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Estado de Minas Corrup��o

Dinheiro na cueca e ouro no cofre

Pol�cia Federal apreendeu pepita de metal precioso na casa do senador Chico Rodrigues. Flagrado com R$ 33 mil sob a roupa, ele � investigado por supostas fraudes na Sa�de


23/10/2020 04:00

Licenciado do Senado, político do DEM é suspeito de desvio de recursos para combate à COVID-19 (foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Licenciado do Senado, pol�tico do DEM � suspeito de desvio de recursos para combate � COVID-19 (foto: Marcos Oliveira/Ag�ncia Senado)
N�o foi s� dinheiro na cueca e no cofre o que a Pol�cia Federal (PF) apreendeu na resid�ncia do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). Na opera��o, a PF tamb�m encontrou o que parece ser uma pepita de ouro. Ap�s a a��o na casa do senador, a pol�cia registrou em seu termo de busca e apreens�o uma "pedra, supostamente caracterizada como pepita de ouro, encontrada no cofre do quarto do senador".

No momento da opera��o, o senador n�o soube explicar ou comprovar a origem tanto da pedra quanto dos valores em sua resid�ncia. Por isso, tudo foi apreendido. Havia R$ 10 mil e US$ 6 mil no cofre, al�m dos R$ 33 mil escondidos nas vestes �ntimas do senador. A soma resulta em R$ 70 mil, se convertidos os d�lares � moeda brasileira na cota��o do dia. “Quanto aos valores, o senador n�o soube explicar ou comprovar sua origem; e, da mesma forma, a origem da pedra, supostamente uma pepita de ouro, raz�o pela qual todos os objetos foram apreendidos”, disse a PF.

Somente dias ap�s o senador informou que o dinheiro era para pagar empregados. Chico Rodrigues alega inoc�ncia, mas se afastou por 121 dias do Senado, pressionado pelos colegas. Al�m de bens e valores, a Pol�cia Federal apreendeu um manuscrito contendo a descri��o de um fluxograma relacionado � mudan�a do secret�rio de Sa�de de Roraima, Francisco Monteiro, e a compra de respiradores, com valor de “1.800.000”.

A informa��o relacionada � mudan�a na Secretaria de Sa�de � relevante para a investiga��o em andamento no Supremo, uma vez que a PF suspeita que a demiss�o do ex-secret�rio de Sa�de do estado Allan Garc�s, em fevereiro deste ano, teria sido arquitetada para promover ao posto titular o adjunto de Garc�s, Francisco Monteiro Neto. Monteiro � descrito no inqu�rito como algu�m que dava apoio �s demandas de Chico Rodrigues, assim como o servidor da secretaria Francisvaldo de Melo Paix�o.

As apreens�es pela PF tamb�m inclu�ram “7 laudas descrevendo uma planilha de cota��o de pre�o de medica��es e 11 materiais m�dico hospitalares, localizados sobre a mesa no escrit�rio”, bem como “7 folhas de papel contendo rela��o de pre�o de materiais m�dico-hospitalares”. Os policias ficaram com um “caderno com timbre do Senado Federal contendo v�rias anota��es, entre elas a destina��o de valores a v�rios hospitais provenientes do fundo nacional de sa�de, encontrado no quarto do senador”.

Fraudes


O inqu�rito apura fraudes em licita��es e desvios de valores de contratos firmados pelo governo de Roraima para o enfrentamento � pandemia de COVID-19. A investiga��o aponta liga��o entre o senador Chico Rodrigues e empresas que firmaram contratos vistos como suspeitos pela PF. Mensagens de um dos investigados, que resolveu entregar o esquema, apontam que o senador monitorava o andamento de contrata��es na pasta e indicam que ele teve influ�ncia na nomea��o at� de um secret�rio.

Uma das empresas sob investiga��o, a Haiplan Constru��es Com�rcio e Servi�o Ltda, suspeita de irregularidades em contrato, apontada pela Pol�cia Federal como pr�xima ao senador Chico Oliveira, vendeu ao governo de Roraima m�scaras de prote��o a um pre�o 26 vezes mais alto do que o custo original. Uma nota fiscal emitida em 8 de abril pela Haiplan mostra que a empresa cobrou R$ 879.219 do governo por 16.434 m�scaras. Cada unidade custou R$ 53,50. Dias antes, em 17 de mar�o, por�m, a Haiplan havia pago apenas R$ 1,45 pela unidade das m�scaras. O item foi adquirido de uma empresa sediada no Rio Grande do Norte, com um n�mero de m�scaras semelhante, ao custo total de R$ 26.710.

Em fevereiro, Chico chegou a perguntar a Francisvaldo: “Voc� adiantou o pgto da Gilce/18-servi�os?”. O funcion�rio diz que sim, est� providenciando pagamento de R$ 2,6 milh�es. “Tudo indica que o senador estaria cobrando o pagamento da empresa Haiplan Constru��es Com�rcio e Servi�os”, diz a PF no inqu�rito que apura as supostas irregularidades.

“A forma como o senador cobrava o pagamento da empresa Haiplan em suas conversas com Francisvaldo indicam que o parlamentar atendia n�o apenas aos interesses do estado de Roraima, mas tamb�m aos seus pr�prios. Com base no di�logo entre Francisvaldo e o senador, h� fortes ind�cios de que esse parlamentar teria grande influ�ncia no governo de Roraima", diz a Pol�cia Federal.

Defesa


Os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar, que defendem o senador, disseram que “Chico Rodrigues dialoga, diuturnamente, no �mbito de suas fun��es, com pol�ticos, servidores p�blicos, empres�rios e outros profissionais com as mais diversas pautas e demandas referentes ao estado de Roraima”. “O senador jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no �mbito de contrata��es no estado de Roraima ou em qualquer outro �rg�o. As investiga��es v�o provar que ele n�o cometeu qualquer irregularidade no exerc�cio de suas fun��es. O senador est� � disposi��o das autoridades para esclarecer quaisquer d�vidas a respeito dos fatos em apura��o”, disse a defesa.





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