L�deres de partidos na C�mara afirmam que a revela��o de que o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) esteve � frente de um esquema de "rachadinha" na Assembleia de Alagoas, segundo den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica, deve atrapalhar os planos do parlamentar de se eleger presidente da Casa. O caso foi revelado pelo Estad�o nesta quinta-feira, 3.
Principal l�der do Centr�o, Lira � o candidato do Pal�cio do Planalto para substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ) no cargo e ainda tenta reunir o apoio de mais legendas para o seu lado. Em car�ter reservado, no entanto, quatro l�deres de partidos que ainda n�o definiram para qual lado v�o afirmaram � reportagem que o caso das "rachadinhas" ser� levado em conta na hora de a bancada decidir. Um quinto, que j� definiu apoiar um nome indicado por Maia na disputa, disse que a revela��o � uma "bomba at�mica" na candidatura do parlamentar do Progressistas. Para outro, da oposi��o, Lira deve "se explicar" sobre o caso.
O bloco comandado pelo l�der do Centr�o re�ne cinco partidos e soma 135 deputados. Como as conversas sobre a disputa pela presid�ncia da Casa est�o sendo feitas nos bastidores, deputados tem evitado fazer coment�rios p�blicos sobre o caso para n�o atrapalhar as negocia��es.
Ao chegar na C�mara na manh� desta quinta-feira, 3, Maia se limitou a dizer "n�o ter nada a ver" com a situa��o envolvendo o advers�rio pol�tico.
Questionado sobre o caso, o l�der do Novo, Paulo Ganime (RJ), disse esperar que o pr�ximo presidente da C�mara seja algu�m comprometido com o combate � corrup��o. "Pessoas que tenham evid�ncias concretas de terem cometidos crimes, n�o deveriam presidir a C�mara dos Deputados", afirmou ele ao Estad�o/Broadcast.
Como revelou o Estad�o nesta quinta-feira, 3, documentos at� ent�o sigilosos obtidos pela reportagem indicam desvio, entre 2001 e 2007, de R$ 254 milh�es dos cofres p�blicos. Somente o l�der do Centr�o movimentou R$ 9,5 milh�es em sua conta. As informa��es est�o em uma a��o penal que Lira ainda responde na Justi�a estadual. Ele j� foi condenado pelo caso na esfera c�vel.
As investiga��es apontam que a "rachadinha" na Assembleia de Alagoas ocorreu, em parte, quando Lira ocupava um cargo no comando do Legislativo estadual. De 2003 a 2006, ele foi primeiro-secret�rio, uma esp�cie de "prefeito" que administra os recursos do �rg�o, raz�o pela qual seu papel era central, uma vez que cabia a ele liberar o dinheiro. O esquema envolveu pelo menos 12 deputados estaduais.
Lira foi indicado na ter�a-feira, 1, pelo seu partido para disputar a sucess�o de Maia (DEM-RJ), em fevereiro do ano que vem. A presid�ncia da C�mara � um cargo estrat�gico. O ocupante dessa cadeira define os projetos que ser�o votados e � o segundo na linha sucess�ria da Presid�ncia da Rep�blica. Na aus�ncia do presidente e do vice, � ele quem assume o comando do Pa�s.
No Twitter, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), opositor ao governo e ao l�der do Centr�o, comentou sobre a rela��o de Lira com o presidente Jair Bolsonaro. "O Planalto est� cada vez mais nas m�os do Centr�o e distante do sonho de 2022. Bolsonaro, que sempre foi um expoente da velha pol�tica inepta e pantanosa, torce para Arthur Lira do PP levar a presid�ncia da C�mara. N�o surpreende. Autoritarismo e fisiologismo andam juntos", escreveu Valente.
Defesa
Em nota enviada por sua assessoria, Lira disse confiar que ser� absolvido pela Justi�a alagoana. "O deputado Arthur Lira j� apresentou sua defesa com todas as explica��es necess�rias, esclarecendo qualquer d�vida sobre a lisura de suas a��es quando deputado estadual em Alagoas. Lira confia na Justi�a e tem certeza de sua total e plena absolvi��o. N�o h� condena��o contra o deputado", diz a nota. Ele j� foi condenado na segunda inst�ncia pelo caso na esfera c�vel, por improbidade administrativa.
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