No mesmo grupo de WhatsApp de ministros em que havia feito duras cr�ticas ao general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, o agora ex-ministro Marcelo �lvaro Ant�nio ainda tentou uma reconcilia��o com o colega antes de ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. Em uma nova mensagem, ele se desculpou por ter tomado "uma iniciativa inadequada ap�s ouvir algumas conversas" de que Ramos estaria negociando seu cargo com o Centr�o para tentar influenciar na elei��o da C�mara.
"Como disse o pr�prio Ministro Ramos a (sic) pouco e pessoalmente comigo, a forma mais adequada seria procur�-lo e relatar o ocorrido. Mas creio que todos n�s em algum momento da vida agimos erroneamente, foi o meu caso. Ministro Ramos, sei que o Sr. � um homem honrado. Mais uma vez pe�o que me perdoe pelo ato injusto e impensado da minha parte. Um abra�o fraterno!", escreveu �lvaro Ant�nio.
Ramos n�o aceitou o pedido de desculpas. Na mensagem anterior, �lvaro Ant�nio acusou o colega de ser incapaz na articula��o pol�tica e de ser desleal. "Ministro Ramos, o Sr � exemplo de tudo que n�o quero me tornar na vida, quero chegar ao fim da minha jornada EXATAMENTE como meus pais me ensinaram, LEAL aos meus companheiros e n�o um tra�ra como o senhor", disse o ent�o ministro do Turismo, na mensagem que lhe custou o cargo.
A mensagem foi enviada na ter�a-feira. Ramos se irritou e mostrou para o presidente, pedindo a demiss�o de �lvaro Ant�nio, segundo relatos feitos ao Estad�o. Em seguida, o conte�do da mensagem foi divulgado pela coluna Radar, da Veja. Bolsonaro, ent�o, decidiu demiti-lo e nomear Gilson Machado, presidente da Embratur e amigo pessoal, para o cargo.
Um dia ap�s a demiss�o, o presidente Jair Bolsonaro n�o fez qualquer postagem sobre o assunto nas redes sociais, principal meio usado para fazer an�ncios importantes do governo. Abordou o tema � noite, em sua "live" semanal. Com Machado ao seu lado, disse que �lvaro Ant�nio fez um bom trabalho no Turismo, mas houve "problema de excesso". "Ele continua amigo nosso, o que n�s pudermos ajud�-lo, n�s ajudaremos. Obviamente essa ajuda tem uma contrapartida de ele nos ajudar tamb�m em cima dos conhecimentos que ele tem", disse o presidente na live. Bolsonaro afirmou ainda que Machado n�o ser� um ministro tempor�rio e negou que negociar� a pasta com o Centr�o.
Na quarta-feira, mesmo antes do an�ncio oficial, Machado j� vinha recebendo, nas redes sociais, cumprimentos pelo novo cargo, inclusive vindos do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e do secret�rio de Cultura, M�rio Frias, que � subordinado ao Turismo. Bolsonaro confirmaria a troca a seus apoiadores � noite, ao chegar ao Pal�cio da Alvorada, mas sem dar detalhes. "O Gilson � um cara muito competente nessa �rea. O outro est� fazendo um bom trabalho tamb�m, mas deu problema", disse.
A mudan�a no Turismo foi oficializada nesta quinta-feira no Di�rio Oficial. Al�m da exonera��o de �lvaro Ant�nio e da nomea��o de Gilson Machado, a publica��o confirmou Carlos Alberto de Gomes Brito como novo diretor-presidente da Embratur. Pr�ximo de Machado, Brito j� atuava na ag�ncia de promo��o do turismo como diretor de Gest�o Corporativa.
Conversa
Em uma conversa tensa com �lvaro Ant�nio, na quarta, Bolsonaro disse que ele estava fora do governo, que havia errado e que n�o toleraria mais a atitude. Demitido, o ministro voltou a reiterar que Ramos � o causador das crises no governo, mas disse que n�o deixaria o governo "atirando" e se manteria como apoiador.
Na quinta, ap�s a confirma��o da exonera��o do Di�rio Oficial, o ex-ministro usou o Twitter para se despedir e chamou o presidente Bolsonaro de "meu amigo e irm�o." Em outra postagem, o ex-ministro publicou um v�deo de sua despedida em um restaurante com servidores da pasta.
Nos bastidores do Planalto, a avalia��o � que �lvaro Ant�nio fez um erro de c�lculo ao partir para o confronto com Ramos. O chefe da Secretaria de Governo j� foi chamado de "Maria Fofoca" pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que j� o confrontou outras vezes publicamente. Poupado no cargo mesmo ap�s investiga��o sob suspeita de desviar recursos de campanha por meio de candidaturas de mulheres nas elei��es de 2018, �lvaro Ant�nio n�o teve a mesma for�a de Salles.
No dia seguinte � demiss�o, a avalia��o interna � que Ramos, embora criticado por seus pares, voltou a demonstrar for�a junto ao presidente. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA