O embaixador Ernesto Ara�jo se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 29, para entregar seu cargo. A informa��o foi repassada ao Estad�o por pessoas que acompanham a discuss�o sobre a sa�da do chanceler. Ernesto Ara�jo passou pouco mais de 800 dias � frente do Itamaraty e vinha sendo contestado dentro e fora do governo.
O chanceler cancelou compromissos nesta segunda-feira com autoridades estrangeiras para discutir seu futuro. E foi chamado de �ltima hora por Bolsonaro no Pal�cio do Planalto. Auxiliares diretos do ministro consideram que a situa��o � "irrevers�vel". Ele tamb�m cancelou a reuni�o geral com secret�rios, depois de ser convocado ao pal�cio. O encontro estava previsto para ocorrer ao meio-dia, at� que o ministro recebeu o chamado presidencial.
A press�o sobre Ernesto aumentou neste domingo, depois que o ministro acusou a senadora K�tia Abreu (Progressistas-TO) de fazer lobby de chineses durante almo�o com ele no Itamaraty. Com o gesto, ele for�ou novo embate entre o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional. Presidente da Comiss�o de Rela��es Exteriores, a senadora disse que apenas defendeu que n�o haja discrimina��o � China no leil�o do 5G e chamou o ministro de "marginal". Ela recebeu apoio expressivo de congressistas que j� cobravam a demiss�o de Ernesto.
A tese dos interesses chineses por tr�s da queda de Ernesto Ara�jo j� vinha sendo apontada nos bastidores por aliados do ministro no governo e por militantes conservadores nas redes sociais.
A declara��o do ministro, no Twitter, foi interpretada como gesto "suicida" por diplomatas, e uma forma de construir uma vers�o para justificar sua sa�da do cargo. Parlamentares e diplomatas avaliam que o ministro teve apoio do cl� Bolsonaro nessa contra-ofensiva. Ele tem apoio p�blico do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho do presidente que mais interfere na pol�tica externa.
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