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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Racha de DEM, PSDB e MDB fortalece Bolsonaro para a elei��o presidencial

Presidente da Rep�blica poder� reeditar a polariza��o com o PT na disputa do ano que vem


15/02/2021 04:00 - atualizado 15/02/2021 07:27

Bolsonaro conseguiu enfraquecer partidos de centro-direita que podem fazer coalizão contra a sua reeleição(foto: EVARISTO SÁ/AFP 22/7/20)
Bolsonaro conseguiu enfraquecer partidos de centro-direita que podem fazer coaliz�o contra a sua reelei��o (foto: EVARISTO S�/AFP 22/7/20)
Bras�lia – As divis�es internas no PSDB, no DEM e no MDB, acompanhadas de um processo de distanciamento entre esses partidos, s�o os reflexos mais imediatos da interfer�ncia do governo federal nas elei��es para os comandos da C�mara e do Senado.

O cen�rio que se desenhou ap�s a vit�ria dos candidatos apoiados pelo Pal�cio do Planalto sinaliza que as tr�s siglas de centro-direita dever�o disputar separadas a corrida presidencial do ano que vem, sem a sonhada frente de oposi��o para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Essa conforma��o permitiria ao chefe do Executivo lan�ar m�o de sua estrat�gia preferida, a de fazer um embate polarizado com a esquerda, sobretudo com o PT, reeditando o clima da campanha de 2018.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tenta contraponto com Bolsonaro, mas enfrenta resistência no próprio partido (foto: NELSON SÁ/AFP 2/8/20)
O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), tenta contraponto com Bolsonaro, mas enfrenta resist�ncia no pr�prio partido (foto: NELSON S�/AFP 2/8/20)
As a��es do Planalto para atrair apoios a seus candidatos nas elei��es do Congresso inclu�ram a negocia��o de verbas e cargos federais e provocaram uma s�rie de "trai��es" em v�rios partidos.

Na C�mara, dissidentes do DEM, do PSDB e do MDB decidiram votar no candidato de Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), abandonando a frente de legendas de centro e de esquerda que havia sido criada para sustentar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).

No Senado, o MDB abandonou a candidatura de Simone Tebet (MS), que representava o partido, para apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A bancada preferiu um acordo com o ent�o presidente da Casa Davi Alcolumbre (DEM-AP), que atuou em coordena��o com o governo.
 
Essas dissid�ncias jogaram por terra o projeto dos partidos de centro de, a partir das elei��es no Congresso, impulsionar um bloco de oposi��o para enfrentar Bolsonaro em 2022. Principal mentor dessa ideia, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deixou a presid�ncia da C�mara enfraquecido e rompido com a c�pula do seu partido, que, na v�spera da elei��o, decidiu adotar a neutralidade, abandonando a frente de apoio a Rossi.
 
A implos�o dessas alian�as levou � antecipa��o de projetos pol�ticos pr�prios, agravando ainda mais as divis�es internas. O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), passou a amargar um isolamento no ninho tucano depois de lan�ar uma ofensiva para assumir o controle da legenda, em maio, e ser pr�-candidato ao Planalto.
 
A manobra do governador foi recha�ada por v�rios parlamentares do partido, que a consideraram precipitada e desleal. Eles defenderam a prorroga��o dos mandatos da Executiva Nacional e conseguiram articular a pr�-candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao Planalto pelo PSDB.

Na sexta-feira, a Executiva oficializou a prorroga��o do mandato de Bruno Ara�jo na presid�ncia da sigla at� maio de 2022, impondo uma grande derrota a Doria.
 
Bolsonaro obteve v�rios dividendos pol�ticos ap�s se envolver pessoalmente nas elei��es no Congresso, sendo um dos ganhos mais importantes o enfraquecimento de Doria e de Maia, seus principais advers�rios.

O presidente tamb�m refor�ou sua blindagem contra os mais de 60 pedidos de impeachment apresentados contra ele na C�mara, a maioria apontando crimes de responsabilidade durante a pandemia. Al�m disso, com a vit�ria de Lira e Pacheco, o ambiente, no Legislativo, � mais prop�cio � tramita��o das chamadas pautas de costumes, fundamentais para a mobiliza��o das bases bolsonaristas.
 
O presidente est� pr�ximo de anunciar o partido pelo qual vai se candidatar � reelei��o, tendo iniciado, na sexta-feira, negocia��es com o Patriota.

Enquanto o capit�o reformado vai preparando o seu front, os advers�rios seguem mergulhados em uma s�rie de indefini��es, n�o s� na centro-direita, como tamb�m na esquerda, cujos partidos parecem estar longe de alcan�ar uma alian�a para as elei��es do ano que vem.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), e o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (PT) s�o, at� o momento, os virtuais candidatos desse espectro pol�tico.

Mesma estrat�gia


Para a elei��o do ano que vem, com o enfraquecimento pol�tico de seus principais advers�rios de centro, o presidente deve refor�ar o discurso contra o PT e a esquerda em geral, o mesmo que surtiu efeitos na disputa de 2018.

Naquela ocasi�o, no segundo turno, foi decisivo para a vit�ria de Bolsonaro sobre Haddad um forte sentimento antipetista entre os eleitores, motivado pelos v�rios inqu�ritos e processos em que dirigentes do PT eram acusados de corrup��o e outros crimes pela Opera��o Lava-Jato.
 
O cientista pol�tico Andr� Pereira C�sar, da Hold Assessoria Legislativa, disse que o antipetismo se mant�m forte entre os eleitores e, muito mais que um sentimento, se transformou em um "partido" pol�tico, devendo ter um peso importante tamb�m em 2022.

"Em 2018, a c�pula do PT, os formuladores do PT n�o entendiam o antipetismo ainda. Talvez agora, em 2021, eles entendam que o antipetismo � um 'partido' forte, que tem um peso e capilaridade junto � sociedade. Ent�o, tendo  Bolsonaro um eleitorado com esse perfil antipetista, fica mais f�cil para ele trabalhar nesse diapas�o", disse o analista.

"O PT tem que virar esse jogo, porque o Bolsonaro trabalha o antipetismo muito bem, por isso que ele bateu forte na centro-direita nas elei��es do Congresso", acrescentou C�sar.


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