O advogado-geral da Uni�o, Jos� Levi, pediu nesta quarta, 17, ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, o compartilhamento com a Receita Federal de mensagens apreendidas na Opera��o Spoofing - investiga��o sobre hackers que invadiram celulares de autoridades como o ex-juiz S�rgio Moro e os procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato.
Jos� Levi fez a solicita��o em nome do Secret�rio Especial da Receita, Jos� Barros Tostes Neto, que encaminhou of�cio � AGU afirmando que nas mensagens identificadas no bojo da Spoofing, 'aparecem refer�ncias � Receita Federal e a seus servidores'
"Tendo em vista que o conte�do das referidas mensagens pode implicar apura��o interna e eventuais ajustes de procedimentos administrativos, encare�o a Vossa Excel�ncia examinar a possibilidade de requerer ao Supremo Tribunal Federal acesso, pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, ao inteiro teor das mensagens que dizem respeito � Receita Federal e a seus servidores, apuradas pela Opera��o Spoofing", escreveu Tostes Neto no documento datado de 17 de fevereiro.
O pedido da AGU foi apresentado ao Supremo no �mbito da reclama��o em que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva conseguiu acesso �s mensagens identificadas na Spoofing. A estrat�gia da defesa do petista era 'turbinar' o habeas corpus sobre a suspei��o do ex-juiz S�rgio Moro com os di�logos. Ao votar pelo reconhecimento da parcialidade de Moro, Gilmar chegou a ler parte das mensagens.
Ap�s a decis�o que garantiu a Lula acesso as mensagens, outros pol�ticos fizeram pedidos semelhantes a Lewandowski, como o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Jo�o Vaccari Neto, o ex-governador do Rio, S�rgio Cabral, e o ex-presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ). As solicita��es foram negadas.
H� cerca de um m�s, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pediria ao Supremo acesso a mensagens Moro e procuradores da Lava Jato. Parte do conte�do segue sob sigilo, mas o presidente disse ter sido informado, sem revelar por quem, que seu nome aparece nas conversas e, por isso, tamb�m tem direito a conhecer o que foi tratado. Ele n�o apresentou provas disso.
Na ocasi�o, Bolsonaro admitiu que seu objetivo � colocar em xeque o trabalho de �rg�os de fiscaliza��o, numa estrat�gia que pode beneficiar seu filho mais velho, o senador Fl�vio Bolsonaro. Citando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o presidente disse que quer 'pegar o cara que vendia informa��es'. Foi com base em um relat�rio do �rg�o sobre movimenta��es at�picas do ex-assessor Fabr�cio Queiroz que o Minist�rio P�blico iniciou a investiga��o na qual acusa Fl�vio de comandar um esquema de 'rachadinha' na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
"Mandei pedir aquela mat�ria hackeada que est� na m�o do PT, na m�o do Lula. Tem meu nome l�. Alguma coisa j� passaram para mim. Voc�s v�o cair para tr�s", disse Bolsonaro a apoiadores no Alvorada no dia 12 de fevereiro. "Voc� v� a persegui��o ali, conversas de autoridades falando como � que entravam na minha vida financeira, da minha fam�lia. Voc� pode entrar, mas tem que ter uma ordem judicial. Respeita a lei? N�o respeita. Eu quero pegar o cara que vendia informa��es. Dentro do Coaf, por exemplo. Eu j� tenho alguma coisa, que tem chegado para mim, agora vou conseguir. Espero que o Supremo me d�", disse o presidente, sem, no entanto, detalhar a acusa��o.
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