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Estado de Minas ENTREVISTA/BRUNO ENGLER

Engler diz que, se eleito, reabre com�rcio e escolas, apesar da COVID

Candidato do PRTB diz que prefeito Kalil � de esquerda e que combater� a ideologia de g�nero


29/10/2020 04:00 - atualizado 29/10/2020 00:27

"Dever�amos ter candidaturas avulsas, mas o STF, que se acha dono do Brasil, n�o permite. Ent�o, dependemos dos partidos" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Para enfrentar os efeitos econ�micos causados pelo novo coronav�rus, o candidato do PRTB � Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler, quer com�rcio em hor�rios tradicionais e di�logo com empreendedores. Entre outras a��es, ele cogita a renegocia��o de multas e tributos. Favor�vel � cloroquina para casos iniciais da doen�a, o deputado estadual, de 23 anos, � um dos “queridinhos” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao Estado de Minas, al�m de buscar di�logos com empresas de �nibus pela volta dos cobradores, o parlamentar critica o prefeito Alexandre Kalil (PSD), candidato � reelei��o, por a��es que, segundo ele, atentam contra os “valores conservadores.” Como exemplo, citou o “foda-se” que o prefeito sugeriu ser dado pelos homossexuais aos preconceituosos. “Voc� n�o pode dizer um palavr�o para boa parte da popula��o belo-horizontina”, argumenta. Sobra tamb�m para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix. Envolvido em imbr�glio com o partido — que indicou para vice um nome que lhe desagrada, Engler chama Fidelix de “desonesto e sem palavra”. Ap�s dizer que o STF “se acha dono do Brasil”, o candidato defende o ex-ministro e correligion�rio Abraham Weintraub, que atacou a Suprema Corte. Para o ensino municipal, ele defende as escolas c�vico-militares, reabertura dos col�gios municipais e o combate ao que chama de “ideologia de g�nero”.

Qual a prioridade do senhor para a cidade?
Promover a retomada do com�rcio em hor�rio integral. O hor�rio alternativo imposto pela prefeitura n�o faz o menor sentido. Diminuir o hor�rio de funcionamento de uma atividade para evitar aglomera��es gera o efeito contr�rio. Se um n�mero de pessoas que precisa de servi�o (que est�) em hor�rio reduzido, h� concentra��o maior de pessoas. Vamos trazer para perto os micro e pequenos empres�rios, dialogar e buscar solu��es para o enfrentamento desta crise, com renegocia��o de impostos municipais, desburocratiza��o ou perd�o de multas dadas na pandemia. Precisamos evitar que empresas fechem em BH, al�m de conversar com as que fecharam para ver o que a prefeitura pode fazer para que voltem a funcionar.

O senhor pretende dialogar com as empresas de �nibus? Seu plano de governo fala em ‘otimizar as alternativas de transporte p�blico’. Como fazer isso?
A gente precisa voltar com o funcionamento das linhas de �nibus em tempo integral. A primeira coisa que o prefeito fez quando come�ou a pandemia foi permitir que as viagens fossem extremamente reduzidas, o que gerou aglomera��es dentro dos coletivos e piorou a qualidade do servi�o. Vamos exigir que se cumpra o n�mero de linhas em contrato, trabalhar junto �s empresas para a volta dos cobradores. � muito prejudicial para o tr�nsito que o motorista tenha que trocar o dinheiro dos passageiros. E, muitas vezes, para deixar as pessoas em casa mais rapidamente, acaba come�ando a dirigir enquanto troca o dinheiro. A otimiza��o do transporte passa por buscar, junto �s empresas, a melhoria da frota e, l� em Bras�lia, a viabiliza��o da linha 2 do metr�. O presidente Bolsonaro e o ministro Tarc�sio (Freitas, da Infraestrutura) j� demonstraram vontade de destinar recursos (da multa aplicada � Ferrovia Centro-Atl�ntica) � linha 2. Depois, vieram empecilhos jur�dicos, parece que (o assunto) ter� de passar pelo Congresso, mas acredito que a bancada mineira conseguir� trazer os recursos.

