Durante transmiss�o ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a perda de validade da medida provis�ria do 13° sal�rio do Bolsa Fam�lia ao presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele tamb�m indicou que a cobran�a pelo 13° neste ano tamb�m fosse endere�ada a Maia. A rea��o do deputado foi quase imediata. Ao Broadcast/Estad�o, Maia afirmou que Bolsonaro foi "mentiroso" em sua fala.
"Sabia que n�o teve (13° para o Bolsa Fam�lia) nesse ano? Foi promessa minha? Foi. Foi pago ano passado? Foi. Mas, o presidente da C�mara deixou caducar a MP. Vai cobrar de mim? Cobra do presidente da C�mara", disse Bolsonaro ontem.
Na �poca em que a MP caducou, contudo, aliados do governo desestimularam a vota��o do texto. Isso porque o relat�rio do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tornava o 13º do Bolsa Fam�lia uma pol�tica permanente e inclu�a o pagamento tamb�m para idosos e pessoas com defici�ncia de baixa renda que j� recebem o Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC). Com as mudan�as, o impacto para os cofres p�blicos seria de R$ 7,5 bilh�es ao ano.
Neste ano, o governo n�o enviou proposta quanto ao 13° do Bolsa Fam�lia. Ao Broadcast/Estad�o, Maia afirmou que colocar� em pauta nesta sexta-feira, 18, a MP que estende o aux�lio emergencial com a inclus�o no texto do 13º para os benefici�rios do programa social, algo que n�o est� previsto na proposta original enviada pelo governo. A expectativa de Maia � que o texto possa ser votado no Senado na segunda-feira, 21.
Aux�lio emergencial
O presidente Jair Bolsonaro voltou a bater na tecla do n�vel de endividamento do Brasil para justificar o encerramento do pagamento do aux�lio emergencial ao fim deste ano. Ele afirmou que a d�vida interna do Pa�s est� na casa dos R$ 5 trilh�es e que, s� na pandemia de covid-19, o endividamento cresceu cerca de R$ 700 bilh�es.
O mandat�rio comparou a situa��o brasileira � do cliente de uma venda para quem o dono do estabelecimento n�o aceita mais vender fiado. "N�o tem como dar mais", insistiu o presidente. Na "live" semanal, ele tamb�m disse que a imprensa trata o ex-presidente do regime militar Jo�o Figueiredo como ditador, mas, segundo ele, faria refer�ncia ao cubano Fidel Castro como "presidente".
Privatiza��es
Ao relembrar sua visita � Companhia de Entrepostos e Armaz�ns Gerais do Estado de S�o Paulo (Ceagesp) no come�o da semana, Bolsonaro tentou explicar porque, naquela ocasi�o, bradou contra a privatiza��o daquela estatal, mas, ainda assim, seria a favor de vender "um mont�o" de empresas p�blicas.
Ele voltou a insinuar que o governador paulista, Jo�o Doria (PSDB), estaria trabalhando pela privatiza��o da Ceagesp, que pertence � Uni�o, para, nas suas palavras, "arrebentar" com o entreposto e "vender baratinho para os amigos".
Em seguida, Bolsonaro reclamou que a imprensa apontou o car�ter estatizante de sua fala na Ceagesp. "Eu quero que privatize um mont�o. Mas privatizar n�o � pegar e botar na prateleira. � uma burocracia enorme", alegou. "O STF decidiu que certas empresas s� podem ser privatizadas com aval do Congresso. Est� na cara que algumas nem vamos tentar privatizar. Privatiza��o � bem-vinda com crit�rio s�rio, objetivo", disse.
Diesel
Bolsonaro tamb�m afirmou na transmiss�o ao vivo ter enviado mensagem ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para question�-lo sobre o pre�o do diesel nas bombas de postos. Segundo Bolsonaro, a informa��o recebida � de que, nas refinarias, esse combust�vel est� com pre�o 20% inferior ao praticado em 2019.
"Mas, no final, na bomba, est� maior. De onde vem? Dos impostos. Os federais, a Cide est� zerada. Os estaduais, varia (sic), em torno de 30%. Entra ainda a margem de lucro das distribuidoras e do pr�prio posto", comentou Bolsonaro. "Estamos tentando quebrar o monop�lio [das distribuidoras], mas n�o � f�cil", disse.
Ele apontou tamb�m que a interfer�ncia que poderia ter sobre o assunto seria demitir Castello Branco, mas logo acrescentou que n�o vai fazer isso. Ainda assim, o presidente garantiu: "n�s fazemos o que � poss�vel pelos caminhoneiros."