Considerado um dos pol�ticos mais r�gidos na ado��o de normas de enfrentamento ao novo coronav�rus, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse nesta quarta-feira, 7, que "errou" ao indicar que poderia n�o cumprir a decis�o do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, de liberar cultos religiosos. "Por pior que sejam as decis�es elas devem ser cumpridas." Mas que est� pronto a voltar a proibir caso assim decida o plen�rio do STF.
No s�bado, 3, o ministro decidiu monocraticamente pelo funcionamento de igrejas com a presen�a de fi�is, provocando uma rea��o imediata de Kalil. Nas redes sociais, o prefeito afirmou que, em Belo Horizonte, o que valeria para o domingo de P�scoa era o seu decreto, ou seja, o veto �s reuni�es religiosas. Mas recuou ap�s ser intimado por Nunes Marques a cumprir a determina��o.
Durante entrevista � TV Estad�o nesta quarta, Kalil disse que quase embarcou no que considera um "jogo" de desrespeito ao Supremo. "Uma minoria quer isso mesmo, enfraquecer as institui��es", disse. Mas sua posi��o contr�ria a qualquer tipo de aglomera��o n�o mudou. "Quando se aglomera em qualquer lugar, desde um baile funk a um culto religioso - e n�o estou aqui comparando - , se joga (a responsabilidade) no colo do profissional de sa�de."
O prefeito mineiro tamb�m respondeu �s cr�ticas feitas a ele por alguns dos principais l�deres evang�licos do Pa�s. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, chamou o prefeito de "bobalh�o" e "inescrupuloso", enquanto Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, o classificou como um "louco" porque estaria desrespeitando Deus.
"Ser agredido porque penso diferente � t�pico de quem n�o � crist�o e n�o tem empatia. Os termos chulos devem ficar na boca dos desbocados, como o prefeito de Belo Horizonte. Eu n�o usaria bobalh�o, mas bost�o para ele (Malafaia)", rebateu Kalil, que diz n�o conhecer pessoalmente Malafaia. "S� o vi no aeroporto uma vez, de terno e gravata e de 'rolex no bra�o'."
Em seu segundo mandato � frente da capital mineira - foi reeleito em primeiro turno ano passado com 63% dos votos -, Kalil j� determinou o fechamento de todas as atividades comerciais n�o essenciais na cidade em quatro oportunidades. A �ltima se deu no in�cio de mar�o e segue v�lida. Aos domingos, at� mesmo padarias, supermercados e a�ougues fecham para evitar aglomera��es.
"Eu sou conhecido como um atleticano fervoroso, mas, se estou proibido por uma quest�o sanit�ria de ir ao est�dio, n�o sou menos torcedor por isso. Digo isso por uma analogia. Na pandemia, eu tenho que seguir o Atl�tico pela televis�o", afirmou o prefeito ainda sobre a proibi��o de cultos.
Negacionismo
Ao comentar a situa��o da pandemia no Brasil, Kalil criticou os negacionistas. "A situa��o est� grave no planeta Terra. Em que planeta est�o os negacionistas? Os que ainda n�o est�o, ser�o entubados. Isso n�o � s� a medicina que est� dizendo, mas a probabilidade estat�stica", disse.
A capital mineira registrou nas �ltimas 24 horas recorde de mortos: 92. A taxa de ocupa��o de UTIs est� em 35% e o prefeito afirma buscar farmac�uticas para comprar vacinas. Segundo ele, a Prefeitura de Belo Horizonte tem recursos para adquirir 4 milh�es de doses, mas n�o consegue acordo para adquiri-las.
POL�TICA