Qual o mais s�rio problema enfrentado pela cidade?
Com a pandemia, observamos o desemprego, que tem aumentado. Ainda h� o recorrente problema das enchentes — e, no in�cio deste ano, tivemos uma demonstra��o da gravidade. Prometer resolver o problema das enchentes � populismo, mas podemos ajudar a melhorar. A primeira (medida) � o investimento maci�o em desassoreamento (limpeza) dos rios cobertos, para acelerar a vaz�o da �gua na bacia hidrogr�fica. A outra maneira � uma macrodrenagem: o grande problema das enchentes em todo o mundo � quando a bacia hidrogr�fica recebe um volume de �gua maior que o suport�vel. Isso ocorre, al�m da incapacidade de dar vaz�o, pela chegada r�pida da �gua. Queremos mudar o sistema de bocas de lobo, colocando barreiras para que a chuva corra mais devagar, de onde ela ocorre, at� a bacia. Isso ajuda a evitar enchentes, pois, enquanto a chuva corre, a bacia d� vaz�o � �gua que ali est�. E, mesmo que haja enchente, ela vai demorar mais a ocorrer, o que nos possibilita uma prepara��o melhor.

Como vai se relacionar com o presidente Bolsonaro e o governador Romeu Zema?
Meu relacionamento com o presidente � excelente. Temos um alinhamento total, al�m de bom relacionamento com o governador Romeu Zema. N�o sou 100% alinhado a ele, mas � uma pessoa que quer o bem de Minas Gerais. Sempre fui do bloco independente (na Assembleia), mas tenho boa rela��o com o governador e seus secret�rios. Temos porta aberta para o di�logo.

O senhor fala em 'combater a ideologia de g�nero' nas escolas. O que � esse conceito? Pretende, por exemplo, proibir aulas de educa��o sexual?
A ideologia de g�nero � o ensino nas escolas de que homem n�o nasce homem, mulher n�o nasce mulher e que g�nero � uma coisa fluida. S�o ensinamentos que n�o est�o baseados em ci�ncia, mas na ideologia de esquerda. O PT, no governo federal, queria implementar o kit gay nas escolas, e enfrentamos diversas batalhas na Assembleia sobre esse tema. A educa��o sexual tem que ser ensinada no contexto da biologia, aos alunos com idade apropriada para entender o sistema reprodutor. Ficar ensinando conte�do sexualmente expl�cito, ideologia de g�nero e sexualidade, al�m de ideologia LGBT nas escolas, n�o acho que h� espa�o.

Por causa da pandemia, as escolas municipais est�o fechadas desde mar�o. O senhor � a favor da retomada?
Sou a favor da reabertura integral das redes municipal e privada. Precisamos implementar o sistema misto: voltamos com as aulas presenciais, mas oferecemos o ensino remoto aos pais e alunos que n�o se sentirem seguros. A educa��o municipal est� completamente parada em BH.

Sua candidatura est� envolvida em um imbr�glio em torno do vice. Acredita em uma resolu��o at� a elei��o? Como fazer o eleitor ‘embarcar’ em uma chapa que ‘bate cabe�a’ internamente?
O presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, me garantiu autonomia para gerir a candidatura, fazer coliga��es e escolher o vice. Perto da elei��o, mudou o discurso, faltou com a palavra e quis impor o vice (Mauro Quint�o). Isso, para mim, n�o � o jeito certo de fazer pol�tica. Precisamos ter palavra e cumprir acordos. Por isso, fui ao TRE e registrei a chapa com a vice que eu quis. Estamos no Judici�rio disputando essa quest�o para mostrar quem agiu de boa-f�. Enfrentamos dificuldades, pois nos colocamos contra o sistema pol�tico podre que est� a� desde sempre. Fidelix mostrou a sua cara, de dirigente antigo, desonesto e sem palavra. Assumindo a prefeitura, tamb�m vamos enfrentar muitas dificuldades, combatendo o sistema podre que est� institu�do.

