Candidato a vice na chapa do prefeito Bruno Covas (PSDB), o vereador Ricardo Nunes (MDB) disse, em entrevista ao Estad�o, que foi escolhido para ser vice por causa da sua influ�ncia da zona sul de S�o Paulo e negou que seu partido, o MDB, tenha negociado a indica��o em troca do tempo de TV.
Sobre a participa��o da deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina na chapa advers�ria, Nunes afirma que � uma "muleta" para a falta de experi�ncia de Guilherme Boulos (PSOL).
Em evid�ncia nos �ltimos dias por ser citado em um boletim de ocorr�ncia por viol�ncia dom�stica feito por sua mulher em 2011, Nunes diz que nunca a agrediu. Citado em uma investiga��o da Promotoria do Patrim�nio P�blico e Social, que apura ind�cios de superfaturamento no aluguel de creches conveniadas, Nunes nega qualquer irregularidade e diz que muitos vereadores t�m relacionamento com entidades conveniadas. "A vida � de relacionamentos, mas isso n�o � errado e anti�tico."
Em 18 de fevereiro de 2011, sua mulher registrou um boletim de ocorr�ncia contra o sr.. O que aconteceu?
N�o houve nenhum tipo de agress�o minha contra a Regina. Teve um momento que a gente estava um pouco alterado e teve aquele outro B.O. que eu fiz. O importante � que isso tudo foi superado. Nunca houve essa agress�o.
Em 14 de mar�o de 2011, foi o sr. que fez um B.O. contra sua mulher, por les�o corporal...
Realmente teve uma vez que a Regina foi na empresa e estava nervosa. Ela ficou exaltada e a� eu acabei fazendo o boletim. O boletim de ocorr�ncia � uma a��o unilateral. Eu posso sair agora, ir na delegacia e fazer um contra voc�s. N�o quer dizer que aquilo seja verdadeiro. A� tem um prazo para pedir o andamento ou n�o.
Covas disse, em entrevista no programa Roda Viva, na segunda-feira, que preferia ter escolhido uma mulher como vice, mas que acabou escolhendo o sr. porque representava o arco de alian�as. O que o senhor achou disso?
Seria bom se ele tivesse escolhido (uma mulher), mas tem um contexto. Esta regi�o da zona sul, Santo Amaro, Capela do Socorro, Graja�, � a zona eleitoral com maior n�mero de eleitores. S�o 486 mil. Em 2016, o Jo�o Doria (PSDB) ganhou em todas as zonas eleitorais, com exce��o de duas: Graja� e Parelheiros. Quem ganhou foi a quarta colocada (Marta Suplicy, na �poca no MDB). Muito por conta do m�rito dela, mas indiscutivelmente tive uma participa��o nesse processo. Foi assim na campanha (para governador) do (Paulo) Skaf (MDB), que foi super bem votado aqui. Em nenhum momento a gente condicionou o apoio � escolha do vice.
O candidato Guilherme Boulos tem deixado claro a estrat�gia de comparar o sr. com a candidata a vice na chapa dele, a ex-prefeita e deputada Luiza Erundina. Como o sr. v� isso?
A minha percep��o � que eles usaram estrat�gia porque o candidato deles n�o tem nenhuma experi�ncia administrativa. Querem tirar o foco na falta de experi�ncia dele. Ficam comparando os vices para usar a Erundina como muleta devido � falta de experi�ncia do Boulos.
Como o sr. v� essa compara��o com a Erundina?
A campanha deles est� usando muito ela por conta dessa defici�ncia do Boulos. Ent�o ela est� muito exposta. O Boulos tem essa quest�o de ser um cara radical. A cidade n�o quer um cara radical. A� fica usando a imagem dela, mais leve.
Outro foco de desgaste da campanha tem sido sua rela��o com as creches. Segundo o jornal Valor Econ�mico, h� uma investiga��o no Minist�rio P�blico sobre ind�cios de superfaturamento no aluguel de creches conveniadas e o sr. � citado...
O que existe � uma den�ncia an�nima feita no ano passado no meio da CPI da Sonega��o Tribut�ria. At� imaginei que fosse algo para me intimidar.
Uma das entidades citadas nesse inqu�rito � a Sociedade Beneficente Equil�brio de Interlagos. Qual a rela��o do sr. com ela?
Quando me tornei vereador a entidade j� existia. Os pr�dios j� estavam alugados. N�o defino pre�o de aluguel.
Mas n�o se criou uma zona nebulosa no relacionamento das entidades que administram as creches, pol�ticos e contratos?
N�o cria. O que me incomoda � dizerem que sou investigado por algo que n�o existe. O vereador estar perto da entidade n�o � problema. N�o sei quantos por cento dos vereadores t�m relacionamento com entidades. Mas s�o muitos. E t� certo. Nunca estive em entidade em per�odo de elei��o. Relacionamento existe. A vida � de relacionamentos, mas isso n�o � errado e anti�tico.
O sr. acha que o antipetismo perdeu for�a?
Acho que tem de ter espa�o para todos. A melhor coisa que tem � o debate. Todas as vezes que a gente foi discutir qualquer projeto na C�mara, voc� pega o (vereador) Donato (do PT). A gente pensa contr�rio em um monte de coisa, mas o cara � de uma qualidade, sempre traz um debate. As pessoas est�o preocupadas � se vai ter creche, vai ter rem�dio, se vai ter emprego.
Mulher diz n�o se lembrar de ter ido � delegacia fazer B.O.
A campanha de Bruno Covas (PSDB) vem sendo questionada sobre boletim de ocorr�ncia (B.O.) por viol�ncia dom�stica, amea�a e inj�ria registrado pela empres�ria Regina Carnovale Nunes, de 39 anos, contra o seu marido, Ricardo Nunes (MDB), de 53, candidato a vice.
Em entrevista ao Estad�o, Regina negou que tenha sido agredida pelo marido e disse que n�o se lembra de ter ido � delegacia fazer a queixa. "N�o me lembro de ter feito aquele boletim de ocorr�ncia", disse Regina. "N�o sei se apagou da minha mem�ria porque eu estava muito nervosa", afirmou a empres�ria, ao lado do marido, na casa do casal, na zona sul de S�o Paulo.
Registrado �s 9h21 de 18 de fevereiro de 2011, o B.O. 608/2011, da 6.� Delegacia da Mulher (Santo Amaro), diz que Nunes, "inconformado com a separa��o", n�o "dava paz" � mulher e vinha "efetuando liga��es proferindo amea�as" e enviando "mensagens amea�adoras".
"Se eu tivesse ido at� uma delegacia, eu iria lembrar do delegado, de quem me atendeu", disse a mulher. Questionada, ent�o, se o documento foi feito � sua revelia, ela voltou a dizer que n�o se recorda. Perguntada sobre como estava o relacionamento do casal em fevereiro de 2011, Regina disse que o casal se desentendeu e que ela passou uns dias na casa da m�e. "Isso foi h� dez anos. Est�o falando disso agora para atrapalhar a campanha. Por que est�o falando de uma briga de casal? Nem teve agress�o. Foi um desentendimento de casal.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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