
“S� quem vivencia a parte mais dif�cil da COVID-19 para entender o que � ver a morte de perto”. Foi essa constata��o que o ex-prefeito de Mariana, Regi�o Central de Minas Gerais, Duarte J�nior, fez ap�s passar 14 dias internado, sendo 11 deles, na UTI da Santa Casa de Miseric�rdia de Ouro Preto.
Um v�deo postado nas redes sociais do ex-prefeito mostra a sa�da do ex-prefeito nesta ter�a-feira (04/01).
Ap�s 14 dias internado com COVID-19, ex-prefeito de Mariana tem alta; vejahttps://t.co/3RRH9X61TE pic.twitter.com/4xSqZtUsvS
— Estado de Minas (@em_com) January 5, 2021
Em entrevista ao Estado de Minas, Duarte J�nior, ainda em recupera��o, conta como foi enfrentar uma doen�a sem nunca ter tido nenhum problema de sa�de anteriormente, aos 40 anos.
A primeira interna��o de Duarte J�nior foi no dia 23 de dezembro, no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, ap�s sentir sintomas leves da doen�a. "Os meus exames iniciais n�o testaram positivo para COVID-19 e a doen�a foi encontrada pelo m�dico ap�s o a tomografia quando percebeu 25% dos pulm�es comprometidos”.
O salto dos 25% para 75% foi em tr�s dias e Duarte teve que ser transferido para a UTI da Santa Casa de Ouro Preto.
“Quando j� estava com mais de 75% dos pulm�es comprometidos eu cheguei a conversar com a minha esposa sobre as contas que estavam para pagar, os cuidados com a fam�lia e filhos. O crescimento da propor��o foi t�o grande e r�pido, de 25% para 75% de comprometimento que n�o imaginava mais voltar e cheguei a pensar no pior”.
Desde mar�o de 2020, Duarte J�nior, ent�o prefeito de Mariana, acompanhou o crescimento da COVID-19 na cidade, mas segundo ele vivenciar a doen�a marcou os �ltimos dias do mandato.
“T�m pessoas que ainda n�o entendem a gravidade do momento ´porque n�o vivenciaram isso t�o de perto. �s vezes chegamos no n�mero de 200 mil mortes de 2 milh�es infectados, mas a propor��o ainda n�o chegou dentro da casa de cada um e n�o conseguimos dimensionar o tamanho da trag�dia dentro das fam�lias que est�o vivendo a COVID-19. Cheguei a acreditar que n�o estaria vivo pra contar essa hist�ria”.
Duarte relata que o tratamento feito pelo SUS na Santa Casa de Miseric�rdia de Ouro Preto � igualit�rio. “As pessoas estavam sendo tratadas pela equipe m�dica na UTI da mesma forma e cuidado. N�o era porque eu estava ainda no cargo de prefeito que tive um atendimento privilegiado, todos estavam sendo atendidos da mesma forma. A Santa Casa de Ouro Preto foi uma surpresa muito agrad�vel de perceber o tamanho do comprometimento e preparo dos profissionais” lembra.
Mandato tumultuado do in�cio ao fim
Por ter sido vice-prefeito, Duarte J�nior assumiu a cadeira do Executivo de Mariana, em 2015, ap�s cassa��o do mandato do prefeito Celso Cota. De l� para c�, o prefeito viu a barragem de Bento Rodrigues ser rompida e a cidade viver at� hoje os efeitos da lama. Depois veio a COVID-19 no final do mandato.
“Pra mim foi assim, algo muito surreal, comecei o meu mandato com uma cassa��o, depois veio a trag�dia da barragem de Bento Rodrigues que assolou a nossa hist�ria de uma forma incalcul�vel, e no final peguei a COVID-19. Agora deixei o mandato sem nem saber o que estava acontecendo porque foram dias que eu n�o tive controle de nada de a��es e emo��es, n�o estava mais sob dom�nio das minhas raz�es. N�o esperava a forma que iniciou e n�o esperava a forma que terminou, n�o vi o final da minha gest�o”.
Com a nova gest�o da cidade sob o comando do irm�o, Juliano Duarte, como prefeito interino, foi anunciada a inten��o de comprar 60 mil doses da vacina contra a COVID-19. Duarte J�nior percebe que s� o comprometimento da popula��o vai amenizar os estragos que a doen�a tem feito no pa�s.
“A vacina a gente percebe que est� perto de chegar, mas n�o ser� de uma vez todo mundo vacinado. Se a gente tiver 15 milh�es de vacinados por m�s, em um ano, a gente n�o vacinou nem a metade da popula��o brasileira. Ent�o, estamos longe da realidade de falar que iremos superar a COVID-19, apenas estamos dando um passo com a vacina. Por isso, ainda precisamos de um comprometimento total de n�s brasileiros, sen�o, ainda veremos muitas fam�lias chorando pelos seus mortos”.