Em campos opostos na disputa pelo comando da C�mara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o l�der do Centr�o, Arthur Lira (PP-AL), tiveram um duro embate na manh� desta quinta-feira, 17, numa pr�via da queda de bra�o prevista para fevereiro, quando deputados escolher�o quem vai chefiar a Casa nos pr�ximos dois anos. Maia foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de tentar se reeleger, mas pretende lan�ar um candidato para enfrentar Lira.
O bate-boca foi motivado pelo fato de Maia ter iniciado pela manh� as vota��es na C�mara, ignorando que o Congresso teria sess�o no mesmo hor�rio para votar projeto de interesse do governo. N�o � poss�vel que as duas sess�es ocorram simultaneamente. "N�o fui comunicado ontem da sess�o do Congresso por ningu�m. O presidente do Congresso n�o me ligou, ningu�m do governo me ligou, nenhum l�der me ligou", argumentou o deputado.
Lira, que conta com o apoio do Pal�cio do Planalto para suceder Maia e nos �ltimos meses tem atuado como um l�der informal do governo, apelou para que a sess�o da C�mara fosse cancelada. "A pauta do Congresso tem um item. A da C�mara tem 26 itens, 30 itens, 40 itens, n�o temos mais o controle. A pauta da C�mara fugiu do controle do col�gio de l�deres. � um apelo que fa�o", disse ele, reclamando com Maia de tamb�m n�o ser avisado previamente sobre o que vai ser votado. "V�rios deputados, inclusive eu, n�o temos sido comunicados de inclus�o de pautas h� muito tempo nesta Casa", afirmou Lira.
Maia insistiu no argumento. "Deixa eu terminar que o senhor vai entender (...) Eu s� fui comunicado hoje pela manh�. Toda vez que tem sess�o do Congresso...", disse, sendo interrompido por Lira: "Como n�o foi comunicado? A pauta foi publicada", rebateu o l�der do Centr�o.
Pouco antes, o deputado Giovani Cherini (PL-RS), aliado de Lira, disse que Maia estava sendo autorit�rio ao n�o encerrar a sess�o para permitir a reuni�o do Congresso. "O senhor n�o � o dono da C�mara nem o rei. O senhor precisa ouvir os deputados, os partidos. Vamos conversar, presidente. N�o podemos fazer beicinho. Pol�tico que faz beicinho n�o � pol�tico", disse Cherini, em participa��o virtual no plen�rio, aparecendo por v�deo de dentro de um carro. "O senhor est� no carro e eu estou no plen�rio trabalhando", rebateu Maia que depois pediu desculpas pela fala.
O debate seguiu por alguns minutos at� Maia concordar em votar apenas uma medida provis�ria na C�mara e, em seguida, liberar o plen�rio para a sess�o do Congresso.
Lira tem atualmente o apoio de dez partidos para a presid�ncia da C�mara na disputa agendada para 1� de fevereiro. J� Maia, tenta unir a oposi��o com um bloco de seis partidos para lan�ar um candidato ainda indefinido entre os nomes de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP).
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