Mas o senhor se filiou ao partido.
O sistema pol�tico-partid�rio do Brasil � podre. N�o estou dizendo que o PRTB � podre. Temos um sistema viciado, que gera muito poder aos partidos. Dever�amos ter candidaturas avulsas, mas o STF, que se acha dono do Brasil, n�o permite. Ent�o, dependemos dos partidos. Pensei que estivesse entrando em um partido s�rio, com pessoas s�rias. O que eu vi foi um presidente nacional sem palavra, que se acha dono do partido, que pode impor suas vontades como um ‘rolo compressor’. Me elegi pelo PSL, mas fui expulso, pois a sigla brigou com Bolsonaro, passando a adotar uma plataforma diferente da defendida na elei��o. Me filiei ao PRTB, pois me prometeram que seria um partido de direita, alinhado ao governo federal.

O senhor agendou live com o ex-ministro Abraham Weintraub. Considera positivo se associar a algu�m que acumulou pol�micas em sua passagem pelo MEC?
Weintraub fez excelente trabalho no minist�rio. Enfrentou problemas por ter coragem de falar a verdade. Ele enfrentou o STF, teve problemas por isso, mas n�o tem nenhum esc�ndalo de corrup��o. No MEC, ele implementou bons projetos, ajudou a consolidar o modelo c�vico-militar e permitiu o desenvolvimento de um plano nacional de alfabetiza��o. O eleitor tem acompanhado os absurdos cometidos pelo STF, que sai de sua prerrogativa, tenta agir como um poder acima dos demais e, pior: infringe a liberdade das pessoas. Todos n�s temos acompanhado o inqu�rito da censura (que investiga as fake news contra ministros da corte), que quer tolher a liberdade de express�o dos cidad�os. A coragem de enfrentar o STF, para mim, � uma qualidade, n�o um defeito.

O senhor defende as escolas c�vico-militares. Como implantar tal modelo em BH?
O projeto-piloto � disponibilizado pelo MEC. Basta ao ente federado aderir. Kalil n�o aderiu por motivos ideol�gicos. Por ser uma pessoa de esquerda, n�o aderiu a um modelo que comprovadamente funciona. Vamos aderir ao modelo do MEC, com verba da Uni�o. Depois, e com certeza ser� um sucesso, vamos buscar parcerias com o governo do estado e a PM para fazer um col�gio c�vico-militar nos moldes do Tiradentes, que tamb�m � um sucesso.

Por que o senhor considera o Kalil de esquerda?
Vemos na plataforma econ�mica como trata quem gera emprego e renda como inimigo, o Plano Diretor desastroso, que com a Lei de Uso e Ocupa��o do Solo inviabiliza o setor da constru��o civil. � uma pessoa que se coloca contra os valores conservadores, vai a uma parada LGBT — e tem todo o direito de ir — e fala que aquilo � lindo e maravilhoso, al�m de falar um palavr�o para quem � contra. Foi um ‘foda-se’ para boa parte da popula��o de BH, que n�o acha que a parada LGBT � um evento bacana. Tem o direito de ocorrer, mas voc� n�o pode dizer um palavr�o para boa parte da popula��o belo-horizontina.

Quais os planos do senhor para a sa�de?
Implementar o protocolo de tratamento precoce (hidroxicloroquina, azitromicina e zinco) contra a COVID-19, que vai gerar menos interna��es e menos mortes. Queremos aumentar o investimento em sa�de preventiva, pois assim � poss�vel solucionar o problema na ‘raiz’. Queremos colocar policl�nicas em cada regional, com aten��o � sa�de da fam�lia e �s quest�es odontol�gicas. Kalil disse que ia fazer funcionar o que j� existe, mas a rede de sa�de n�o tem funcionado com excel�ncia. Queremos mudar essa realidade. As policl�nicas podem ter consultas marcadas, com atendimento especializado, para evitar problemas com anteced�ncia.

PERFIL

Bruno de Castro Flor�ncio Engler de Almeida
  • Idade: 23 anos
  • Naturalidade: Curitiba
  • Estado civil: solteiro
  • Filhos: n�o tem
  • Forma��o: superior incompleto (trancou a gradua��o em direito em 2018)
  • Carreira: deputado estadual desde o ano passado
  • Experi�ncia pol�tica: lideran�a do Movimento Direita Minas, candidato a vereador de BH em 2016, deputado estadual eleito em 2018. Antes do PRTB, passou por PSL e PSC
 
 


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