suspeitas de irregularidades. "A forma com que o senador cobrava o pagamento da empresa Haiplan em suas conversas com Francisvaldo indicam que o parlamentar estaria atendendo n�o apenas aos interesses do Estado de Roraima, mas aos seus pr�prios. Com base no di�logo entre Francisvaldo e o senador, h� fortes ind�cios de que este parlamentar teria grande influ�ncia no governo de Roraima", sustenta a PF.
Francisvaldo Paix�o delatou a exist�ncia de um esquema que, segundo ele, desviou recursos de emendas parlamentares destinados � Sa�de de Roraima durante a pandemia. Nas conversas, o servidor chama Chico Rodrigues de "chefe".
Em outros di�logos, segundo a PF, Francisvaldo e Gilce combinam pre�os de produtos a serem adquiridos pela administra��o p�blica. Para os investigadores, h� "ind�cios de favorecimento por parte de Francisvaldo em rela��o � Haiplan, bem como, em determinados momentos, a hip�tese de envolvimento do senador Chico Rodrigues com esta empresa". Ainda com base em mensagens, policiais suspeitam que um sobrinho do senador, L�o Rodrigues, ex-vereador em Boa Vista, teria agido em nome da Haiplan.
A Haiplan n�o � a �nica empresa que teria sido favorecida no esquema, de acordo com a PF. Investigadores encontraram ind�cios de direcionamento de contratos para a Quantum Empreendimentos. A Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) suspeita de sobrepre�o no valor de R$ 956,8 mil para o fornecimento de kits de teste r�pido.
Defesas
A defesa de Chico Rodrigues afirmou que o senador "jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no �mbito de contrata��es em Roraima". Disse ainda que o parlamentar "dialoga, no �mbito de suas fun��es, com pol�ticos, servidores p�blicos, empres�rios e outros profissionais com as mais diversas demandas referentes ao Estado".
Dono da Quantum, Roger Pimentel negou favorecimento e sobrepre�o em contrato, j� que, segundo ele, os kits n�o foram entregues porque a empresa n�o recebeu pagamento. "Esse inqu�rito n�o tem p� nem cabe�a", disse. Procurados, os demais citados n�o responderam at� a conclus�o desta edi��o. Fonte: Dow Jones Newswires.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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