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Trio Doria, Moro e Huck recebe ataques do governo e da oposi��o

Movimento do trio para entrar na corrida presidencial como alternativa de centro gerou inc�modo na gest�o de Bolsonaro, que busca reelei��o, e rea��es no meio pol�tico; apresentador encontra-se com Rodrigo Maia, cr�tico do ex-juiz da Lava-Jato


10/11/2020 11:34 - atualizado 10/11/2020 11:42

(foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil)
(foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil)
A possibilidade de uma chapa formada pelo ex-ministro da Justi�a Sergio Moro e pelo apresentador Luciano Huck causou alvoro�o no governo e no meio pol�tico nacional. A dois anos das elei��es presidenciais, os dois deram a largada para a corrida ao Planalto, num encontro em Curitiba. O ex-juiz da Lava-Jato tamb�m se articula com outros poss�veis apoiadores, como Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Sa�de, e o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB). At� mesmo o vice-presidente Hamilton Mour�o aparece nas pretens�es do ex-magistrado.

O encontro entre Moro e Huck estava sendo planejado havia meses e ocorreu no m�s passado. O apresentador de tev� aparece como principal op��o para vice em uma chapa, em raz�o do poder de influ�ncia e do n�vel de engajamento pol�tico que vem ganhando desde 2018, quando pensou em se lan�ar � presid�ncia. A inten��o do ex-ministro da Justi�a do governo � criar uma alternativa de centro ao presidente Jair Bolsonaro, representante da direita, e � esquerda, conduzida pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e seus apoiadores.

As negocia��es seguem a pleno vapor e, ontem, Huck almo�ou com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nem o comunicador nem Sergio Moro t�m disputas de cargos eletivos no curr�culo. O deputado seria uma pe�a-chave para ampliar a articula��o e conseguir apoio no Congresso e nos estados. No Planalto, os olhares se voltam para integrantes do governo que podem mudar de lado nos pr�ximos meses e passar a apoiar Moro, que ainda conta com a simpatia de muitos integrantes do Executivo.

O inc�modo com a prov�vel chapa ficou vis�vel no governo. O ministro das Comunica��es, F�bio Faria, usou o Twitter para se manifestar sobre a eventual parceria. “N�o basta trair no governo, trair na sa�da, tem de continuar flertando com a trai��o. � um triplo mortal carpado”, escreveu. Por ora, no entanto, a recomenda��o � que os integrantes do Executivo evitem se pronunciar sobre o assunto, para n�o dar mais proje��o ao ex-ministro.

Representantes da esquerda tamb�m comentaram o tema. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disparou contra Moro. “A fraude que campeia no Brasil n�o cede espa�o. No dia em que Doria, Huck e Moro forem de centro, eu sou de ultra-esquerda, o que eu nunca fui”, afirmou, em um evento de campanha, num galp�o na zona oeste de S�o Paulo. Ele disse, ainda, que o bolsonarismo e o PT v�m perdendo for�a e isso deve ficar evidenciado nas elei��es municipais deste ano. “Est� muito cedo ainda, falta uma semana, mas parece que o bolsonarismo bo�al e o lulopetismo corrompido v�o levar uma grande surra no Brasil inteiro a pre�o de hoje”, ressaltou. “Isso quer dizer que o eleitorado brasileiro, em sua esmagadora maioria, como segunda raz�o do seu voto, est� banindo esses dois extremos. O primeiro motivo � a �gua, � a luz, � o telefone, moradia, �nibus. A segunda � um posicionamento pol�tico.”

Do centro � direita


Moro afirma ser um pol�tico de centro, o que seria uma alternativa a Bolsonaro e aos candidatos de esquerda. No entanto, especialistas divergem sobre o alinhamento do ex-ministro, principalmente por ele ter aceitado integrar o atual governo por mais de um ano. O professor Ricardo Caichiolo, cientista pol�tico do Ibmec de Bras�lia, acredita que a forma��o da chapa deve se concretizar, mesmo que ainda faltem dois anos para as elei��es. “As �ltimas pesquisas apontam Moro com 10% a 11% das inten��es de voto. Mandetta tem um percentual bem razo�vel, al�m do Doria, que tem uma pegada mais ao centro quando se compara com a direita, ou a extrema direita, representada pelo Bolsonaro. O que deve come�ar, agora, � a articula��o para saber quem encabe�a a chapa. Pode ser o Moro, Mandetta ou Doria”, disse.

O cientista pol�tico Leonardo Queiroz Leite afirmou que Moro pode ser avaliado de acordo com a conduta que teve no Minist�rio da Justi�a. “Sergio Moro ainda n�o tem uma linha pol�tica clara, mas tende a ficar, em primeiro momento, como centro, ou centrodireita. Mas, hoje, ele precisa fazer acenos para seus poss�veis parceiros. Ele deve testar o discurso e ver onde deve ter resist�ncia. Deve ter um estilo mais conciliador, como o Rodrigo Maia, no DEM”, frisou.

“Zero” chance de apoio


Antes do encontro, Rodrigo Maia afirmou que a chance “� zero” de dar respaldo a uma chapa que tenha Moro. “N�o posso apoiar uma chapa integrada por algu�m de extrema-direita”, justificou, em entrevista � colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo. “Moro j� defendeu ideias e divide a parte do eleitorado de extrema-direita com Bolsonaro. Por isso, ele cai nas pesquisas quando disputa com o presidente”, frisou. Em outubro, o jornal O Globo revelou que a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) reabriu uma investiga��o sobre supostos pagamentos da empreiteira OAS a Maia. O inqu�rito — no �mbito da Lava-Jato, que j� teve Moro como juiz — corre em sigilo e investiga supostos repasses de caixa dois da OAS ao deputado, com base na dela��o premiada de funcion�rios do setor de contabilidade paralela da empreiteira.

Mour�o: ou vice ou Senado


(foto: ROMERIO CUNHA/VPR)
(foto: ROMERIO CUNHA/VPR)

O vice-presidente Hamilton Mour�o foi ventilado pelo ex-ministro Sergio Moro como eventual integrante de uma chapa de centro para concorrer �s elei��es ao Planalto em 2022. De acordo com interlocutores do militar, ele, de fato, tem pretens�es pol�ticas para o pr�ximo pleito, mas deve manter o apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Segundo um aliado de Mour�o, ele v� a eventual candidatura dele � Presid�ncia, ou vice em outra chapa, como uma trai��o contra Bolsonaro, que lhe deu a oportunidade de concorrer nas elei��es de 2018. O general sabe que pode ser deixado de lado pelo presidente e n�o ser convidado para concorrer novamente a vice. “Ele prefere trair do que ser tra�do”, disse um amigo pr�ximo do vice-presidente, sob a condi��o de anonimato. Em entrevista ao jornal O Globo, Moro citou nomes como o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta, al�m de Mour�o, para compor uma chapa com o objetivo de concorrer contra Bolsonaro e candidatos de esquerda.

Mour�o tem dito, para pessoas pr�ximas, que se n�o for convidado por Bolsonaro para ser vice, concorreria ao Senado. Se os planos pol�ticos n�o derem certo com o chefe do Executivo nem no Legislativo, ele se afasta do cen�rio pol�tico para se dedicar aos netos. Mas uma parceria com Moro n�o tinha sido avaliada at� agora. No momento, o vice-presidente optou por n�o se manifestar sobre o caso e focar na gest�o que est� em andamento.


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