Alesp: deputados articulam acordo que poupa Cury, acusado de ass�dio, de cassa��o

O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) dep�e nesta quarta-feira, 24, ao Conselho de �tica e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de S�o Paulo (Alesp) sobre o caso em que � acusado de assediar sua colega, a parlamentar Isa Penna (PSOL). A oitiva foi solicitada pela defesa do parlamentar.

Em dezembro de 2020, o deputado colocou a m�o na lateral dos seios de Penna, epis�dio que foi transmitido ao vivo pela TV Alesp. Formalmente, ele responde na Assembleia por quebra de decoro, um processo em que a puni��o mais severa seria cassa��o do mandato. No entanto, parlamentares articulam uma sa�da consensual sobre puni��o que ser� aplicada: a tend�ncia � determinar a suspens�o tempor�ria do mandato.

O Estad�o apurou que o deputado Campos Machado (Avante), membro do Conselho de �tica e um dos parlamentares mais influentes na Casa, � quem tem conduzido essa articula��o. Pessoas no entorno de Penna admitem que, embora ainda trabalhem pela cassa��o de Cury, veem esse desfecho como improv�vel.

No caso de suspens�o de Cury, ainda h� uma discord�ncia em rela��o ao tempo que dever� durar o castigo. Se a puni��o superar 120 dias, ser� nomeado o suplente do parlamentar, que pode trocar as nomea��es de seu gabinete. J� uma suspens�o de dura��o inferior equivaleria a uma licen�a. Nas duas hip�teses, ele pode ficar sem receber o sal�rio.

Ao Estad�o, o relator do processo, Em�dio de Souza (PT), afirmou que n�o participa das articula��es e lembrou que ainda h� mais etapas no processo. "Vou ouvir (o Cury) e depois, baseado no que tem, na defesa, elaboro o relat�rio", explicou. Ainda n�o h� prazo para a entrega do relat�rio, que ter� que ser votado pelo Conselho e, depois, pelo plen�rio da Assembleia.

Al�m de Cury, ser�o ouvidos nesta quarta-feira um perito e oito testemunhas mulheres arroladas pela defesa para, segundo a pe�a entregue pelos advogados do deputado, fornecer prova "de seu passado sempre respeitoso". Isa Penna tamb�m ter� o direito de se manifestar na sess�o, caso queira.

Tamb�m dever� ser juntada uma segunda representa��o contra Cury acerca do mesmo epis�dio formulada pelas deputadas que integram a Procuradoria Especial da Mulher na Alesp. A segunda representa��o � assinada pelas deputadas Maria Izabel Noronha (PT) - procuradora especial -, Marcia Lia (PT) e Marina Helou (Rede), procuradoras adjuntas. Elas defendem que o parlamentar sofra consequ�ncias mais severas.

"A puni��o � fundamental. Lutar por uma puni��o exemplar neste caso � lutar contra a viol�ncia de g�nero e garantir que todas as mulheres possam ser respeitadas em todos os espa�os, inclusive na pol�tica", argumentou Helou ao Estad�o.