(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Assessor de Fl�vio Bolsonaro era 'determinante' em esquema, diz MPRJ


19/11/2020 12:00

Um dos 17 denunciados pelo Minist�rio P�blico do Rio no inqu�rito das "rachadinhas", o atual chefe de gabinete do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Miguel �ngelo Braga Grillo, conhecido como "coronel Braga", desempenhava, segundo a acusa��o da Promotoria, "papel determinante" no esquema de desvios de sal�rios de funcion�rios na Assembleia Legislativa do Rio.

De acordo com o Minist�rio P�blico, coronel Braga integrava o "n�cleo operacional" do esquema e, como respons�vel pelos servidores lotados no gabinete, expedia mensalmente of�cios ao Departamento Pessoal da Alerj "atestando falsamente a frequ�ncia integral dos assessores componentes da organiza��o criminosa". Assim, afirma a den�ncia, a Casa liberava os pagamentos dos sal�rios, mesmo sem a contrapresta��o dos servi�os p�blicos pelos "funcion�rios fantasmas".

Braga trabalha com o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro desde 2007. Coronel-aviador da reserva da For�a A�rea Brasileira (FAB), ele recebe atualmente um sal�rio de R$ 22,9 mil na fun��o principal do gabinete de Fl�vio no Senado, segundo dados oficiais da Casa.

Conforme a den�ncia, enquanto o ex-assessor parlamentar Fabr�cio Queiroz cuidava da contabilidade da "organiza��o criminosa", recolhendo parte da remunera��o de assessores e repassando os recursos a Fl�vio, coronel Braga gerenciava o trabalho da equipe e tinha como fun��o atestar o cumprimento das jornadas de trabalho dos "fantasmas". Fl�vio, Queiroz e Braga s�o acusados de peculato, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

O Minist�rio P�blico afirma ainda que, embora constassem como lotados no gabinete na Assembleia, esses funcion�rios exerciam atividades privadas remuneradas ou cursavam universidades em hor�rios incompat�veis com o trabalho que deveriam exercer no Legislativo Estadual. Um dos policiais cedidos ao gabinete, o tenente-coronel Wellington S�rvulo Romano da Silva, por exemplo, passou no exterior oito dos 18 meses em que figurou como funcion�rio na Assembleia, diz a Promotoria do Rio.

Dep�sito

Al�m de ser acusado de mentir nos boletins mensais de frequ�ncia, coronal Braga, segundo o MP, depositou R$ 20 mil em esp�cie da conta da mulher de Fl�vio, Fernanda, em 2011. Em depoimento, o servidor afirmou que o dinheiro seria usado no pagamento da compra de um carro da mulher de Fl�vio. A Promotoria, no entanto, n�o encontrou registros da transa��o nas declara��es de Imposto de Renda nem nas informa��es do Detran sobre o hist�rico de ve�culos em nome de Fernanda. Para o MP, esse dinheiro pode ter sido usado para quitar uma parcela do apartamento adquirido pelo casal em Laranjeiras, na zona sul do Rio, como estrat�gia para lavar o dinheiro desviado da Assembleia.

"Os registros banc�rios revelaram que no dia 29 de dezembro de 2011 o chefe de gabinete (coronel Braga) sacou R$ 20 mil de sua pr�pria conta-corrente e, em um per�odo de apenas meia hora, na companhia da titular da conta-corrente (Fernanda), realizou o dep�sito de mesmo valor em ag�ncia localizada a 400 metros de dist�ncia", afirma o Minist�rio P�blico na acusa��o formal.

Tamb�m de acordo com os investigadores, depois de "descuidos" que permitiram identificar funcion�rios da Alerj como autores dos dep�sitos em esp�cie na conta da mulher de Fl�vio, "os integrantes da organiza��o criminosa passaram a ser mais cautelosos, adotando a t�cnica de realizar v�rios dep�sitos fracionados em valores menores, notadamente utilizando caixas eletr�nicos, a fim de burlar a obrigatoriedade de identifica��o dos depositantes".

Coronel Braga ainda � alvo de uma outra investiga��o, a que apura se houve vazamento de informa��es da Opera��o Furna da On�a a Fl�vio, conforme relatou o empres�rio Paulo Marinho. Segundo Marinho, Braga participou de uma conversa na porta da Pol�cia Federal, com mais duas pessoas, para obter dados da a��o que mirou irregularidades na Assembleia Legislativa do Rio. Em depoimento, ele negou ter recebido informa��es privilegiadas.

Defesas

Os advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem Fl�vio Bolsonaro, classificaram a den�ncia do Minist�rio P�blico de "cr�nica macabra e mal engendrada". "A den�ncia n�o se sustenta. A tese acusat�ria forjada contra o senador se mostra invi�vel, porque desprovida de qualquer ind�cio de prova. Todos os defeitos de forma e de fundo da den�ncia ser�o pontuados e rebatidos."

A defesa de Fabr�cio Queiroz afirmou, por meio do advogado Paulo Em�lio Catta Preta, que vai "exercer o contradit�rio defensivo, com a impugna��o das provas acusat�rias e a produ��o de contraprovas que demonstrar�o a improced�ncia das acusa��es e, logo, a inoc�ncia" do ex-assessor parlamentar. A reportagem entrou em contato com a defesa do coronel Braga, mas n�o houve resposta at� a conclus�o desta edi��o. Nenhum representante de Wellington S�rvulo Romano da Silva foi localizado para comentar. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)