
"No dia que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultra-esquerda, o que eu nunca fui", afirmou o presidenci�vel ap�s evento com a milit�ncia de seu partido, o PDT, em apoio ao ex-governador M�rcio Fran�a (PSB), candidato � Prefeitura de S�o Paulo em uma chapa com o pedetista Antonio Neto como vice.
"Ent�o vamos ter compostura. Moro vendeu a toga em troca de um cargo vital�cio e � um cara da extrema-direita. O Moro se veste como os fascistas italianos da d�cada de 1930. Ele est� sempre com uma camisa escura sobre um palet� escuro. O Moro � fascista. O Moro vendeu a toga, prendeu um advers�rio pol�tico, tirou o advers�rio pol�tico da elei��o e, em seguida, aceitou ser ministro do que ganhou a elei��o. Isso � uma les�o �tica que transforma o Moro para mim em um grande malandro", afirmou Ciro.
O pedetista poupou Huck de muitas cr�ticas, sugerindo apenas que ele n�o tem experi�ncia em governo para conseguir orientar o Pa�s. "O Luciano Huck � um apresentador de televis�o. Ok, � uma tarefa das mais dignas. Isso prepara para enfrentar a maior crise social, econ�mica? O posicionamento internacional do Brasil, o Congresso hiper fraturado?", indagou. "S� a irresponsabilidade de algumas pessoas da elite Brasileira � que permitem a gente acreditar isso", afirmou. Sobre Doria, Ciro disse que ele foi um prefeito que mentiu para o povo, se referindo � promessa feita pelo tucano de que ele n�o deixaria o mandato na Prefeitura para disputar o governo do Estado.
"Ele j� resolveu: vai terceirizar a Prefeitura para o MDB, vai terceirizar o governo do Estado para o DEM. Esse � o plano dele, para ele ser o presidente da Rep�blica. E voc�s que se arrebentem", afirmou.
Encontro com Lula
A rep�rteres, Ciro confirmou que encontrou o ex-presidente Lula em setembro. O petista tem sido alvo de muitas cr�ticas do pedetista desde o desfecho das elei��es 2018, em que o atual presidente Jair Bolsonaro, se elegeu.
"Eu tive (um encontro com Lula). Fui convidado pelo governador Camilo Santana (petista que administra o Cear� e � pr�ximo � fam�lia Gomes) e tive uma conversa muito franca, muito franca mesmo. As pessoas gostariam de que eu usasse uma express�o popular: lavamos a roupa suja, para valer", explicou o ex-ministro de governo do PT.
De acordo com Ciro, ambos continuaram com suas opini�es sobre a situa��o do Pa�s, mas que o fato de haver di�logo � positivo. "Eu diria que, sob o ponto de vista das compreens�es da quest�o brasileira para tr�s e para frente, continuamos como est�vamos antes de conversar. Mas a mim me agrada a ideia de que a gente fa�a pol�tica conversando. Sabe? O que pega � catapora", argumentou.
De acordo com o ex-ministro, nenhum dos dois deu qualquer sinaliza��o concreta de plano para o futuro.
A iniciativa do encontro partiu de Santana, que procurou Ciro e Lula, aparou arestas e viabilizou a reaproxima��o. A tarefa demandou mais de um m�s e dezenas de telefonemas. Desde ent�o Lula tem inclu�do Ciro no rol de nomes fortes da esquerda para 2022 e o pedetista cessou os ataques ao PT.
Apoio a M�rcio Fran�a
O presidenci�vel elogiou a postura do candidato M�rcio Fran�a, que tem evitado nacionalizar a disputa pela Prefeitura de S�o Paulo e t�m criticado seus oponentes por vincular suas imagens � de um potencial candidato em 2022. Ao longo da campanha, Fran�a vem se apresentando como o candidato para o eleitor que quer um prefeito e n�o um presidente.
Para Ciro, a estrat�gia � acertada. "Se voc� olhar em Fortaleza, onde o meu t�tulo de eleitor �, n�s entendemos que o que est� em debate � uma elei��o municipal. Os meus advers�rios est�o querendo fazer isso (nacionalizar a disputa e com cabos eleitorais de fora da cidade) l�. O Lula todo dia na televis�o, o Moro entrou na televis�o l� no Cear�, Bolsonaro entrou na televis�o no Cear� e eu n�o vou", afirmou. Em Fortaleza, Ciro apoia Jos� Sarto (PDT) enquanto Lula apoia Luizianne Lins (PT) e Moro gravou um v�deo para o deputado Capit�o Wagner (Pros).
De acordo com pesquisa Ibope divulgada no �ltimo dia 3, Sarto (PDT) tem 29% das inten��es de voto, contra 27% de Capit�o Wagner e 24% de Luizianne.
"E eu n�o vou (participar do hor�rio eleitoral), porque eu n�o vou deixar que eles distraiam o povo de Fortaleza. Nunca perdi uma elei��o no Cear�. Na �ltima agora (em 2018), eu ganhei para presidente da Rep�blica no Estado todo e o Bolsonaro foi para terceiro lugar. Ent�o eu n�o tenho problema de rela��o com o meu povo. O que eu n�o posso permitir � que queiram transformar o meu povo, a quem eu devo tudo, em pecinha de xadrez do jogo que vai ser jogado em 2022", acrescentou.
De acordo com o marqueteiro de Fran�a, Raul Cruz Lima, Ciro n�o ser� usado no hor�rio eleitoral gratuito da campanha peesebista. "O M�rcio � o cara que tem falado o tempo todo na imagem das sombras - tem uma sombra (de campanha presidencial) atr�s de cada candidato. O Russomanno com o Bolsonaro, o Lula atr�s do (Jilmar) Tatto e do (Guilherme) Boulos. E ele o M�rcio est� se mostrando como o cara independente que n�o tem o rabo preso com ningu�m. Na campanha (de r�dio e TV), n�o estamos programando nada com o Ciro", afirmou ao Estad�o.
No evento com Ciro, Fran�a e Antonio Neto, foram feitas grava��es para serem postadas na internet. Fran�a saiu mais cedo para uma entrevista na Rede Record.
Bolsonaro na campanha de Russomanno
Perguntado se o deputado Celso Russomanno (Republicanos), oponente de Fran�a na disputa pela Prefeitura, estava errado ao estava usar Bolsonaro em sua campanha, Ciro, que n�o costuma medir palavras, disse que foi uma decis�o "idiota".
"Desculpe dizer. O Bolsonaro � um idiota e o Russomanno n�o � do ramo. O Russomanno vive de explorar essa popularidade que a televis�o d�, ele est� a� nos programas popularescos, mundo c�o, tal que ele � desse ramo, e acha que isso vai transformar o povo em idiota. Isso � muito bobo, porque nunca ser� assim que o povo vai votar", defendeu.
O ex-ministro tamb�m disse que o atual presidente vai "levar uma sova" nas grandes metr�poles do Pa�s. "O Bolsonaro � um imbecil completo. Por qu�? Porque vai levar uma sova grande em S�o Paulo, outra grande no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais n�o est� vendo nem o azul. N�o se apresentou no Rio Grande do Sul, n�o se apresentou nem no Sul, onde ele tem for�a. No Nordeste brasileiro, ele n�o vai levar em canto nenhum", argumentou.
Para o presidenci�vel, a expectativa de que aliados do presidente percam em grandes cidades acena para a possibilidade de que o eleitorado est� come�ando a rejeitar extremos. "Parece que o bolsonarismo bo�al e o lulopetismo corrompido v�o levar uma grande surra no Brasil inteiro", disse.