Em SP, Covas diz n�o 'vender ilus�es'; Boulos defende 'justi�a social'

Uma fala do prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reelei��o, na noite deste domingo, 15, ap�s o fim da apura��o do primeiro turno, quando ele disse que combateria o "radicalismo", numa refer�ncia a Guilherme Boulos (PSOL), voltou ao debate na manh� desta segunda, 16, em entrevistas dos dois candidatos que disputar�o o segundo turno em S�o Paulo.

Boulos relacionou a ideia de radicalismo ao fato de haver 25 mil pessoas em situa��o de rua em S�o Paulo. "Para mim, o que � radical � que na cidade mais rica da Am�rica Latina tenha gente que revire o lixo para comer", disse em entrevista � TV Bandeirantes. "O que defendo � justi�a social e que a Prefeitura governe para todos com um olho especial para aqueles que est�o abandonados. Isso n�o � radicalismo. O legado do PSDB s�o os esquemas, a m�fia da merenda, do Rodoanel, do Metr�. A pessoa precisa ter mais coer�ncia antes de falar uma coisa dessa."

Tamb�m em entrevista � Bandeirantes, Covas disse lamentar a "explora��o da mis�ria e da situa��o em que vivem essas pessoas para se ganhar dividendos eleitorais", e destacou o "tratamento humanizado" que sua gest�o vem dando ao problema e a necessidade de uma retomada econ�mica p�s-pandemia.

Perguntado sobre o que exatamente era radical na campanha de Boulos, o prefeito respondeu que sua campanha n�o est� "vendendo ilus�es". "Temos um hist�rico de compromisso com a lei, a ordem e a democracia e de respeito a todas as religi�es. � o curr�culo dos candidatos que vai ser apresentado. Estou aqui para falar das nossas propostas e ideias. Essa n�o � uma campanha para ficar falando mal dos outros candidatos. Deixo isso para que a popula��o possa perceber nos discurso e no hist�rico de cada um".

"A popula��o mostrou que n�o quer fazer guerra de padrinho pol�tico. N�o se trata de mostrar quem tem os melhores apoios. A popula��o quer eleger o prefeito de S�o Paulo e focar nos temas da cidade", disse Bruno Covas. "E n�o tenho problema nenhum em falar do apoio do governador Jo�o Doria (PSDB), um apoio que muito me orgulha", completou, destacando a a��o conjunta entre Prefeitura e Governo do Estado para a perman�ncia do Grande Pr�mio da F�rmula 1 na cidade.

Covas preferiu n�o detalhar o pr�ximo passo da campanha: a busca pelo apoio dos candidatos derrotados. Disse apenas que sua equipe de coordena��o se re�ne ainda pela manh� para estabelecer a estrat�gia com rela��o a novas alian�as.

Questionado em entrevista � r�dio Jovem Pan se gostaria de ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro, Covas disse acreditar que ele ficar� "neutro" neste segundo turno. "O resultado do primeiro turno mostrou que n�o deu certo para o presidente se intrometer na cidade de S�o Paulo."

J� Boulos disse que neste segundo turno vai buscar o apoio de todos os que querem mudan�a em S�o Paulo, ao ser perguntado se procuraria Celso Russomanno (Republicanos). "N�o me parece que o Celso Russomanno queira qualquer tipo de mudan�a. O partido dele estava no governo de Bruno Covas at� tr�s meses antes da elei��o. Mas a enorme maioria votou ontem por mudan�a. Vou dialogar com esses eleitores, independentemente de terem votado em mim ou n�o no primeiro turno, e vou dialogar com aqueles que de fato n�o querem que a Prefeitura de S�o Paulo seja um puxadinho de Jo�o Doria."

Guilherme Boulos, que j� tem o apoio de Jilmar Tatto (PT), comentou que o que quer, neste segundo turno, � construir uma alian�a para enfrentar a desigualdade social e lutar pela democracia. "Uma frente daqueles que n�o querem que Jo�o Doria continue dando as cartas na cidade. Neste primeiro turno, derrotamos Bolsonaro e a m�quina do governo federal que tentou interferir nas elei��es. No segundo turno, vamos derrotar o Jo�o Doria. Todos aqueles que concordam com o nosso programa ser�o muito bem-vindos", disse o candidato - que vai procurar, al�m do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, outras lideran�as nacionais para sua campanha.